O Galaxy Tab S6 é o tablet mais completo da geração atual da Samsung, com tudo o que há de melhor em tela, desempenho e funcionalidades, mas cobra seu preço. Uma versão simplificada atende pelo nome de Galaxy Tab S6 Lite, que economiza em alguns aspectos, mas mantém o que está dando certo na linha, como a caneta S Pen e um grande painel de 10,4 polegadas.
Com preço de lançamento de R$ 2.999, o Galaxy Tab S6 Lite chega mais de mil reais mais barato que sua versão completa. O que ele perde em relação ao irmão mais premium? Vale a pena comprar o tablet “quase topo de linha” da Samsung? Eu conto tudo neste breve review.
A Samsung ganha pontos por entregar uma experiência mais completa de fábrica. O Galaxy Tab S6 Lite já vem com uma capinha de proteção que se prende de forma magnética e possui um compartimento para guardar a caneta, outro acessório que também está incluso. A única versão à venda no Brasil é compatível não apenas com Wi-Fi, mas também com 4G. Tudo isso é opcional no principal rival, o iPad de 10,2 polegadas, que chega a custar mais que o dobro com as características equivalentes.
Apesar de não ter nenhum detalhe especial, a capa inclusa faz bem o trabalho de proteger a tela quando o tablet não estiver em uso e permite deixá-lo em ângulos diferentes para assistir a um vídeo, navegar na internet ou escrever com a S Pen, que é a mesma do irmão mais caro, com ponta fina, suporte a 4.096 níveis de pressão e baixa latência.
A caneta do Galaxy Tab S6 Lite é precisa, responde bem e passa no meu teste de canhoto: a tela diferencia bem uma mão de uma ponta de caneta, o que permite escrever ou desenhar no aplicativo Samsung Notes com facilidade, sem toques acidentais. O botão lateral da S Pen aciona o menu de ferramentas, para criar uma nota rápida ou marcar um documento.
Embora não tenha um Snapdragon 855, até que o Galaxy Tab S6 Lite é ágil: ele possui um chip Samsung Exynos 9611, o mesmo que equipa alguns celulares intermediários da marca, acompanhado de 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento, com possibilidade de expansão. Jogos mais pesados com os gráficos no máximo deixam claro que existe um limite no desempenho, mas as tarefas do dia a dia são executadas com um pé nas costas.
A Samsung optou por um esquema de alto-falantes duplos com a grife da AKG e compatibilidade com Dolby Atmos para maior imersão em filmes. O conjunto tem clareza nos médios e ótimo nível de volume. É claro que você não vai encontrar graves potentes ou a última gota de definição, mas a qualidade é mais que suficiente para quando você não estiver com fones de ouvido. Outro ponto positivo do Galaxy Tab S6 Lite é a entrada de 3,5 mm, que não existe no irmão mais caro.
A tela de 10,4 polegadas do Galaxy Tab S6 Lite está muito longe do que eu chamaria de “ruim”, mas pode ser o primeiro ponto de decepção do tablet não tão premium da Samsung. O painel LCD tem resolução de 2000×1200 pixels, apresentando boa definição e cores equilibradas, sem exagero na saturação, mas peca no contraste e no brilho.
O preto é satisfatório, mas não chega perto do que a Samsung alcança no AMOLED, que equipava o Galaxy Tab S5e — o antecessor não só tinha um painel melhor, mas também uma resolução superior na mesma faixa de preço, o que mostra um retrocesso na linha. Além disso, o brilho é apenas razoável: eu usei o tablet no nível máximo durante quase todo o tempo, porque a tela não dava conta dos reflexos nas tardes ensolaradas.
A bateria de 7.040 mAh, apesar de ter um número grande, também não me impressionou. A Samsung promete 13 horas de reprodução de vídeo, mas até por ter uma tela mais fraca, o tablet fica mais gastão: com brilho no máximo, ele aguentou 7h12min para ir da carga completa até os 5%, o que representa pouco mais da metade da estimativa otimista da marca. Se você só fizer tarefas básicas e for mais contido no uso da tela, talvez até consiga chegar nos dois dígitos de horas de autonomia.
Para mim, a maior perda fica por conta da ausência do modo DeX, um recurso da Samsung que permite usar o tablet como um desktop, com janelas flutuantes e redimensionáveis em uma área de trabalho. A empresa matou um de seus grandes diferenciais em um tablet que fica só uma casinha abaixo do modelo mais caro. O ponto negativo é ainda maior se considerarmos que seu antecessor, o Galaxy Tab S5e, tinha essa função — ou seja, mais um retrocesso na linha.
O Galaxy Tab S6 Lite me deixou com sensações mistas. Ele é um bom tablet, que oferece excelentes recursos, traz novidades e não custa tão caro quanto os R$ 4.299 do Galaxy Tab S6 padrão, mas ao mesmo tempo sacrifica algumas características que já eram oferecidas nas gerações passadas, o que deixa um gostinho de decepção.
O principal rival acaba sendo o Galaxy Tab S5e, uma espécie de versão simplificada do Galaxy Tab S4 — lembrando que a Samsung não chegou a lançar um Galaxy Tab S5 padrão. Assim como o Galaxy Tab S6 Lite, o antecessor chegou ao país com preço sugerido de R$ 2.999 e, embora os momentos econômicos tenham sido diferentes, o antecessor pode ser encontrado hoje por um valor menor que o modelo novo no varejo.
A caneta S Pen é a principal novidade do Galaxy Tab S6 Lite e um dos grandes chamarizes para quem faz trabalhos criativos ou quer um tablet para anotações na faculdade. Para esses fins, ele basicamente não tem concorrentes na mesma faixa de preço, já que o modelo mais próximo seria o iPad de 10,2 polegadas (2019), por R$ 4.398, com Apple Pencil, mas sem capa, sem 4G e com metade da memória.
No entanto, para todo o resto, que só quer um bom tablet para jogar, navegar na internet e consumir conteúdo sem gastar os olhos da cara, ainda vale a pena pensar no modelo antigo: o Galaxy Tab S5e perde a caneta, mas tem uma tela superior, uma bateria que tende a durar mais e um software mais completo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário