Uma das lojas de departamento mais icônicas de São Paulo — e do Brasil, de certa forma — está prestes a “ressuscitar”: o Blue Group, controlador da rede Marabraz, revelou que o Mappin vai voltar na próxima segunda-feira (10) como comércio eletrônico. Mas por que esse retorno chama tanta atenção?
Quem nasceu por volta dos anos 2000 ou depois, no máximo, só ouviu falar do Mappin: a empresa faliu em 1999. Se ainda estivesse na ativa, a rede teria completado 100 anos de existência em 2013.
Sob o nome Mappin Stores e com foco nas classes sociais mais abastadas, a primeira loja foi inaugurada em 1913, na região central de São Paulo (SP). Naquela época, a cidade tinha cerca de 300 mil habitantes, portanto, dá para dizer que a empresa cresceu junto com o desenvolvimento da capital paulista.
A expansão dos negócios fez o Mappin mudar a sua loja para um ponto estratégico em 1939: a Praça Ramos de Azevedo, bem ao lado do Theatro Municipal de São Paulo — até hoje, um dos cartões-postais da cidade, a despeito da degradação da região.
No decorrer da sua história, o Mappin foi precursor de várias inovações para o comércio. A empresa foi um das primeiras a adotar a modalidade de crediário, por exemplo. Isso na década de 1950, época em que a loja já estava orientada a vendas de itens populares.
Os anos seguintes foram de bastante crescimento, com destaque para as décadas de 1980 e 1990. A rede era tão popular que chegou a ser considerada um dos símbolos de São Paulo. Não por acaso, em 1995, o Mappin já tinha 12 lojas, todas próprias.
Só que, naquela época, a saúde financeira do Mappin já não era das melhores. Um dos vários problemas que empresa tinha era o de ter que lidar com milhares de fornecedores, dada a variedade de itens que as suas lojas vendiam.
Em 1996, o Mappin foi vendido para o empresário Ricardo Mansur. A partir daí, a companhia rolou ladeira abaixo. A situação do Mappin não era confortável, mas também não era crítica. Porém, com a administração Mansur, a companhia mergulhou em um mar de dívidas.
Uma série de operações financeiras arriscadas e enganosas levou o Mappin à falência em 1999. Ricardo Mansur chegou a ser condenado por gestão fraudulenta, mas segue solto até hoje.
Depois do encerramento das operações, nenhuma outra rede conseguiu ter a sua identidade tão bem associada a São Paulo quanto o Mappin.
Mappin na década de 1980
Há anos que circulam rumores sobre o retorno do Mappin como loja online. Mas parece que agora vai: a Marabraz adquiriu a marca Mappin em 2009 e, como já dito, pretende iniciar as operações de comércio eletrônico na próxima semana. Cerca de R$ 4 milhões foram investidos para a criação da plataforma.
Na fase inicial, cerca de 15 mil itens estarão à venda, todos ligados aos segmentos de cama, mesa e banho, utilidades domésticas, decoração e móveis. Com relação a esta última categoria, está nos planos oferecer uma linha exclusiva de móveis com o selo Mappin.
Também há planos de permitir que o site do Mappin funcione como um marketplace a partir do próximo semestre, o que deve fazer a loja mostrar mais de 500 mil itens em suas páginas.
Por ora, o site do Mappin exibe apenas um aviso de que a loja voltará em breve, além de uma página com um breve histórico da empresa.
Com informações: G1, Folha de S.Paulo, SP in Foco.
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