O FaceApp, que usa selfies para mostrar como você ficará no futuro, é visto por alguns como mais um aplicativo criado para violar a privacidade dos usuários. Com quase a mesma velocidade com que se tornou viral, o aplicativo teve que explicar o que faz com as fotos que recebe.
Em nota ao 9to5Mac, o FaceApp afirmou que, ao contrário de algumas suspeitas, não armazena todas as imagens salvas no celular dos usuários. “Nós fazemos o upload de apenas uma foto selecionada para edição”, diz a empresa.
Segundo o aplicativo, a imagem precisa ser enviada porque boa parte de seu processamento é feito na nuvem. “Nunca transferimos quaisquer outras imagens do telefone para a nuvem”, informa o FaceApp, em seu comunicado.
Ainda assim, a empresa mantém as fotos dos usuários na nuvem por um tempo. O FaceApp indica que, por motivos de “perfomance e tráfego”, a maioria é removida até 48 horas após o envio. “Queremos garantir que o usuário não envie a foto repetidamente para cada operação de edição”.
A empresa afirma que, apesar de sua equipe de pesquisa e desenvolvimento estar localizada na Rússia, o governo não tem acesso aos dados de usuários. “Não vendemos nem compartilhamos dados de usuários com terceiros”, diz o comunicado.
O FaceApp destaca ainda que seus recursos podem ser usados mesmo sem uma conta. “Como resultado, 99% dos usuários não fazem login; portanto, não temos acesso a nenhum dado que possa identificar a pessoa”, continua a companhia.
O principal problema do FaceApp é sua política de privacidade genérica. Nela, a empresa informa que coleta “fotos e outros materiais que você publica” no aplicativo, além de dados como a localização e o modelo do celular.
O texto também indica que o FaceApp pode compartilhar informações com empresas do mesmo grupo ou afiliados, mas não detalha quem eles seriam. O aplicativo, que pode ser baixado gratuitamente e oferece opções pagas, não possui nenhum elemento malicioso, segundo especialistas da Kaspersky.
“A foto é enviada para os servidores do app que fazem a modificação e enviam de volta para o usuário”, diz o analista sênior de segurança da Kaspersky, Fabio Assolini. “Tudo muito normal”. Apesar disso, o especialista não garante que o FaceApp esteja livre de riscos.
“Por utilizar inteligência artificial para fazer as modificações a partir do reconhecimento facial, a empresa dona do app pode vender essas fotos para empresas desse tipo, além desses dados facilmente caírem nas mãos dos cibercriminosos e serem utilizados para falsificar nossas identidades”.
Em casos como o do FaceApp, a Kaspersky sugere verificar se o aplicativo está realmente disponível em lojas oficiais. A empresa também recomenda a leitura dos termos de privacidade e uma análise sobre as permissões solicitadas pelo aplicativo.
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