Não que esse resultado não fosse esperado em meio à pandemia, mas a Alphabet, dona do Google, registrou pela primeira vez em sua história uma queda no faturamento. Nos resultados financeiros do segundo trimestre de 2020, divulgados na quinta-feira (30), a empresa informou uma receita de US$ 38,3 bilhões (R$ 199,7 bilhões), redução de 2% em relação ao mesmo período do ano passado.
A queda de 2% na receita é um contraste em relação ao crescimento de 19% registrado no segundo trimestre de 2019. A empresa ganhou US$ 3,81 bilhões com anúncios no YouTube, uma alta anual de 5,6%, mas o segmento que engloba a busca teve queda de quase 10%, para US$ 21,3 bilhões. No trimestre passado, a Alphabet já havia afirmado que o negócio de publicidade passaria por um momento difícil.
A CFO Ruth Porat diz à CNBC que a queda leve ocorreu devido à melhoria do mercado no fim do trimestre, quando os usuários passaram a buscar por mais palavras-chave “comerciais” e as empresas começaram a aumentar seus gastos com publicidade. Ainda assim, a Alphabet afirma que, por causa incertezas do mercado, é prematuro afirmar se essa tendência será duradoura.
Ao menos o Google Cloud vai bem, obrigado. A divisão que inclui o pacote de produtividade G Suite chegou a US$ 3 bilhões em faturamento, alta de 43% em relação ao segundo trimestre de 2019. Além da maior utilização de ferramentas de comunicação à distância pelas empresas, o segmento rendeu mais dinheiro porque o Google elevou os preços do serviço.
Embora o Google represente quase todo o faturamento da Alphabet, a holding também é formada pela empresa de ciência Verily, pelos carros autônomos da Waymo e outros negócios. O segmento classificado como “outras apostas” (“other bets”, em inglês, se você fizer questão do trocadilho) não foi bem: a receita, que era de apenas US$ 162 milhões no mesmo período de 2019, caiu para US$ 148 milhões.
O lucro líquido da Alphabet foi de US$ 6,96 bilhões (R$ 36,3 bilhões), uma queda de 30% em comparação anual. Além da piora do Google, as outras apostas da Alphabet registraram um aumento no prejuízo, para US$ 1,1 bilhão, o que puxou o resultado financeiro para baixo.
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