quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Argentina ajuda Brasil a importar gás natural em meio à forte demanda | InfoMoney

As importações de GNL do Brasil atingiram recorde este mês

(Bloomberg) — O Brasil precisa tanto de gás natural que pediu ajuda da Argentina para garantir suprimentos do exterior do combustível.

O Brasil aumentou as importações de gás natural liquefeito para operar usinas em meio à crise hídrica que reduz a geração de energia hidrelétrica. As importações de GNL do Brasil atingiram recorde este mês, segundo dados de rastreamento de navios, o que também aperta ainda mais o mercado global de gás, cujos preços à vista subiram para novas máximas.

A Argentina anunciou uma licitação para a compra de GNL em busca de quatro carregamentos para o terminal Escobar, que serão regaseificados e entregues por gasoduto ao Brasil, segundo operadores com conhecimento do assunto. O gás vai abastecer a Usina de Uruguaiana, que foi fechada há mais de uma década e só opera por períodos intermitentes para aliviar a escassez de oferta, disseram operadores.

Os preços da energia sobem no mundo todo em meio à oferta limitada e rápido crescimento da demanda depois das restrições da pandemia. No Brasil, os baixos níveis dos reservatórios na bacia do Rio Paraná reduziram a geração de energia hidrelétrica e levou concessionárias a dependerem do gás, aumentando a necessidade de importação de carregamentos caros de GNL à vista.

A Argentina exporta gás natural produzido internamente para o Brasil, mas é raro o país importar GNL com o objetivo de entregar o combustível ao vizinho.

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Economistas têm visão positiva para dados de Caged e Pnad nos próximos meses, mas emprego segue abaixo de nível pré-pandemia | InfoMoney

Avaliação é de que o mercado de trabalho permaneça fraco por algum tempo, principalmente por conta da expectativa de crescimento mais baixo em 2022

SÃO PAULO – Na esteira de dados sólidos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), na quarta-feira (29), o mercado financeiro repercute nesta quinta-feira (30) os dados de emprego da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), com números melhores do que o estimado.

No trimestre encerrado em julho, a taxa de desocupação foi para 13,7%, o que corresponde a 14,1 milhões de pessoas em busca de trabalho no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O dado, que veio abaixo da mediana do consenso Refinitiv, de 13,9%, mostra uma redução de 1 ponto percentual em relação ao apresentado no trimestre encerrado em abril.

Apesar disso, o emprego ainda está 3,2 milhões abaixo do nível pré-pandemia (emprego formal com queda de 1,9 milhão; e informal, com baixa de 1,3 milhão), e a força de trabalho ativa segue em 1,2 milhão abaixo do nível pré-pandemia, destaca Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs.

“Dado o aumento demográfico na população em idade ativa, o contingente de indivíduos fora da força de trabalho tem diminuído, mas ainda está 6,3 milhões acima do nível pré-pandemia”, escreve, em relatório.

Ramos chama atenção para o fato de que a recuperação do emprego tem sido liderada pelo setor informal, mas que nos últimos meses o emprego formal também acelerou. A expectativa, contudo, é de que o mercado de trabalho permaneça fraco por algum tempo, especialmente quando se leva em consideração a expectativa de crescimento abaixo da tendência em 2022.

Na avaliação de Ramos, a taxa de desemprego deverá permanecer em dois dígitos por um “longo período”, dado o número ainda considerável de trabalhadores desencorajados fora da força de trabalho (5,4 milhões), que tende a procurar empregos e retornar à força de trabalho ativa em uma taxa mais rápida do que a criação de novas vagas.

A XP projeta que a taxa de desemprego encerrará 2021 a 12,8% (de 14,7% em 2020), com base na série dessazonalizada. Para o final de 2022, a perspectiva é de taxa de desocupação em 12,3%. Para as médias anuais, a expectativa é de 13,8% e 12,6%.

A equipe de análise prevê que a população ocupada total retornará aos níveis pré-pandemia (aproximadamente 93,5 milhões de pessoas) no quarto trimestre de 2022.

Ontem, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou que o mercado de trabalho formal teve uma criação líquida de 372,3 mil vagas em agosto, acima das expectativas do mercado.

No período, as contratações cresceram 3,3% na base mensal, para 1,77 milhão, em linha com a publicação anterior. Já o total de desligamentos subiu 5,4%, para 1,47 milhão.

Todos os principais setores econômicos apresentaram adição líquida de ocupações. O setor de serviços, contudo, foi o principal destaque do mês, já que seu saldo mensal de empregos com carteira assinada totalizou 142 mil.

Em relatório, a XP avalia que a criação de empregos seguirá exibindo resultados sólidos nos próximos meses.

“A recuperação do nível de emprego é um dos principais fatores que nos levam a projetar crescimento superior a 1% para o PIB Brasileiro em 2022, a despeito de uma série de ‘ventos contrários’ no cenário de atividade econômica do próximo ano, como elevação das taxas de juros, gargalos nas cadeias de suprimentos e crise hídrica-energética”, escrevem os economistas.

Segundo a XP, os efeitos graduais do menor número de acordos empregatícios regidos pelo Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm) e a desaceleração no ritmo de contratações dos setores de comércio e serviços a partir do 4º trimestre de 2021, faz com que a casa projete uma criação líquida de saldo formal mais moderada para 2022, com média mensal de 130 mil.

Para o ano completo de 2021, a XP projeta criação líquida de 2,75 milhões de empregos formais.

Já a CM Capital projeta dados mais positivos para os próximos meses, podendo haver crescimento das vagas formais acima do dado divulgado na véspera. No médio prazo, no entanto, a casa avalia que a intensidade da abertura de empregos tende a ser menor.

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Puxados por e-commerce, FIIs de logística devem seguir com boas perspectivas | InfoMoney

Antonio Wever, do Pátria Investimentos, Marcelo Fedak, da BlueMacaw, e Rafael Fonseca, da Bresco, debateram os fundamentos do segmento

SÃO PAULO – Após o desempenho positivo do ano passado, as oportunidades no segmento de fundos imobiliários dedicados ao setor de logística não se esgotaram, sobretudo para os investidores com foco no médio e no longo prazo.

Isso porque o crescimento do e-commerce deve continuar forte, e essa tendência significa que os fundamentos para investir em galpões continuam bons. Entretanto, no curto prazo, espera-se que o aumento dos juros continue deixando as cotas desses fundos bastante voláteis.

Essa é a expectativa dos três gestores que participaram do painel sobre o setor de logística no FII Talks 2021, realizado nesta quarta-feira (29) pelo InfoMoney: Antonio Wever, CEO de real estate do Pátria Investimentos, Marcelo Fedak, CEO da BlueMacaw, e Rafael Fonseca, sócio e membro do comitê de investimentos da Bresco.

“A visão de médio prazo para os FIIs logísticos é extremamente saudável, porque estamos vendo vacâncias bastante baixas, um início de tendência de crescimento dos aluguéis e toda demanda adicional causada pelo e-commerce”, afirmou Wever.

“Os investidores estão vendo uma volatilidade que os incomoda e ficam relutantes a entrar. Mas se eles têm uma visão de médio prazo, superior a seis meses, do ponto de vista dos fundamentos faz todo o sentido entrar”, completou.

Após darem bons resultados no ano passado, quando o e-commerce se expandiu significativamente, impulsionado pela pandemia e pelo isolamento social, os fundos de logística recuaram. Neste ano, eles vêm apresentando desempenho negativo, acompanhando a maioria das categorias de fundos imobiliários.

“O desempenho dos fundos imobiliários têm sido relacionado à expectativa de elevação dos juros, que impactou na precificação das cotas. Ao tentar antecipar as tendências, o mercado às vezes exagera na dose, e isso vem acontecendo agora”, ressaltou Fonseca.

Dessa forma, atualmente, os FIIs que menos vêm sendo afetados são os de papel, que compram Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e outros títulos.

Conforme Fedak, os investidores preferem os fundos de papel nos momentos de inflação elevada, como o atual, porque o repasse dos índices de preço para os ativos vem de forma mais imediata, enquanto nos fundos de tijolo esse repasse ocorre de forma mais lenta, via correção dos aluguéis e valorização dos ativos.

Assim, os investidores acabam por se perguntar se a boa onda dos FIIs de logística já passou (e mesmo se já há superoferta de ativos do tipo) ou se a queda nas cotas pode ser uma boa oportunidade para entrar.

Para os três, a resposta é a de que os fundamentos do setor são fortes e a classe de FIIs seguirá atrativa.

Fedak considera, inclusive, que o momento é bom para o ingresso no setor, uma vez que os fundos de logística estão, de forma geral, sendo negociados a R$ 2 mil – R$ 3 mil por m2, valor inferior ao custo de reposição na maior parte dos mercados.

Para ele, essa situação de baixo valor das cotas deveria ser corrigida: “O que deveria acontecer é que os fundos listados deveriam subir de valor, e o aluguel também”, disse. Isso porque, embora a média de vacância dos galpões seja de 10-12%, há alguns mercados, como o de São Bernardo do Campo (SP), onde ela é zero.

Contudo, ele considera que essa correção de preços ainda não aconteceu porque há uma certa defasagem temporal nesse mercado, além do efeito manada que costuma afetar os investidores – e a alta dos juros afastou-os da renda variável.

O gestor lembrou ainda que os fundos de logística hoje são negociados com um spread de 300 pontos-base (3%) acima das Notas do Tesouro Nacional – série B (NTN-Bs), remuneração que “deveria ser mais que suficiente para trazer gente para esse mercado”, até por conta da isenção do Imposto de Renda (IR) dos FIIs.

Com relação aos fundamentos para os imóveis ligados à logística, os gestores dizem que eles são fortes: “A demanda ainda deve ficar forte por um bom tempo”, disse Fonseca.

Em sua avaliação, o e-commerce está apenas engatinhando no Brasil e as malhas logísticas ainda estão sendo montadas. Dessa forma, à medida que os contratos de locação forem vencendo, os imóveis devem ser alugados por valores mais elevados, acredita.

Fedak afirmou que, no Brasil, o e-commerce ainda tem uma penetração de 10%, enquanto na Europa e nos Estados Unidos, é da ordem de 20%, avançando para 30%, e, na China, de 50%.

“Estamos no começo de uma tendência”, afirmou, pontuando que os benefícios do e-commerce são tangíveis para os consumidores, que podem comparar melhor os produtos, comprar por preços mais baixos e ainda com a comodidade de receber os produtos em casa. “A comodidade, o sortimento e a economia só vão fazer com que ele cresça”.

Wever considera ainda que mais capacidade (novos galpões) deveria ser agregada ao sistema, uma vez que a vacância média está na ordem dos 10% – patamar que começa a “tensionar os preços”.

Segundo ele, existe uma demanda por entregas de pedidos cada vez mais rápidas. Contudo, até mesmo para a cidade de São Paulo, é difícil efetuá-las em menos de 48 horas. Dessa forma, a concorrência pelos ativos próximos dos grandes centros consumidores (“last mile”) é atualmente forte.

“É muito difícil conseguir área para novos galpões perto dos centros consumidores. O segmento de last mile deve ter desempenho acima da média do setor e ainda está longe da sobre oferta”, afirma. Nos ativos de “last mile”, a vacância é da ordem de 4% em São Paulo (ele considera que um mercado está em equilíbrio com vacância de 12%).

No momento, além da dificuldade de conseguir ativos próximos de grandes centros, os gestores dizem que o mercado deu uma parada por conta da elevação dos juros, que também eleva a expectativa de retorno dos investidores.

“Tivemos alguma dificuldade de originação no primeiro semestre porque os vendedores ainda estão se ajustando ao aumento dos juros. Mais recentemente, começou a haver alguma flexibilidade nas negociações”, avaliou Wever.

Por que casos como o Evergrande podem representar oportunidades de investimentos em 2022 | InfoMoney

Assim como outros eventos que influenciam o humor do mercado, exemplo chinês mostra que há chances em meio às crises

O mês de setembro ficou marcado pelos calafrios que a gigante Evergrande, segunda maior incorporadora imobiliária da China, provocou no mercado financeiro global. A possibilidade de calote por parte da corporação derrubou as bolsas no mundo e deixou investidores apreensivos a respeito dos reflexos que o episódio poderia provocar no cenário econômico.

Para lembrar: a empresa, que já chegou a ser mais valiosa do segmento, que já figurou na lista das 500 mais da Fortune, passou a ter um passivo avaliado em US$ 300 bilhões contrastando com receita muito abaixo de um nível considerado saudável para seguir operando no azul, uma situação que surgiu a partir de medidas estatais que restringiram os negócios da companhia.

“O setor imobiliário e de construção sofre bastante pressão na China para diminuir o preço de aluguel e das casas, que são altos demais, mesmo em comparação com outros mercados, isso afeta o mercado de renda fixa chinês, especialmente a dívida corporativa de algumas dessas companhias imobiliárias residenciais”, disse Gabriela Santos, do JP Morgan, em conversa com Jennie Li, estrategista de ações da XP, no programa Coffee & Stocks.

“A Evergrande está sofrendo pressões em termos de sua habilidade de financiar esta dívida. O Estado quer corrigir este problema, mas é possível que os investidores tenham sim algumas perdas”, completou Gabriela.

No entanto, não há crise no setor financeiro que não possa representar também oportunidade de investimento. Assim como o caso da Evergrande, outros acontecimentos que devem figurar no noticiário nos próximos meses também vão movimentar o mundo da economia e, principalmente, representar janelas de investimentos.

A corrida presidencial, por exemplo, tem tudo para influenciar o humor do mercado. O evento também causa importante expectativa em função de uma eventual nova agenda econômica, política industrial ou cambial. As projeções do PIB, por sua vez, podem influenciar os investidores, já que a geração de riqueza do país produz reflexos em planos de investimento para 2022 em diversos setores, sobretudo aqueles ligados à infraestrutura.

A taxa de juros, por fim, dita o ritmo dos financiamentos e do crédito, principais ferramentas por meio das quais os consumidores realizam aquisições.

Na série Protocolo XP: 2022, evento criado para que o investidor, seja ele pessoa física ou pessoa jurídica, possa aproveitar o quadro econômico para aumentar as chances de obter ganhos na bolsa e em outras classes de ativos, a especialista Jennie Li apresenta e comenta esses acontecimentos esperados para o ano que vem, suas influências no mercado e como se aproveitar deles para investir melhor. Clique aqui para participar gratuitamente.

Investidores com recursos disponíveis estão buscando melhores condições de negócios na bolsa de valores, visando bons retornos a longo prazo. Um levantamento da Fliper, plataforma de consolidação de investimentos, mostrou o ranking das maiores alocações em ações, dentro de mais de R$ 75 bilhões em patrimônio mapeado, no mês de setembro.

Na lista figuram papeis das empresas Itaúsa, Vale, Petrobras, Banco do Brasil e Bradesco, empresas que têm em comum o fato de estarem passando por processo de reestruturação com boas possibilidades de conseguirem força operacional nos médio e longo prazos.

O mesmo vale para ativos no exterior, que se tornaram mais atrativos aos investidores brasileiros nos últimos anos e que, em cenário de câmbio valorizado, configura no momento boa oportunidade para investir em moeda estrangeira. “A baixa correlação entre os mercados internacionais e o brasileiro é um fator importante a favor da diversificação regional. Quando temos ruídos domésticos e a bolsa cai não afeta o desempenho de outros mercados, como o americano”, explica Jennie Li.

Na visão da analista da XP, pelo menos uma parte da carteira de investimentos deve estar em ativos do exterior e com exposição ao dólar. O motivo, explica, é que funciona como uma proteção em cenários de crise: “Se há uma crise global ou mesmo doméstica, a tendência é sempre o dólar se fortalecer o que é importante no retorno dos produtos com exposição cambial, que ganham neste cenário”.

Para ter acesso a este tipo de análise sobre investimentos no exterior e outros caminhos seguros para investir em 2022, participe da série gratuita Protocolo XP: 2022.

Com perspectiva de uma oferta por dia até o fim do ano, crescem as opções de investimento em crédito privado | InfoMoney

Novos papéis estão apresentando prazos alongados - e o investidor brasileiro está aceitando os novos riscos

SÃO PAULO – Depois da queda da taxa básica de juros, a Selic, para o patamar histórico de 2% ao ano em 2020, provocando uma debandada dos investimentos de renda fixa, o investidor brasileiro está voltando a enxergar boas oportunidades na categoria, especialmente no crédito privado. Com a expectativa de que haja uma nova oferta por dia de títulos emitidos por empresas privadas até o fim do ano, para todos os tipos de papéis e investidores, o tema entrou novamente no radar dos investidores.

“O mercado primário, até o fim do ano, provavelmente vai ‘bombar’, [com uma] base de uma oferta por dia, com perfis diferentes de ativos. Ativos de primeira linha, mais high yield, para investidor pessoa física e institucional”, afirmou Pedro Sturm, sócio e head da mesa institucional de crédito privado da XP.

Os especialistas em renda fixa apontam para uma curva ainda ascendente dos juros, estimando algumas novas altas nos próximos meses. Com isso, a tendência é de crescimento das oportunidades no mercado de renda fixa. Sturm aposta que até o fim do ano será possível recuperar os resgates realizados pelos investidores nos fundos de renda fixa ao longo de 2020.

Na virada do ano, segundo Sturm, o mercado acalmou os ânimos com relação à pandemia de coronavírus. “Houve uma melhora global, não só aqui no Brasil. Com a Selic na casa dos 6,25% ao ano, um patamar muito maior do que se chegou no ano passado, os ativos em renda fixa começaram a ficar bem atrativos” afirmou o executivo nesta quarta-feira (29) durante o painel “Cenário para crédito privado e oportunidade em títulos isentos de IR”, que fez parte da programação da Semana da Renda Fixa, promovida pela XP.

“O fluxo de captação, desde abril, já recuperou praticamente tudo o que a indústria perdeu no ano passado, R$ 65 bilhões. Em setembro, fechamos com R$ 60 bilhões em captação e a tendência é captar mais até o fim do ano”, disse

Sturm observou uma tendência nas novas emissões de crédito privado no mercado brasileiro. “Hoje, as operações são muito mais longas. Há um tempo, víamos operações [com vencimento] em três anos, no máximo até cinco anos, no mercado institucional. Evoluímos para sete anos, e agora já conseguimos fazer emissões de dez anos”, disse o executivo.

Para ele, é evidente o aumento da confiança na saúde financeira das empresas para alongar os prazos de dívida, via debêntures. “Vemos operações de bonds, que são as debêntures lá fora [no exterior], em uma tradução livre, em operações perpétuas. Praticamente toda grande operação de uma empresa super conhecida tem vencimento de 30 a 50 anos. Então é algo relativamente normal”, diz.

Outra característica do mercado de renda fixa, ainda pouco conhecida pelos investidores, é o dinamismo na oferta de oportunidades mesmo em momento de estresse. Marcos Rodrigues, head de produtos de renda fixa da XP, destacou que mesmo em momento de redução de taxa de juros ou em cenários de crise global os investidores buscam alternativas dentro da classe de renda fixa.

“Isso pode parecer improvável em momentos de baixa de taxa de juros, mas vemos um incremento de investimento em renda fixa, buscando um outro tipo de indexador, operações com inflação e operações de crédito privado, que ainda é uma classe muito nova no Brasil”, afirmou.

Com a perspectiva de estabilização do cenário e o retorno das aplicações para o mundo dos fundos, os especialistas em renda fixa vislumbram uma retomada mais forte do mercado primário de crédito privado até o fim de 2021. Rodrigues observa que a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostra que os números de 2021 vão se igualar aos de 2019.

“Em 2021, a perspectiva é de uma retornada muito forte do mercado primário de crédito privado. Mantivemos o mercado secundário tão ativo quanto tínhamos antes da crise da pandemia. E voltamos com o mercado primário extremamente forte”, disse. Em 2019, segundo ele, as emissões de debêntures chegaram a R$ 180 bilhões, um recorde histórico no mercado brasileiro. Neste ano, até agosto, o volume já se aproximava de R$ 120 bilhões.

A expectativa de alta no mercado primário até o fim do ano também conta com o fator de sazonalidade. Rodrigues diz que o mercado de crédito privado costuma ficar mais aquecido no último trimestre.

“O crédito privado corresponde às dívidas emitidas pelas empresas para o financiamento de suas operações. Essas empresas acabam emitindo as dívidas no final do ano para desenharem o planejamento do ano seguinte e conseguirem apresentar os números de balanço para auditoria e para os investidores”, explicou. “Então, é natural que o último trimestre do ano tenha maior volume de disponibilidade de ofertas públicas”.

A parcela dos investidores que começam a analisar oportunidades mais sofisticadas de aplicação em crédito privado é crescente. Rodrigues observou que esses investidores estão admitindo assumir um pouco mais de risco para obter mais retorno.

“Esse tipo de investidor se arrisca mais e usa o time de assessoria para tirar dúvidas mais profundas. Ele está disposto a baixar a régua da robustez de crédito em troca de mais retorno”, afirmou. É o que o executivo chama de “segunda fase do investidor”. “Ele já passou pelas etapas de comprar crédito privado, teve uma experiência adequada, tem uma relação próxima com o assessor e dá o próximo passo. Faz a curva de aprendizagem dentro processo de alocação”, disse.

Para Rodrigues, não existe um único produto adequado para todo mundo – cada investidor tem um perfil próprio de risco e o momento mais conveniente para fazer sua própria alocação.

“De uma maneira geral, a maioria dos investidores está começando a conhecer a classe de crédito privado. Preferem ativos de perfil de crédito com melhor rating, deixando um pouco de remuneração na mesa para ter um perfil de crédito mais sólido”, afirmou. “O cliente prefere uma empresa com nome familiar, que esteja no dia a dia dele, como uma rede de varejo regional ou uma concessionária de energia”.

Câmara dos EUA aprova medida para evitar paralisação do governo; projeto vai para sanção de Biden | InfoMoney

Aprovação, feita algumas horas antes do prazo final, evita paralisação parcial do governo como a que aconteceu no fim de 2018 e começo de 2019

A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira projeto que evita uma paralisação parcial do governo por meio do financiamento provisório de agências federais no novo ano fiscal que começa na sexta-feira. A Câmara aprovou o projeto por 254 votos a 175.

A medida, que já tinha sido aprovada no Senado, segue agora para o presidente Joe Biden, que deve sancionar o projeto, convertendo-o em lei, antes do prazo de meia-noite, quando expira o financiamento atual do governo.

A aprovação, feita algumas horas antes do prazo final, evita uma paralisação parcial do governo como a que aconteceu no fim de 2018 e começo de 2019, que durou 35 dias.

O “shutdown” ocorre porque o orçamento do atual ano fiscal não foi aprovado. Neste cenário, o governo não pode mais se comprometer com nenhum gasto, levando a um congelamento dos serviços e atividades governamentais até que o orçamento seja aprovado.

Em evento na última quarta-feira (28), Janet Yellen, secretária do Tesouro, alertou que, sem elevação do teto da dívida, os EUA terão o primeiro default da história, fazendo um apelo para que o Congresso do país atue em harmonia com o governo do presidente Joe Biden a fim de encontrar um caminho que permita a elevação do teto dos gastos federais.

“Sem a elevação do teto, os EUA ficarão com limitados recursos em 18 de outubro e terão o primeiro default de sua histórica, o que gerará crise e recessão”, comentou Yellen. Ao mesmo tempo em que o governo precisa de novos fundos para permanecer “aberto”, o governo também precisa que o Congresso aprove que o Tesouro capte para pagar suas obrigações.

(Com ANSA e Reuters)

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Covid-19: Justiça proíbe que prefeitura do Rio exija passaporte da vacina | InfoMoney

Decisão atende a habeas corpus que alega cerceamento de liberdade

A exigência de apresentação da comprovação de vacinação contra a Covid-19 para acessar locais fechados, conforme decreto da prefeitura do Rio de Janeiro, foi derrubada, na quarta-feira (29), por decisão liminar da Justiça.

A medida é do desembargador Paulo Rangel, do Tribunal de Justiça (TJ), em habeas corpus de uma pessoa que argumentou cerceamento de liberdade de locomoção.

“Na medida em que a impetrante não pode circular por esses locais sem a carteira de vacinação ou também chamado passaporte sanitário há violação à liberdade de locomoção não só dela, mas de todo e qualquer cidadão que queira circular por esses locais. A questão é a possibilidade ou não de um decreto municipal impedir a circulação de pessoas pelas ruas e estabelecimentos, sejam eles públicos e/ou privados, academias, eventos, shoppings, cinemas, teatros, lojas, piscinas, e outros estabelecimentos da cidade do Rio de Janeiro, salvo se possuírem o chamado passaporte da vacina ou passaporte sanitário”, afirmou o desembargador na decisão.

Segundo o desembargador, a exigência da comprovação da vacina se assemelha a “comportamentos históricos ligados à escravidão, que remontam à tirania e à ditadura”.

“Se no passado existiu a marcação a fero e fogo dos escravos e gados através do ferrete ou ferro em brasas, hoje é a carteira da vacinação que separa a sociedade. O tempo passa, mas as práticas abusivas, ilegais e retrógradas são as mesmas. A carteira de vacinação é um ato que estigmatiza as pessoas, criando uma marca depreciativa e impedindo-as de circularem pelas ruas livremente, com nítido objetivo de controle social. É uma ditadura sanitária. O decreto quer controlar as pessoas e dizer, tiranicamente, quem anda e não anda pelas ruas da idade”, sustentou o magistrado.

“Por tais razões, concedo liminar para cassar o decreto municipal número 49.335, de 26 de agosto de 2021, expedido pelo prefeito do Município do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, na parte referente à proibição de circulação de pessoas pelos locais em que cita sem a carteira de vacinação, devendo ser expedido salvo conduto à impetrante”, finalizou o juiz.

O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, criticou a decisão e disse que a prefeitura estará ingressando na Justiça com recurso contra a medida. “Decisão lamentável, totalmente ideológica, sem levar em consideração o momento epidemiológico e a pandemia que o mundo está passando”, classificou Soranz.

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Microempreendedores individuais têm até hoje para regularizar débitos | InfoMoney

Pendências até 2016 não quitadas passarão para dívida ativa

Termina hoje (30) o prazo para os microempreendedores individuais (MEIs) regularizarem o pagamento dos impostos devidos desde 2016 ou há mais tempo. Caso não quitem os tributos e as obrigações em atraso ou não parcelados, os MEIs serão incluídos na Dívida Ativa da União. A inscrição acarreta cobrança judicial dos débitos e perda de benefícios tributários.

De acordo com a Receita Federal, os MEIs que tiverem apenas dívidas recentes, em razão das dificuldades causadas pela pandemia de Covid-19, não serão afetados. Também não serão inscritas as dívidas de quem realizou parcelamento neste ano, mesmo que haja alguma parcela em atraso ou que o parcelamento tenha sido rescindido.

Os débitos sob cobrança podem ser consultados no Programa Gerador do DAS para o MEI. Por meio de certificado digital ou do código de acesso, basta clicar na opção “Consulta Extrato/Pendências” e, em seguida, em “Consulta Pendências no Simei”.

O Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) para quitar as pendências pode ser gerado tanto pelo site quanto por meio do Aplicativo MEI, disponível para celulares Android ou iOS.

Ainda é possível fazer o pagamento ou parcelamento das dívidas acessando o Portal e-CAC . O passo a passo sobre o parcelamento também está disponível no Portal Gov.br.

Leia também:
Restituição do IR: Receita paga 5º e último lote

De acordo com a Receita, existem 4,3 milhões de microempreendedores inadimplentes, que devem R$ 5,5 bilhões ao governo. Isso equivale a quase um terço dos 12,4 milhões de MEIs registrados no país.

No entanto, a inscrição na dívida ativa só vale para dívidas não quitadas superiores a R$ 1 mil, somando o valor principal, multa, juros e demais encargos. Atualmente, o Brasil tem 1,8 milhão de microempreendedores nessa situação, que devem R$ 4,5 bilhões.

Para ajudar na regularização, a Receita Federal disponibiliza os núcleos de Apoio Contábil e Fiscal (NAF), uma parceria com instituições de ensino superior que oferece serviços contábeis e fiscais a pessoas físicas de baixa renda, MEIs e organizações da sociedade civil.

Durante a pandemia, também há núcleos operando de forma remota. Os locais de atendimento e os respectivos contatos estão disponíveis na página da Receita Federal.

Com um regime simplificado de tributação, os MEIs recolhem apenas a contribuição para a Previdência Social e pagam, dependendo do ramo de atuação, o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ou o Imposto sobre Serviços (ISS). O ICMS é recolhido aos estados e o ISS, às prefeituras.

Em caso de não pagamento, o registro da dívida previdenciária será encaminhado à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), para cobrança na Justiça, com acréscimo de 20% a título de encargos com o processo. Nesse caso, os débitos poderão ser pagos ou parcelados pelo portal de serviços da PGFN, o Regularize .

A dívida relativa ao ISS e/ou ao ICMS será transferida ao município ou ao estado, conforme o caso, para inscrição em Dívida Ativa municipal e/ou estadual. O MEI terá de pagar multas adicionais sobre o valor devido, de acordo com a legislação de cada ente da Federação.

Com a inscrição em dívida ativa, o microempreendedor deixa de ser segurado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e perde benefícios como auxílio-doença e aposentadoria; tem o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) cancelado; é excluído do Simples Nacional pela Receita Federal, estados e municípios, que têm alíquotas mais baixas de imposto; e pode ter dificuldades para conseguir financiamentos e empréstimos.

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Biden tem vários desafios no Congresso além de evitar "shutdown" | InfoMoney

Aliás, esse deverá ser o item mais fácil da lista de tarefas do presidente dos EUA no Congresso

(Bloomberg) — O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve conseguir evitar a paralisação do governo federal, mas as negociações em torno de sua agenda econômica continuam antes da votação na quinta-feira de um pacote de infraestrutura que destaca profundas divisões entre os democratas.

O Senado vota nesta quinta-feira – véspera do novo ano fiscal – a extensão do financiamento do governo até 3 de dezembro, enviando o pacote para a Câmara dos Deputados e, logo depois, para a assinatura de Biden poucas horas antes do prazo final.

Sem o texto dos republicanos que suspende o teto da dívida, o projeto de lei provisório de financiamento deve ser aprovado em ambas as câmaras com apoio bipartidário. Esse será o item mais fácil da lista de tarefas de Biden no Congresso.

Depois de uma visita na quarta-feira à noite para o Jogo de Beisebol do Congresso, onde distribuiu sorvetes Dove com o selo presidencial para jogadores de ambos os partidos, Biden continuará seus esforços para solucionar o impasse criado por democratas que barra sua agenda econômica de US$ 4 trilhões. Ao mesmo tempo, Biden deve trabalhar com o Partido Democrata para evitar um default do governo em menos de três semanas.

O presidente cancelou uma viagem planejada na quarta-feira a Chicago para ajudar a buscar um acordo entre democratas progressistas e moderados, cujas diferenças sobre o tamanho e o escopo de um imposto e um projeto de lei de gastos de até US$ 3,5 trilhões ameaçam o colapso de sua agenda doméstica.

A presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, e o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, se encontraram com Biden na Casa Branca na tarde de quarta-feira. Pelosi posteriormente afirmou seu plano de levar na quinta-feira ao plenário da Câmara o projeto de infraestrutura de US$ 550 bilhões que Biden negociou no início do ano e que agora se tornou foco de tensão entre as duas alas do partido.

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Banco Central vê alta do PIB de 2,1% em 2022 e de 4,7% em 2021, mostra RTI | InfoMoney

Em relação à política monetária, o BC reiterou mensagem da ata do Copom obre a intenção de subir a Selic novamente em 1 ponto na reunião de outubro

O Banco Central divulgou sua projeção de crescimento econômico para 2022, de 2,1%, ajustando ligeiramente a perspectiva de alta neste ano a 4,7%, de patamar de 4,6% estimado em junho.

Em seu Relatório Trimestral de Inflação publicado nesta quinta-feira, o BC justificou que a revisão para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) esperado este ano repercute o resultado no segundo trimestre ligeiramente acima do esperado e modesta redução da projeção do crescimento no terceiro trimestre.

Já sobre 2022, o BC afirmou que a expectativa é que haja ao longo do ano ritmo de crescimento menor do que no segundo semestre de 2021.

“O hiato do produto em patamar menos negativo, que reduz o espaço para a recuperação cíclica, e o movimento de aperto monetário ora em curso, cujos efeitos ocorrem de maneira defasada, são fatores que contribuem para a desaceleração da taxa de crescimento”, disse.

O Ministério da Economia, por sua vez, prevê expansão de 5,3% para o PIB este ano e de 2,5% para o próximo, enquanto o mercado, segundo o boletim Focus mais recente, estima que a economia crescerá 5,04% em 2021 e 1,57% no ano que vem.

Em relação à política monetária, o BC reiterou mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a intenção de subir a Selic novamente em 1 ponto na reunião de outubro, mirando levar a taxa básica de juros para território contracionista para conter a inflação.

Atualmente a taxa básica de juros está em 6,25% ao ano.

O Banco Central pioro sua estimativa para o desempenho das transações correntes neste ano a um déficit de 21 bilhões de dólares, ante superávit de 3 bilhões de dólares projetado em junho, enxergando para 2022 um déficit de 14 bilhões de dólares.

No RTI, o BC afirmou que a revisão para 2021 reflete principalmente a expectativa de menor saldo da balança comercial por conta do aumento das importações. Agora, o BC vê um superávit para as trocas comerciais de 43 bilhões de dólares neste ano, bem abaixo dos 70 bilhões de dólares calculados anteriormente.

Quanto aos Investimentos Diretos no País (IDP), o BC ajustou sua estimativa para 55 bilhões de dólares em 2021, sobre 60 bilhões de dólares antes, patamar que deve subir para 60 bilhões de dólares em 2022.

Nas contas do BC, a balança comercial no ano que vem terá superávit maior, de 60 bilhões de dólares.

(com Reuters)

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PIB dos EUA avança 6,7% no 2º tri, mostra terceira estimativa; pedidos de auxílio desemprego sobem para 362 mil na última semana | InfoMoney

Dado do PIB foi em linha com projeção da Refinitiv, enquanto pedidos de auxílio vieram piores do que o esperado

SÃO PAULO – O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu à taxa anualizada de 6,7% no 2º trimestre de 2021 em relação aos três meses anteriores, de acordo com a terceira e última estimativa do indicador. A primeira estimativa, divulgada no final de julho, apontava para alta de 6,5%, enquanto a segunda apontou, no final de agosto, para alta de 6,6%.

Os dados são do escritório de estatísticas do BEA (Bureau of Economic Analysis), do Departamento de Comércio do país divulgados nesta quinta-feira (30).

O resultado foi em linha com o esperado, uma vez que a previsão era de alta de 6,6%, segundo dados compilados pela Refinitiv.

Durante a manhã, também foram divulgados os pedidos de auxílio desemprego da semana até 25 de setembro, com 362 mil pedidos, ante 351 mil da semana anterior. A projeção Refinitiv era de 335 mil pedidos.

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FIIs: gestores veem oportunidades em fundos "de papel" e em segmentos que ficaram defasados com a pandemia | InfoMoney

A análise foi feita por André Freitas, da Hedge; Caio Conca, da Capitânia; e Leonardo Sant'Ana, da XP Asset durante o primeiro painel do FII Talks

SÃO PAULO –  O ano tem sido difícil para o mercado de fundos imobiliários. O Ifix, que reúne os principais FIIs negociados na Bolsa brasileira, acumula queda de quase 6% em 2021, depois de amargar uma baixa de mais de 10% em 2020.

Ciclo de alta dos juros, indefinição sobre a pandemia e incertezas políticas e fiscais estão entre os fatores que explicam o desempenho dos fundos imobiliários.

No primeiro painel do FII Talks, evento de fundos imobiliários promovido pelo InfoMoney, alguns dos principais gestores de fundos de fundos desse mercado apontaram como encontrar oportunidades em meio a esse cenário adverso.

As análises foram feitas por André Freitas, CEO e CIO da Hedge Investments; Caio Conca, sócio responsável pela área imobiliária da Capitânia; e Leonardo Sant’Ana, gestor da XP Asset.

Para oe gestores, no curto prazo, os fundos imobiliários “de papel”, que investem em títulos ligados ao mercado imobiliário, seguem como os mais atrativos. Os FIIs que possuem títulos indexados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) têm se beneficiado com a alta dos juros. Em setembro, o Banco Central elevou a taxa básica de juros da economia, Selic, para 6,25% ao ano. Foi a quinta elevação consecutiva da taxa que, em janeiro, estava em 2%.

“Com a elevação da taxa de juros, os rendimentos dos fundos de papel atrelados ao CDI tendem a aumentar. Após a divulgação do índice, há uma defasagem em torno de três meses até a distribuição de rendimentos para o investidor. Então, há muita inflação acumulada a ser distribuída para os investidores no curto prazo”, explica Leonardo Sant’Ana.

Já o segmento de fundos “de tijolos”, como os que investem em escritórios, shoppings e ativos logísticos, tende a sofrer em momentos de alta dos juros. Mas os gestores veem oportunidades nesses segmentos também.

Com a pandemia, fundos que investem em shoppings e escritórios perderam atratividade, e os valores dos imóveis que fazem parte do portfólio destes FIIs ficaram muito defasados nos últimos dois anos. Na visão dos entrevistados, estão baratos.

“Às vezes a gente fica olhando o rendimento (dividendo) pago pelo fundo de papel (11%) e o de escritório (8%), mas o ganho de capital que pode haver no preço dos imóveis com esta defasagem é significativo”, diz André Freitas, que calcula retornos de até 25%. Para reforçar a análise, ele cita a negociação desta semana envolvendo o Pátio Victor Malzoni, em São Paulo (SP).

O Bluemacaw Catuaí Triple A (BLCA11) comprou seis lajes do edifício considerado um marco da Avenida Brigadeiro Faria Lima, coração financeiro da capital paulista e uma das regiões mais cobiçadas pelo segmento de escritórios. O negócio saiu por quase R$ 40 mil o metro quadrado, bem acima do que vinha sendo negociado nos últimos meses.

Para os analistas, o segmento de logística segue atrativo e o de shoppings começa a se recuperar com a reabertura dos complexos comerciais pelo país. Aproveitando os descontos atuais, ambos representam oportunidades para o médio e o longo prazos, de acordo com os especialistas.

Na avaliação de Caio Conca, no médio prazo, o segmento de lajes corporativas é a melhor oportunidade para ganho de capital, mas há alternativas mais simples para quem quer começar agora. “Tem fundo de fundo (FOF) sendo negociado com desconto de até 20% do valor patrimonial, que é o valor de mercado dos fundos”, destaca.

“Para quem está entrando no mercado agora e não sabe o que comprar, o FOF é uma forma simples de pegar esta potencial subida dos fundos imobiliários”, completa.

O FII Talks 2021 segue nesta quarta-feira (inscreva-se aqui) com os painelistas Ricardo Caló, vice-presidente da Marriott International nas Américas Central e do Sul; Felipe Gaiad, gestor de fundos imobiliários da HSI; Leandro Bousquet, head de investimentos imobiliários da Vinci Partners; Pedro Carraz, sócio responsável pela gestão de FIIs na XP Asset; André de Abreu Pereira, sócio e CEO da Tellus; Carlos Martins, sócio e gestor de fundos imobiliários da Kinea; Caio Castro, sócio da RBR Asset.

Haverá ainda um painel extra sobre fundos de papel e suas perspectivas em meio ao aumento dos juros, com a participação de Brunno Bagnariolli (Mauá), Yannick Bergamo (Iridium) e José Eduardo Varandas (Valora).

Como reconhecer armadilhas com FIIs e investir em cenário de aversão ao risco? Especialistas explicam | InfoMoney

Especialistas da Rio Bravo, do Credit Suisse e da VBI Real Estate participaram de evento do InfoMoney nesta quarta-feira (29)

SÃO PAULO – Impactados negativamente pelo aumento dos juros, da inflação e pelo noticiário doméstico, os fundos imobiliários, representados pelo Ifix, apresentam queda da ordem de 6% no ano. Ainda que esse movimento possa destacar armadilhas do mercado, pode também trazer oportunidades – e é importante que o investidor saiba separar o joio do trigo ao investir.

Durante painel do FII Talks 2021, realizado pelo InfoMoney nesta quarta-feira (29), gestores de fundos imobiliários da Rio Bravo, VBI Real Estate e do Credit Suisse compartilharam suas visões sobre a classe, sobre os segmentos com maiores oportunidades no momento e, ainda, sobre como proteger a carteira no cenário atual de grande volatilidade.

Na avaliação de Ken Wainer, fundador da VBI Real Estate, é importante que o investidor conheça a origem da distribuição do fundo antes de comprar as cotas. É possível, por exemplo, que tenha retorno elevado por ter comprado ativos com alavancagem, diz. “Do ponto de vista da distribuição, pode ser que a taxa de dividendos seja elevada em relação ao patrimônio líquido do fundo, mas depois a conta vem.”

Outro ponto destacado por Wainer recai sobre o impacto da inflação. “Quando pensamos no segmento residencial, estamos entusiasmados, mas temos que pensar se vamos conseguir repassar a inflação nos aluguéis – e isso vai depender de localização, se tem bastante demanda e se os custos estão controlados”, disse.

Algo que costuma ser muito considerado por investidores, mas que pode ser uma armadilha ao investir em FIIs, segundo Augusto Martins, do Credit Suisse (CSHG), é o dividend yield (o retorno com dividendos). Isso porque o múltiplo pode ser resultado de uma boa performance ou uma questão conjuntural – como alavancagem, desconto na taxa de administração, inflação em alta ou, até mesmo, renda garantida – que pode não perdurar.

Ele cita como exemplo um fundo de recebíveis imobiliários com ativos atrelados à inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), indicador que segue em forte alta no último ano, mas que deve arrefecer no futuro.

“Nos fundos de tijolo, a performance vem da valorização do imóvel. Nos [fundos] de papel, pode vir no curto prazo, na renda, e isso pode deixar o investidor míope”, diz.

O perfil de risco do investidor também é algo extremamente importante, segundo Martins, e pode ser uma armadilha. Isso porque ativos que oferecem maiores retornos costumam ter em suas origens atividades de maior risco, como é o caso dos papéis “high grade“, que oferecem remuneração mais alta, dado o risco elevado. “Mais que retorno, é preciso olhar se o risco está dentro do apetite do investidor.”

Ainda que os fundos imobiliários tenham maior liquidez que o mercado imobiliário tradicional, como na compra e venda de um apartamento, por exemplo, isso não significa que as operações de FIIs devam ter como foco o curto prazo, destacam os gestores.

“É importante lembrar que os FIIs são ativos de renda variável, precificados com base em taxa de juros, perspectiva de aluguel, relação de oferta e demanda – e tudo isso são premissas de longo prazo”, reforça Alexandre Rodrigues, sócio da Rio Bravo, que também participou do painel.

Para Martins, do CSHG, um investidor que tenha um prazo de investimento de três meses, por exemplo, não deve ir para o mercado de FIIs, mas ficar na renda fixa, em ativos pós-fixados (com retorno atrelado à taxa básica de juros).

Diante do cenário de maior volatilidade e grande incerteza, ainda faz sentido investir em FIIs? E como montar uma carteira neste contexto?

Na avaliação dos convidados do InfoMoney, o momento de queda dos mercados contribui para oportunidades na classe, como é o caso de fundos de galpões logísticos e de lajes corporativas bem localizados.

Na carteira do fundo de fundos imobiliários (FOF) da casa, que compra e vende cotas de outros FIIs, Martins, do CSHG, destaca que tem montado hedge (proteção) dentro da própria indústria de FIIs, de forma a se proteger do cenário de maior aversão ao risco, por meio de cotas de fundos de recebíveis imobiliários, os chamados fundos de papel.

“Diante do ciclo de aumento da taxa Selic, uma boa posição é a de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) pós-fixados, dado que não se tem um consenso de até onde a Selic pode ir, o que ajuda a proteger a carteira”, diz.

“No nosso FOF, alocamos parte razoável em um FII pós-fixado, que estava sendo negociado com desconto de 10% em relação ao valor patrimonial, e que tem trazido um retorno positivo para a carteira.”

Já Rodrigues, da Rio Bravo, recomenda cuidado com yields muito altos ao montar uma carteira, além de uma análise do risco por trás dos ativos. Montar uma seleção diversificada em perfil de imóveis, gestoras e ativos com alta liquidez também está entre as sugestões do gestor.

Ele diz gostar ainda de fundos de recebíveis pós-fixados e fundos de fundos, de forma a aumentar a proteção da carteira no cenário atual.

Novo Bolsa Família é o grande gatilho para o mercado, diz analista político da XP | InfoMoney

Para Richard Back, com o mundo político mais "heterodoxo", agentes econômicos esperam resultado do Auxílio Brasil para entender futuro do teto de gastos

SÃO PAULO – A pouco mais de um ano do primeiro turno das eleições, o apetite do mundo político por saídas heterodoxas na economia talvez tenha crescido na mesma proporção em que diminuiu a disposição de investidores por novas aventuras.

Esta é a avaliação que faz Richard Back, chefe de Estratégia Macro e Política da XP, que vê o mercado em compasso de espera e muito sensível ao noticiário de Brasília. Ele concedeu entrevista ao InfoMoney após anunciar os novos produtos da casa para as eleições de 2022 (veja os detalhes ao final da matéria).

Do projeto que trata da reforma do Imposto de Renda à PEC dos Precatórios, os agentes econômicos têm monitorado com atenção as movimentações do mundo político para entender como as contas públicas atravessarão o processo eleitoral e o que virá como resultado.

Para o especialista, os caminhos utilizados pelo governo federal para tirar do papel o Auxílio Brasil ‒ novo programa de transferência de renda que deverá substituir o Bolsa Família, ligado às gestões petistas ‒ darão as mais importantes sinalizações sobre o futuro das regras fiscais, sobretudo do teto de gastos.

“Estamos vendo um pouco mais de desenvoltura no campo menos ortodoxo em Brasília. As pessoas estão com menos receio de falar coisas que não diziam quando Paulo Guedes (ministro da Economia) estava mais empoderado. Ele próprio tem dito que não apita mais tanto no governo como no passado”, observa.

Desde que foi instituído, em 2016, o teto de gastos, apesar de referido como “super âncora fiscal” pela equipe econômica do governo federal, acumulou “goteiras”, com a exclusão de recursos da cessão onerosa, os gastos com o novo Fundeb ou mesmo com o auxílio emergencial. Hoje, discute-se a possibilidade de retirar parte das despesas com precatórios da regra fiscal.

No mercado, a liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ‒ um crítico aberto do teto de gastos ‒ nas pesquisas eleitorais e os esforços crescentes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de maximizar suas chances na disputa pela reeleição aumentaram o nível de ansiedade. Mas Back acha pouco provável uma ruptura neste momento.

“Isso dificilmente acontece. Mas vemos um carrinho por trás ou outro, como a história de discutir a política de preços da Petrobras”, afirma. “O governo tem que fazer coisas, mas coisas estruturais. Não adianta matar o mensageiro toda semana, tem que atacar os problemas. Isso não estamos vendo mais. É tudo no jeitinho. É um jeitinho para os precatórios, para fazer programa social, para fazer reforma do Imposto de Renda. É tudo no jeitinho para terminar o ano e para o máximo de benefício político em 2022”.

“O caso dos precatórios já vai para dois meses. O mercado não sabe ler o impasse, não sabe colocá-lo na conta. Com isso, entra em compasso de espera e os preços ficam muito sensíveis a qualquer notícia. Acho que o mercado tolera muito pouco desaforo. Estamos vendo estrangeiros olhando o Brasil um pouco torto. E os locais, que carregaram o mercado muitas vezes nos últimos anos, estão com muito menos estômago para tolerar desaforos fiscais que venham de decisões políticas. Isso deve ir para o preço muito mais do que já foi no passado: curva de juros empinando, dólar mais caro e Bolsa mais baixa”, avalia.

Para Back, os agentes econômicos esperam o resultado do novo Auxílio Brasil para entender, na prática, o peso do teto de gastos na atual conjuntura. “O teto está ali, mas já está cheio de goteira. Mas, se o novo Bolsa Família ficar fora, o mercado chega nessa conclusão: [o teto] não vale mais para nada e é uma regra que vai acabar servindo para controlar reajuste de servidor público”, diz.

Quanto à corrida pelo Palácio do Planalto, o especialista vê pouco espaço para uma “terceira via” crescer a ponto de ocupar uma das vagas para o segundo turno no lugar de Lula ou Bolsonaro. “O espaço para a viabilização dessas candidaturas é muito curto, eles têm que existir com muita força e muito rápido”, observa.

“A vida do centro, com mais ou menos candidatos, é complicada. O cenário de 2022 deve ser muito parecido com o de 2018. É Primeira Guerra Mundial: uma trincheira de cada lado trocando bombas e quem está no meio morreu. Difícil ver outra coisa acontecendo”, afirma.

O especialista vê hoje uma fotografia “muito ruim” para Bolsonaro na disputa, que, na sua leitura, tem tido dificuldade de se conectar com os reais problemas da população brasileira e apresentar soluções. Mas a presidência dispõe de instrumentos que devem fazer com que o mandatário se torne um candidato mais competitivo até o momento da eleição.

“Embora a foto seja ruim para Bolsonaro, o filme vai ser um pouco diferente. A cadeira tem muita força, muito dinheiro e poder. Bolsonaro tem militância, tem tamanho. É difícil ele não ir ao segundo turno”, avalia.

Já Lula ainda deve enfrentar alguma “correção” em seus índices. “[Hoje,] Ele não briga com ninguém, não apanha, está jogando solto, fazendo tudo no bastidor. E o antipetismo ainda vem a campo. Os ódios vão jogar mais [na eleição]“, pontua.

Confira os destaques da entrevista:

InfoMoney: Com as pesquisas de hoje, muitos analistas veem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva um passo à frente na corrida eleitoral de 2022. O presidente Jair Bolsonaro aparece na segunda posição, à frente dos demais adversários, que tentam construir espaço para uma “terceira via” no pleito. Qual é a sua leitura do tabuleiro eleitoral a um ano da disputa?

Richard Back: A fotografia é muito ruim para Bolsonaro. Há uma série de problemas que ele precisa superar para ser mais competitivo como já foi. Mas acho que equilibra [até a eleição]. Embora a foto seja ruim para Bolsonaro, o filme vai ser um pouco diferente, porque a cadeira tem muito peso.

Gosto sempre de lembrar da Dilma em 2013. Ela teve muita dificuldade, manifestações, preços explodindo, e ganhou a eleição. A cadeira tem muita força, tem muito dinheiro, poder. E Bolsonaro tem militância, tem tamanho.

Na minha visão, Bolsonaro tem todas as possibilidades de ir [ao segundo turno]. Vai acertar o Auxílio [Brasil], vão fazer as coisas que tiverem que fazer, como Dilma em 2014. É difícil ele não ir ao segundo turno.

Mas Bolsonaro está muito desconectado do debate da vida das pessoas. As pessoas estão mais pobres, desempregadas, em uma situação mais complicada e, até poucos dias, ele estava discutindo voto impresso com o STF. Isso não conecta com a vida de ninguém. Mas ele vai se conectar.

Lula está lá em cima, mas tem uma correção por vir, porque ele não briga com ninguém, não apanha, está jogando solto, fazendo tudo no bastidor. E o antipetismo ainda vem a campo. Os ódios vão jogar mais [na eleição]. Vai ser uma eleição feia. A foto está correta, as pesquisas estão certas, mas o filme muda. Vai ser mais brigado do que parece.

IM: Três semanas atrás, o país estava discutindo a crise institucional e o risco de ameaças à democracia. A temperatura baixou após declarações de Bolsonaro e principalmente a carta articulada pelo ex-presidente Michel Temer. Na resposta anterior, o senhor destacou a necessidade de o presidente se conectar aos reais problemas da população. Como isso pode contribuir para reduzir a intensidade dos choques entre os Poderes?

RB: O Brasil gosta dessas discussões [de crises institucionais], para o bem ou para o mal. Em 2010, lembro que houve a discussão sobre o terceiro mandato de Lula. Agora, tinha essa do Bolsonaro ‒ ‘vai dar golpe’, ‘não vai dar golpe’. Particularmente, eu nunca comprei essas histórias de golpe, o que não significa que não possa haver bagunça.

Supondo que Bolsonaro ganhe a eleição, a bagunça é menor, porque ele já está ali e seria mais uma arrumação de poderes. Ele deve ter muita dificuldade no primeiro ano, porque o Congresso vai estar muito forte ‒ talvez mais do que agora ‒ e a eleição vai ser muito brigada. Não seria o mesmo clima de 2018. Há muito risco de o novo governo Bolsonaro ficar velho já no primeiro ano. É um problema para qualquer um, como foi para Dilma em 2015.

Se Lula ganhar, nunca acreditei na tese de que Bolsonaro vai liderar um golpe ou algo do tipo, mas acho que algum nível de bagunça podemos ver. Esses caminhoneiros que estavam com Bolsonaro no 7 de setembro ‒ e só não fizeram greve porque ele foi para cima e desmobilizou… Qual é o incentivo para não fazerem bagunça se Lula ganhar? Mas acho muito difícil um golpe clássico, com Bolsonaro pegando tanques e colocando o país de joelhos. Em 2021? Não acho.

Mas também temos que nos lembrar da tradição brasileira. Nossa história democrática não é nenhuma Brastemp. Muitos presidentes ganharam a eleição e tiveram que batalhar para assumir e batalhar para não cair. A ideia de que o Brasil é um país tranquilo é uma falácia, nossa história política é de briga, revolução, confusão. Acho que 2022 não vai ser muito diferente disso.

IM: As alternativas que Bolsonaro tem à disposição para maximizar suas chances de reeleição entraram especialmente no radar do mercado nas últimas semanas, com o debate sobre o Auxílio Brasil e mesmo os preços dos combustíveis. Até onde vai essa ambição e quais são os limites de tolerância do mercado para esses movimentos?

RB: Estamos vendo um pouco mais de desenvoltura no campo menos ortodoxo em Brasília. As pessoas estão com menos receio de falar coisas que não diziam quando Paulo Guedes estava mais empoderado. Ele próprio tem dito que não apita mais tanto no governo como no passado.

Romper o teto, mudar regras mais essenciais: isso dificilmente acontece. Mas vemos um carrinho por trás ou outro, como a história de discutir política de preços da Petrobras. Você pode e deve discutir qualquer assunto, é da democracia. Agora, não pode discutir os assuntos no calor do momento e com resoluções que são só contra a empresa. Parece que é a Petrobras que está decretando os preços. Ou essa coisa falsa de que os governadores estão cobrando mais ICMS. Estão coisa nenhuma, continua tudo igual. O preço das coisas é que aumentou.

Há, portanto, mais disposição em Brasília para fazer coisas esquisitas do ponto de vista econômico. Mas acho que não há muita capacidade de execução. A reforma do Imposto de Renda, por exemplo, cujo texto aprovado na Câmara é bastante questionável, e o Senado está segurando, discutindo com muito menos pressa. O Senado é um anteparo importante.

E tem a vida real: não adianta fazer 10 auxílios. Isso vai puxar a inflação e comer o poder de compra dos auxílios. Volta como bumerangue lá na frente. A inflação já está agressiva. Se aumentar agora, em maio já está comendo essa mesma renda.

O governo tem que fazer coisas, mas coisas estruturais. Não adianta ficar matando o mensageiro toda semana, tem que atacar os problemas. Isso não estamos vendo mais. É tudo no jeitinho. É um jeitinho para os precatórios, para fazer programa social, para fazer reforma do Imposto de Renda. É tudo no jeitinho para terminar o ano e para o máximo de benefício político em 2022.

O caso dos precatórios já vai para dois meses. O mercado não sabe ler o impasse, não sabe colocá-lo na conta. Com isso, entra em compasso de espera e os preços ficam muito sensíveis a qualquer notícia. Acho que o mercado tolera muito pouco desaforo. Estamos vendo estrangeiros olhando o Brasil um pouco torto. E os locais, que carregaram o mercado muitas vezes nos últimos anos, estão com muito menos estômago para tolerar desaforos fiscais, que venham de decisões políticas. Isso deve ir para o preço muito mais do que já foi no passado: curva de juros empinando, dólar mais caro e Bolsa mais baixa.

IM: Desde a vigência, o teto de gastos sofreu flexibilizações, seja com a exclusão de recursos da cessão onerosa, gastos com o novo Fundeb ou mesmo com o auxílio emergencial. Hoje, discute-se a possibilidade de retirar parte das despesas com precatórios da regra fiscal. O que seria o rompimento do teto para investidores locais e estrangeiros? Qual seria o sinal de que a regra não vale mais? Já que dificilmente haveria uma decretação formal para isso.

RB: O teto está ali, mas já está cheio de goteira. Mas, se o novo Bolsa Família ficar fora, o mercado chega nessa conclusão: [o teto] não vale mais para nada e é uma regra que vai acabar servindo para controlar reajuste de servidor público.

O grande gatilho para o mercado é como vai ficar a história do novo Bolsa Família. Se ficar dentro do teto, há um controle mais robusto. Se ficar fora, nós mesmos vamos dizer aos nossos clientes que está fora, não volta nunca mais e só não vão tirar mais coisas porque não dá tempo.

IM: Lula já fez diversas críticas ao teto de gastos, é uma pauta de muito peso para o PT. O que pode vir de política econômica em eventual governo Lula? Há espaço para alguma regra fiscal que repare eventual desmonte do teto?

RB: Lula ainda não montou um entorno. As pessoas estão falando por aí, mas não representam Lula tampouco a campanha. O que circula é uma ideia parecida com o que era o PAC, que saía do cálculo das despesas primárias. Temos bastante gente defendendo um programa de investimentos, para gerar emprego e o Estado dar um impulso. É mais ou menos o que Rogério Marinho (ministro da Integração Regional) estava propondo no ano passado.

Um eventual governo Lula também vem com uma pegada de reparação social, de ajudar as pessoas mais pobres, muito forte, como foi em 2002. Mas naquela época tinha o [Antonio] Palocci, que representava ideias muito próximas ao mercado e a situação econômica era muito mais fácil de manejar do que será em 2023. Essa veia social é muito forte, então dá para imaginar um programa social mais robusto fora do teto [de gastos] sem muita dificuldade.

Outro ponto importante é que os governadores do PT no Nordeste tendem a ter mais espaço com Lula, porque ele vai ter uma campanha muito forte lá. E esses governadores fizeram reforma da Previdência, teto de gastos… Não é gente que está chegando no Lula e pedindo revolução socialista, é gente que tem experiência de manejar orçamentos grandes e que tem experiência de superávit, de reforma. Acho vai ter algo de não brigar com a economia ou brigar com o mercado e a economia no limite do que precisam para fazer essas outras coisas que acham importantes para o programa.

Lula vai tentar compor esses interesses. Não adianta fazer um programa social com dólar a R$ 15,00. O dólar vai puxar a inflação e vai atingir as pessoas mais pobres. E inflação é um tema muito importante para o Lula. Todos que estão perto dele dizem que ele parte da análise econômica a partir do controle da inflação.

As pessoas confundem governo Lula com governo Dilma, mas tem muita diferença, principalmente no campo econômico. Lula foi muito mais conservador do que Dilma nessa área. Ele foi mais pró-mercado e a Dilma foi muito mais ideológica. O Lula I foi quase 100% pró-mercado. O Lula II já foi mais parecido com a Dilma. Lula III seria uma mistura do Lula II com preocupações do Lula I, mas muita gente do PT com vontade de reeditar uma Dilma.

IM: Bolsonaro é muito mal avaliado pelo eleitor no enfrentamento à Covid-19 e a CPI da Pandemia tem produzido munição que deverá ser usada contra o governo na campanha eleitoral. Como a variável Covid-19 entra nas projeções políticas da XP?

RB: As campanhas vão usar muito do material da CPI para bater em Bolsonaro. Assim como a pandemia em si, que tem um efeito político contra Bolsonaro evidente. Quem perdeu amigos, familiares… Há um bolo de coisas que não vai se dissipar. Isso tirou eleitores de Bolsonaro.

Ficou uma fração mínima dizendo que não ia se vacinar, que não estava preocupada com a pandemia nos momentos mais agudos. Ficou com ele a militância mais dura. O resto das pessoas espalhou. Podem voltar a votar em Bolsonaro por outras razões, mas ele perdeu muitos votos pela pandemia e vai apanhar na eleição do ano que vem.

A pandemia vai ser um debate importante [na eleição], mas tenho dúvidas se vai ser o debate central. A vacina vai ter avançado muito mais, a gente vai terminar o ano com a maioria das pessoas tomando a segunda dose, muita gente tomando a terceira.

Bolsonaro vai passar um pedaço do ano que vem se defendendo, porque vão tentar colocá-lo na defensiva muitas vezes com isso. Já é um problema para Bolsonaro, mas o maior dos problemas dele é a eleição. A Covid não necessariamente tira a eleição dele, mas a economia tira.

IM: E é possível ser um candidato competitivo em caso de risco de apagão? Qual é o peso da variável da crise hídrica no processo?

RB: Tem que ver se vai ter mesmo apagão, porque os especialistas em energia têm divergências se vai ter “apaguinho”, blecaute, luz em uma fase só ou apagão de verdade. Isso desorganiza bastante a economia. Se tiver apagão, complica muito fortemente a situação de Bolsonaro. Mas, ainda assim, acho que chega forte no ano que vem, porque ele tem um componente conservador e de eleitores conservadores que o carregam. Um percentual de 15% para 20%.

Não precisa de muita coisa para ele estar no segundo turno. Por isso, acho que esse debate da terceira via é meritório, tem espaço, mas sou muito cético que algum desses nomes consiga se construir com a força que se constroem Lula e Bolsonaro.

Se um desses candidatos consegue passar para 10/15%, começa a ficar sério. Mas está tão difícil isso acontecer que vai chegar em setembro de 2022 e quem não gosta de Lula e o vê como risco vai votar em Bolsonaro. Do outro lado a mesma coisa: quem não quer Bolsonaro reeleito de jeito nenhum vai votar em Lula.

Nós vimos isso na eleição de 2018. Meirelles, Marina, Alckmin: todo mundo derreteu. Não é novidade, vai acontecer de novo no ano que vem. O espaço para a viabilização dessas candidaturas é muito curto, eles têm que existir com muita força e muito rápido.

IM: E hoje os incentivos são muito baixos para a convergência em torno de uma candidatura.

RB: Não tem. E também tem a conta das bancadas: todo mundo tem que fazer bancada de deputados. As pessoas olham mais a movimentação dos candidatos à presidência, mas tem que ver se a conta de deputados faz sentido ou não, como fica a distribuição de fundo partidário para essas campanhas. Essa conta ainda não está feita.

Nem todos vão para a disputa, mas mesmo assim [é difícil]. Em um cenário pequeno com 5 candidatos ‒ Lula, Bolsonaro, Ciro, representante do PSDB e outro nome ‒, os últimos três vão brigar entre si para existir, porque os outros dois já existem. O Ciro existe um pouco mais do que eles, mas não é à toa que o vemos com bíblia na mão, dirigindo caminhão… Está fazendo qualquer coisa para aparecer, porque tem um elefante na esquerda chamado Luiz Inácio Lula da Silva, que vai dar trabalho para ele.

A vida do centro, com mais ou menos candidatos, é complicada. O cenário de 2022 deve ser muito parecido com o de 2018. É Primeira Guerra Mundial: uma trincheira de cada lado trocando bombas e quem está no meio morreu. Difícil ver outra coisa acontecendo. Infelizmente, porque para o debate da eleição seria ótimo se os outros candidatos tivessem tamanho.

Foi o que aconteceu na eleição da Alemanha. Os candidatos tinham mais ou menos o mesmo tamanho e tiveram que falar sobre o país, discutir os pontos. No Brasil, acho que vamos discutir mais a pancadaria entre as duas candidaturas grandes e, de vez em quando, discutir o Brasil quando der tempo.

O time de análise política da XP organizou uma nova estrutura para a cobertura das próximas eleições. Além da parceria com o Ipespe, que rendeu o primeiro produto de pesquisa com periodicidade fixa no país, a ideia é desenvolver novas ferramentas para embasar as análises da corrida ao Palácio do Planalto.

Back explica que o objetivo é lançar luz sobre o maior número possível de variáveis que possam ser decisivas no processo. “A ideia é funcionarmos como uma campanha eleitoral, mas sem entregar panfleto. Devemos funcionar como a inteligência de uma campanha eleitoral, inclusive com marqueteiro”, diz.

A XP Política trabalha na estruturação de cinco ferramentas principais de inteligência eleitoral para oferecer em 2022:

1. Sala de situação
Estruturação de um espaço físico na empresa, com telas, mapas e central de monitoramento de notícias, pesquisas e redes sociais. O espaço servirá para transmissões ao vivo, reuniões e recepção de visitantes.

2. Marqueteiros
Contratação de um time de marqueteiros com experiência em campanhas presidenciais para interpretar movimentos, discursos e gestos dos candidatos. Os especialistas ajudarão na construção de cenários eleitorais, na avaliação dos impactos de acontecimentos políticos sobre as campanhas e na avaliação de estratégias adotadas.

3. Monitoramento de redes sociais
Acompanhamento avançado do comportamento das redes sociais, com análise de sentimento geral, rankings e alertas de tudo que acontece nas principais plataformas digitais – variável fundamental para o resultado eleitoral em 2018.

Além do acompanhamento de Facebook e Twitter, também será oferecida análise sobre o comportamento de grupos abertos de Whatsapp, rede muito utilizada pelos eleitores no compartilhamento de informações ao longo do processo.

4. Acompanhamento setorial
Monitoramento e análise dos programas de governo, propostas e dos discursos diários dos candidatos e figuras relevantes das campanhas. Também será oferecido um acompanhamento dos principais assuntos de interesse do mercado e avaliações sobre a possível configuração do Congresso Nacional a partir de 2023.

5.Hub de pesquisas
A XP Política manterá a parceria com o Ipespe, dobrando o número de entrevistas em relação às últimas eleições, para 82.600.

Também haverá um aumento na periodicidade dos levantamentos: quinzenais a partir de janeiro; semanais de maio em diante; e diários no formato de trackings a partir de agosto, com divulgação de dados consolidados às sextas-feiras.

Outros institutos serão contratados para fazer pesquisas eleitorais quantitativas, de comportamento dos eleitores e percepção sobre os candidatos.

Pesquisas qualitativas, usadas pelas campanhas para avaliar preocupações, reações e impressões de grupos de eleitores, também serão oferecidas. Está nos planos a contratação de ao menos 68 sessões com grupos focais.

Completando a lista dos produtos, será construído, com as devidas ponderações científicas, um painel online com uma amostra de eleitores, para monitoramento dinâmico das reações ao longo do processo eleitoral e dos assuntos em destaque.

Fundos imobiliários: especialistas explicam como montar uma carteira do zero | InfoMoney

As etapas envolvem desde a avaliação do perfil do investidor até a definição de quantos FIIs comprar; veja como escolher os papéis

SÃO PAULO – Uma carteira capaz de gerar renda recorrente e enfrentar os períodos de maior volatilidade do mercado financeiro é o sonho de qualquer investidor. A tarefa pode parecer difícil, mas seguindo alguns passos a chance de sucesso é maior. O assunto foi tema do Liga de FIIs desta semana, produzido pelo InfoMoney e apresentado por Maria Fernanda Violatti, analista de research e real estate da XP, e Thiago Otuki, economista do Clube FII. O programa contou ainda com a participação de Thomaz Merluzzi, head de FIIs e B2C da XP.

Antes de se dedicar a montar uma carteira, o investidor deve entender o que um fundo imobiliário é – e também o que não é. Os FIIs são investimentos de renda variável, e seu valor oscila ao longo do tempo. Os ganhos para os cotistas, muito frequentemente obtidos a partir do aluguel dos imóveis detidos pelos fundos, são divididos entre os participantes proporcionalmente ao número de cotas que cada um possui. É comum que os fundos imobiliários paguem rendimentos mensalmente.

Entendido o funcionamento do fundo imobiliário, é hora de o investidor avaliar seu perfil e objetivos. “Um jovem de 30 anos que quer montar uma carteira previdenciária terá, com certeza, um portfólio diferente de alguém com 70 anos”, explica Otuki.

O perfil do investidor é aferido pelas corretoras de valores por meio de um processo conhecido como suitability. Ao abrir uma conta, o cliente preenche um formulário que ajuda a medir seu nível de tolerância ao risco. “Podemos ter a melhor classe de ativos do mundo, mas se nos desesperarmos em um momento de volatilidade, tomaremos uma decisão errada e, provavelmente, teremos prejuízos nos nossos investimentos”, alerta Merluzzi, da XP.

O perfil do investidor é importante para definir a participação e a estratégia dos fundos imobiliários incluídos na carteira. No portfólio de alguém com estilo moderado, um FII “de papel” – que investe em títulos ligados ao mercado imobiliário – pode ter a função de acrescentar risco e potencial de ganho à carteira, em comparação com os outros ativos, diz Merluzzi. Já para um investidor agressivo, o mesmo fundo imobiliário pode assumir um papel defensivo.

A dúvida sobre a quantidade ideal de ativos em uma carteira de investimentos é recorrente. Essa definição, na visão dos especialistas, envolve o conceito de risco sistemático e risco não sistemático.

O risco sistemático é aquele que atinge toda a carteira, independentemente de quais são os ativos incluídos nela. Os efeitos da pandemia do coronavírus, que afetou a maior parte dos mercados de risco de um modo ou de outro, são um exemplo desse tipo de risco. O risco não sistemático, por sua vez, pode ser atenuado, já que costuma atingir apenas um segmento entre vários.

A diversificação da carteira existe exatamente para atenuar estes riscos. “Tendo entre 10 e 15 fundos, você elimina por completo esse risco não sistemático”, diz Otuki. “A partir do 15º fundo, seu ganho em termo de redução de risco é mínimo, e a chance de você comprometer o controle desta quantidade de ativos aumenta”.

A escolha de um ativo jamais deve se basear em apenas um indicador, sugerem os especialistas. Quem hoje avalia apenas o valor patrimonial de um fundo imobiliário, por exemplo, pode ficar atraído pelo desconto que ele sinaliza – e deixar de prestar atenção nos demais aspectos, como a composição da carteira ou a distribuição de dividendos.

No caso dos fundos “de tijolo”, como os que investem em escritórios, shoppings e ativos logísticos, é preciso verificar fatores como o prazo dos contratos, a qualidade e a capacidade dos imóveis de gerar renda, quem são os inquilinos e quais são os níveis de vacância. “É positivo se o imóvel tiver uma capacidade de ocupação rápida e se a vacância é algo momentâneo. Se for muito elevada, aí é um sinal de alerta”, explica Maria Fernanda, da XP.

Em relação aos fundos “de papel”, o investidor deve avaliar o risco de crédito dos títulos imobiliários, a qualidade de gestão e a diversificação, além de indicadores como o P/VPA, que representa a relação entre o preço das cotas e seu valor patrimonial. Segundo Otuki, nessa classe de FIIs o P/VPA reflete de maneira mais fiel o valor real do fundo imobiliário, o que não é sempre verdade no caso dos FIIs de “tijolo”.

Taxa de desemprego recua para 13,7% em julho, dado melhor do que o esperado, aponta IBGE | InfoMoney

A expectativa mediana do consenso Refinitiv era de taxa de desemprego de 13,9% em julho. 

A taxa de desocupação foi para 13,7% no trimestre fechado em julho, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa foi uma redução de 1,0 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em abril. Isso corresponde a 14,1 milhões de pessoas na fila em busca de um trabalho no país.

O dado foi melhor do que o esperado. A expectativa mediana do consenso Refinitiv era de taxa de desemprego de 13,9% em julho.

Na véspera, foram divulgados os dados de agosto do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), com a abertura líquida de 372.265 vagas de trabalho com carteira assinada. A criação de vagas foi novamente puxada pelo desempenho do setor de serviços no mês, com a criação de 180.660 postos formais, seguido pelo comércio, que abriu 77.769 vagas.

Com relação aos dados apresentados pelo IBGE nesta quinta, o recuo na taxa foi influenciado, principalmente, pelo aumento no número de pessoas ocupadas (89,0 milhões), que avançou 3,6%, com mais 3,1 milhões no período. Com isso, o nível de ocupação subiu 1,7 ponto percentual para 50,2%. “Essa é a primeira vez, desde o trimestre encerrado em abril de 2020, que o nível de ocupação fica acima de 50%, o que indica que mais da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país”, destaca a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

Houve um aumento no emprego com carteira assinada no setor privado e nos postos de trabalho informais, com a manutenção da expansão do trabalho por conta própria sem CNPJ e do emprego sem carteira no setor privado. Isso fez, inclusive, com que a taxa de informalidade subisse dos 39,8% do trimestre móvel anterior para 40,8%, no trimestre encerrado em julho.

O emprego com carteira assinada avançou 3,5%, com mais 1,0 milhão de pessoas, totalizando 30,6 milhões no trimestre até julho. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o contingente aumentou 4,2%, com mais 1,2 milhão de pessoas. É o primeiro aumento no emprego com carteira, desde janeiro de 2020, na comparação anual.

O número empregados no setor privado sem carteira (10,3 milhões) cresceu 6,0% na comparação com o trimestre móvel anterior. Em um ano, esse contingente subiu 19,0% ou 1,6 milhão de pessoas.

O trabalho por conta própria manteve a trajetória de crescimento e atingiu o patamar recorde de 25,2 milhões de pessoas, um aumento de 4,7%, com mais 1,1 milhão de pessoas. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o contingente avançou 3,8 milhões, alta de 17,6%. “Essa é a forma de inserção na ocupação que mais vem crescendo nos últimos trimestres na PNAD Contínua, embora o trabalho com carteira assinada comece a ter resultados mais favoráveis”, acrescentou Adriana Beringuy.

O trabalho doméstico aumentou 7,7%, somando 5,3 milhões pessoas. Frente ao mesmo período do ano anterior, cresceu 16,1%, um adicional de 739 mil pessoas. As expansões trimestral e anual foram as maiores em toda em toda a série histórica da ocupação dos trabalhadores domésticos.

Já as categorias dos empregadores (3,7 milhões) e dos empregados do setor público (11,8 milhões) não tiveram variações significativas nas duas comparações.

Em um ano, a população ocupada cresceu 7,0 milhões no país. Adriana Beringuy observa, contudo, que esse crescimento, embora muito significativo, tem como base de comparação o mesmo trimestre de 2020, quando a ocupação ainda era bastante afetada pela pandemia. “Embora tenha havido um crescimento sucessivo ao longo dos trimestres, mostrando recuperação da ocupação, a população ocupada segue inferior ao período pré-pandemia em cerca de 5,0 milhões de pessoas”, disse a analista do IBGE.

(com Agência de notícias do IBGE)

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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Saúde vai abolir intervalo para vacinação contra Covid-19 e gripe | InfoMoney

A informação foi confirmada pelo ministro Marcelo Queiroga

O Ministério da Saúde recomendou a suspensão do intervalo entre a aplicação das vacinas contra a Covid-19 e contra o vírus Influenza, causador da gripe. A informação foi confirmada pelo titular da pasta, Marcelo Queiroga, em rede social.

“Proteção em dose dupla: a nova recomendação do @minsaude retira o intervalo entre as vacinas da influenza e da #Covid19. A vacina da gripe pode ser aplicada a partir dos 6 meses de vida. Toda população pode ir a um posto de saúde e garantir sua imunização contra a gripe!, disse Queiroga por meio de sua conta no Twitter.

O ministro não informou quando a nova recomendação vai começar a valer. A decisão foi tomada após reunião da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), que recomendou ao Ministério da Saúde o fim do prazo mínimo para a aplicação entre as vacinas, com o objetivo de aumentar a vacinação contra as duas doenças.

Atualmente, o Programa Nacional de Imunização (PNI) diz que o intervalo entre a vacinação contra a Covid-19 e o do imunizante contra a Influenza deve ser de, no mínimo, 14 dias. O intervalo também vale para as outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação.

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ANS autua Prevent Senior por "indícios de infração" | InfoMoney

Operadora tem dez dias para apresentar defesa

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autuou a operadora de saúde Prevent Senior por, supostamente, deixar de comunicar os seus pacientes sobre o uso de remédios do chamado “kit Covid” que, segundo especialistas, não têm eficácia comprovada contra o coronavírus.

Em nota, o órgão federal responsável por regular o setor de assistência médica particular informou que constatou “indícios de infração” cometida pela empresa, alvo de um processo de apuração instaurado para verificar se os médicos que trabalham para a Prevent Senior foram induzidos a prescrever o “kit Covid”.

No último dia 17, servidores da ANS fizeram uma diligência em escritórios e unidades hospitalares da operadora.

A ação ocorreu poucos dias após jornalistas tornarem pública a informação de que profissionais que prestam ou prestaram serviço à empresa entregaram à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado um dossiê em que acusam a direção da Prevent Senior de cometer uma série de irregularidades, entre elas, o cerceamento da autonomia médica e a proposital falta de esclarecimentos aos pacientes.

“A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informa que, no curso das apurações relacionadas a denúncias contra a Prevent Senior, foram verificados elementos que contradizem a versão inicial apresentada pela operadora”, informou o órgão em nota divulgada na noite dessa terça-feira (28).

“Foram constatados indícios de infração para a conduta de “deixar de comunicar aos beneficiários as informações estabelecidas em lei ou pela ANS”, tipificada no art. 74 da Resolução Normativa nº 124 de 2006, e [por isso] a ANS lavrou um auto de infração na tarde do dia 27/09/2021. A operadora tem 10 dias contatos a partir dessa data para apresentar sua defesa”, concluiu a agência.

Consultada pela Agência Brasil, a Prevent Senior informou que prestará todos os esclarecimentos para a ANS dentro do prazo estabelecido. E garantiu não ter omitido aos pacientes as devidas informações sobre os tratamentos prescritos em suas unidades.

Na semana passada, o diretor executivo da operadora, Pedro Benedito Batista Júnior, já tinha negado a acusação de sonegação de informação a pacientes.

Ao depor à CPI da Covid, o executivo acusou ex-funcionários de manipularem informações a fim de prejudicar a empresa, que, segundo ele, vem sofrendo “acusações infundadas” desde o início da pandemia.

Júnior também negou que a Prevent Senior tenha ocultado mortes de pacientes em um relatório sobre os efeitos da aplicação dos medicamentos do Kit Covid, documento que, a rigor, não pode ser considerado uma pesquisa ou estudo, já que não tinha autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).

Sobre afirmações falsas de que a cloroquina (um dos itens do Kit Covid) garantiria “100% de cura” a pessoas infectadas pelo novo coronavírus, Júnior afirmou que “não existe qualquer medicação milagrosa”.

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Powell reitera que Fed está perto de alcançar critérios necessários para tapering | InfoMoney

Desde 2020, o Fed compra mensalmente US$ 80 bilhões em Treasuries, títulos da dívida americana, e US$ 40 bilhões em bônus atrelados a hipotecas.

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, reiterou nesta quarta-feira, 29, que a instituição está perto de atingir o “progresso substancial” necessário para o começo do chamado tapering, o processo de redução gradual das compras de ativos.

Desde 2020, quando a pandemia de covid-19 passou a afetar a economia, o Fed compra mensalmente US$ 80 bilhões em Treasuries, títulos da dívida americana, e US$ 40 bilhões em bônus atrelados a hipotecas.

O objetivo desse programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) é manter as condições financeiras estáveis, com redução dos juros de longo prazo, o que permite a continuidade do fluxo de crédito para empresas e famílias.

Após a reunião de política monetária mais recente do Fed, neste mês, Powell indicou que o começo do encerramento do programa pode ser anunciado oficialmente em novembro.

Nesta quarta, no evento, o dirigente ponderou que uma elevação da taxa básica de juros, atualmente na faixa entre 0% e 0,25% ao ano, ainda está longe de ocorrer.

“O Fed está se voltando para o processo de normalização monetária de forma cuidadosa”, declarou.

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Doria reage e pede que Lira questione Petrobras sobre alta no combustível | InfoMoney

Governador paulista negou que o preço seja responsabilidade do ICMS

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reagiu nesta quarta-feira às declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com relação à cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), considerada pelo governo federal como o principal responsável pelo alto preço do combustível no País. Doria negou que o preço seja responsabilidade do ICMS, e sugeriu que Lira indique à Petrobras o porquê dos aumentos constantes do combustível.

“Quem fixa o preço do combustível no Brasil não são os Estados, os governadores, nem mesmo o ICMS, é a Petrobras. A Petrobras, neste momento, pertence ao governo federal”, afirmou Doria, nesta quarta-feira. “Recomendo ao deputado Arthur Lira que indague à Petrobras o porquê dos aumentos constantes nos combustíveis, não só combustíveis nos postos, como também o preço do gás, para o consumidor e para uso industrial.”

Na terça-feira, 28, enquanto acompanhava o presidente Jair Bolsonaro em agenda em Alagoas, o presidente da Câmara mostrou o alinhamento com o discurso do Palácio do Planalto, ao culpar os governadores pelo acréscimo do preço do insumo. “Sabe o que é que faz o combustível ficar caro? São os impostos estaduais”, disse.

Além de pedir maior sensibilidade de dirigentes estaduais com relação ao tema, Lira declarou que os governadores têm de dar “sua cota de sacrifício”. “Estão arrecadando muito neste momento de pandemia.”

O secretário da Fazenda e Planejamento do Estado, Henrique Meirelles, falou na mesma linha do governador de São Paulo e disse que o ICMS não tem mudado ao longo dos anos e que tem acompanhado o preço da gasolina e do óleo diesel fixado pela Petrobrás.

Meirelles também criticou a proposta de fixar o preço do ICMS que foi enviada para o Congresso. Segundo o secretário, a proposição tem várias falhas e não combate o problema principal, que é a flutuação de preços da estatal.

Para o secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo, o projeto apenas diminuiria a arrecadação dos governos dos Estados, o que impacta, diretamente, nos investimentos para a área de saúde, educação e segurança.

Ainda segundo Meirelles, uma possível solução para frear a subida no preço dos combustíveis seria a diminuição da margem de lucro dos acionistas da Petrobras. “A empresa já está com lucro extraordinário e vai continuar tendo lucro sobre combustível. É só baixar um pouco isso, diminuir um pouco os repasses dos lucros ao governo federal, que é o principal acionista, e aos acionistas privados, que estão recebendo livremente o fluxo de dividendos”, explicou.

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