sexta-feira, 14 de junho de 2019

Review TV 4K Samsung RU7100: o básico ficou mais completo [análise/vídeo] - Tecnoblog

A nova TV 4K de entrada da Samsung responde pelo código de modelo RU7100 e não perdeu as raízes das gerações passadas: ela tenta entregar uma qualidade de imagem boa o suficiente para a maioria das pessoas, tem design com bordas finas que esconde os cabos e está disponível em vários tamanhos, de 43 a 75 polegadas, sem custar os olhos da cara.

Mas o modelo de 2019 ganhou boas novidades, como conexão Bluetooth para os seus gadgets sem fio, Controle Remoto Único que funciona com aparelhos de qualquer marca e até tecnologias da Apple de fábrica, como iTunes e AirPlay 2. Será que vale a pena comprar uma Samsung RU7100? Eu testei a versão de 55 polegadas nas últimas semanas e conto minhas impressões nos próximos minutos.

O design da RU7100 é idêntico ao da NU7100. E quando eu digo idêntico, é idêntico mesmo. Então, assim como fez a Samsung, eu apenas repito o que já falei na geração passada:

Ela é construída totalmente em plástico na cor preta e tem uma base formada por dois pés em formato de “V”. Uma adição interessante em relação ao televisor de 2017, a MU6100, é a presença de pequenas canaletas na traseira que ajudam a esconder os cabos atrás da TV, deixando o visual mais limpo.

As conexões estão concentradas do lado direito, com três portas HDMI, duas USB, uma entrada de cabo coaxial com suporte ao padrão brasileiro de TV digital, uma saída de áudio óptica e uma porta Ethernet. Em resumo, não oferece nada mais do que a obrigação. Infelizmente, a NU7100 RU7100 só se conecta a redes Wi-Fi de 2,4 GHz, então talvez você precise reconfigurar seu roteador para que a TV encontre o ponto de acesso.

Sim, a RU7100 continua não suportando redes Wi-Fi na frequência de 5 GHz. Embora existam relatos de que alguns modelos vendidos no exterior tenham a tecnologia, é uma pena que isso simplesmente não exista aqui. Concorrentes do mesmo segmento, como a TCL C6, já oferecem suporte à frequência, que pode ser útil principalmente ao fazer streaming de conteúdo em alta resolução.

Se o Wi-Fi continua na mesma, pelo menos a Samsung adicionou uma novidade bacana: Bluetooth. Ele funciona tanto para dispositivos de entrada, como teclados, quanto de saída, como soundbars. É uma boa pedida para eliminar um cabo ou para quem gosta de assistir a um filme com fones de ouvido. Apesar de a Samsung não divulgar suporte a codecs de baixa latência, como o aptX, eu não cheguei a notar atrasos incômodos no som.

Outra novidade é o Controle Remoto Único. Até então, a linha básica da Samsung tinha um controle visualmente parecido com o das TVs mais caras, mas que não era universal e não tinha microfone. Os comandos de voz ainda não vieram, mas agora é possível trocar o canal ou acessar o guia de programação da TV por assinatura com o mesmo controle, por exemplo, o que torna mais prático o uso da TV no dia a dia. Esse é um dos melhores recursos da Samsung, e é bom ver que enfim chegou a todos os modelos 4K.

O design do controle remoto continua o mesmo: ele é compacto, simples de usar e tem poucos botões. Curiosamente, a geração de 2019 veio com três teclas na parte inferior: uma para a Netflix, outra para o Amazon Prime Video e outra para… o navegador. Eu nem preciso dizer que acessar qualquer site na TV não é uma experiência boa — esse botão seria mais útil se fosse possível configurá-lo para abrir outro aplicativo.

Por ser o modelo básico da Samsung, é claro que a RU7100 não oferece a mesma qualidade de imagem das TVs mais sofisticadas da marca, como as QLEDs. Mas eu diria que ela já entrega algo bom o suficiente para a maioria das pessoas e certamente é uma das melhores opções em sua faixa de preço.

O brilho não é dos mais fortes e o contraste é apenas ok, devido à falta de uma tecnologia mais precisa para controlar a iluminação do painel, como um local dimming. Por isso, em cenas mais escuras, a RU7100 tende a diminuir o brilho de toda a tela, o que prejudica a exibição de alguns conteúdos. Sem contar que, embora ela tenha suporte ao padrão HDR10+, na prática, o efeito não é sentido por causa da limitação do brilho e das cores da TV.

O color banding existe em tons de verde e cinza, mas não pareceu afetar a exibição de conteúdos reais. E, por ser equipada com um painel do tipo VA, o ângulo de visão da RU7100 não é tão amplo, o que pode ser um ponto negativo importante para quem tem sala de estar mais largas — ainda assim, é algo aceitável e até melhor que outros modelos básicos com o mesmo tipo de tela.

Entre os pontos positivos, a RU7100 oferece boa uniformidade de preto, o que se mostra interessante ao assistir a filmes à noite. O input lag continua extremamente baixo, ficando em torno de 12 milissegundos nos meus testes em 4K no modo de jogo, o que torna a TV interessante para os gamers. E o processamento de imagem da Samsung faz um trabalho competente no upscaling, então você não deve ter problemas para ver conteúdos em Full HD.

Antes de passar para o próximo tópico, eu preciso dizer que, depois de testar a MU6100, a NU7100 e a RU7100, sinto que a qualidade de imagem está evoluindo a passos muito lentos nas TVs de entrada. Praticamente não houve avanços no brilho, no contraste ou nas cores nessa faixa de preço em três anos — e isso em todas as marcas, não apenas na Samsung.

Nem todo mundo pode gastar dinheiro em uma QLED ou OLED, então seria interessante ver as fabricantes não só adicionando mais recursos de software e conectividade nos modelos básicos, mas também melhorando a qualidade do painel, talvez incluindo um local dimming básico e aprimorando especialmente os picos de brilho, para que o HDR deixe de ser apenas uma peça de marketing nesse segmento.

A RU7100 tem dois alto-falantes de 10 watts que emitem sons pela parte inferior da TV. O áudio é somente ok, suficiente para uso básico, com médios equilibrados que trazem clareza aos diálogos e estão longe de extraírem a última gota de definição. Os graves são ouvidos, mas não sentidos — eles surgem de forma tímida, sem os impactos que eu encontro na TCL C6, por exemplo, ou em modelos mais caros da Samsung, como a Q8CN, de 2018.

O som é o mesmo nos diversos tamanhos da RU7100, e o volume é suficiente apenas para ambientes não muito grandes. Quem comprar um modelo de 75 polegadas provavelmente tem mais espaço e vai sentir falta de um som mais envolvente. Em qualquer situação, comprar uma soundbar é um upgrade gigantesco para deixar o som mais adequado para assistir a filmes e ouvir músicas.

O sistema operacional da RU7100 é o Tizen, que também acompanha as outras TVs da Samsung. Os principais provedores de conteúdo estão na plataforma. Você vai encontrar Netflix, YouTube, Spotify, Deezer, Amazon Prime Vídeo, Globoplay, Fox, Google Play Filmes e outros. Na loja da Samsung, tem ainda Globosat Play, TuneIn Radio e Telecine Play.

O software ficou mais refinado, mostrando ícones personalizados para a Apple TV e outros dispositivos identificados, gerando uma uniformidade visual na interface. Falando nisso, a RU7100 já vem de fábrica com um aplicativo da Apple que dá acesso a filmes comprados ou alugados no iTunes — e futuramente deve servir como um hub para o serviço de streaming Apple TV+. Só faltou um aplicativo para o Apple Music.

O suporte ao AirPlay 2 também é uma bela notícia para quem tem iPhones, iPads e Macs. Com um clique, dá para espelhar a tela do macOS, ouvir uma música em um sistema de som melhor ou transmitir rapidamente um vídeo do celular para a TV. A RU7100 não tem toda a fluidez e os aplicativos da Apple TV, mas gastar R$ 1.299 em uma caixinha da Apple se tornou ainda menos necessário com essa atualização.

Para quem não tem nada da Apple, não tem problema: a experiência de uso no Tizen é ótima, com boa velocidade na abertura de aplicativos, telas bem desenvolvidas e boa integração com o Smart Hub. Nos serviços mais famosos, como Spotify e Netflix, tem como acessar um conteúdo específico sem sequer abrir o aplicativo antes — tudo fica disponível na barra inferior da interface.

A RU7100 é a 4K mais em conta da Samsung e, mesmo assim, deve deixar os usuários bastante satisfeitos. Não é por acaso que esse modelo, assim como os básicos das gerações passadas, tem uma infinidade de tamanhos — desde 43 polegadas, com preço de lançamento de R$ 2,5 mil, até 75 polegadas, por R$ 10 mil, para tentar agradar o maior público possível.

TV nunca é uma compra barata, mas, se lembrarmos que o modelo 4K mais premium da Samsung neste ano, a Q80R, custa R$ 23 mil em 75 polegadas, é claro que existe uma economia relevante aqui. Felizmente, a fabricante não cortou custos a ponto de tornar a experiência ruim: a imagem é satisfatória; o som poderia ser melhor, mas não chega a ser um ponto negativo; o design é muito simples, mas não grosseiro; e o software da Samsung continua ótimo.

As boas adições na TV de entrada da Samsung, como o Bluetooth e o Controle Remoto Único, tornaram a compra mais atraente. No momento em que escrevo este review, a diferença de preço entre a NU7100 de 2018 e a RU7100 de 2019, na mesma polegada, fica entre 100 e 200 reais no varejo. É um valor que eu pagaria para ter a comodidade dos recursos novos.

Quem é mais exigente sempre pode gastar mais, mas a TV 4K acessível da Samsung já dá conta do recado para a maioria das pessoas.

Texto retirado de https://tecnoblog.net/294327/tv-4k-samsung-ru7100-review/

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