O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, participou nesta quarta-feira (29) da audiência do Subcomitê Antitruste da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Na sessão, parlamentares o executivo se a aquisição do Instagram limitou a concorrência e se a empresa copiou os recursos de adversários para forçá-los a aceitar um acordo de compra.
Zuckerberg afirmou que o Facebook encarava a plataforma de fotos de duas maneiras. “Sempre fomos claros que víamos o Instagram tanto como um concorrente, quanto como um complemento para nossos serviços”, afirmou. Ele alegou que o serviço era um adversário somente no segmento de aplicativos de câmera, mas não no de redes sociais. “As pessoas não pensavam neles como um concorrente neste espaço”.
O questionamento acontece após a Câmara dos EUA ter acesso a e-mails antigos em que Zuckerberg sugere que a compra do Instagram serviria para neutralizar um concorrente. “Há um efeito de rede em torno de produtos sociais e um número finito de diferentes mecanismos sociais para inventar. Quando alguém ganha em uma mecânica específica, é difícil para outros substituí-lo sem fazer algo diferente”, afirmou o executivo em uma mensagem enviada em março de 2012, segundo o The Verge.
“Uma maneira de ver isso é que realmente estamos comprando tempo. Mesmo que surjam novos concorrentes, a compra de Instagram, Path, Foursquare, etc., agora nos dará um ano ou mais para integrar sua dinâmica antes que alguém possa se aproximar de sua escala novamente”, indicou em outro e-mail. “Nesse período, se incorporarmos a mecânica social que eles estavam usando, esses novos produtos não receberão muita tração, já que teremos a mecânica deles implantada em escala”.
Minutos depois, Zuckerberg enviou mais um e-mail para tentar esclarecer o que havia dito. “Não quis sugerir que estaríamos comprando-os para impedir que eles competissem conosco de forma alguma”. Em mensagem enviada em abril de 2012, o executivo perguntou à sua equipe se o Facebook compraria o Instagram e alegou que o serviço de fotos poderia lhes “prejudicar significativamente sem se tornar um grande negócio”.
O Instagram foi comprado pelo Facebook em abril de 2012 por aproximadamente US$ 1 bilhão. Na ocasião, o serviço de fotos já contava com 100 milhões de usuários.
O criador do Facebook também foi questionado sobre a abordagem de sua empresa antes de comprar o Instagram. A representante dos EUA, Pramila Jayapal perguntou se a companhia já ameaçou copiar um serviço que pretendia adquirir. Zuckeberg afirmou que não lembrava de uma situação como essa.
Em seguida, Jayapal citou e-mails enviados por Zuckerberg antes do Facebook comprar o Instagram. Neles, o executivo afirma ao fundador da rede social de fotos, Kevin Systrom, que sua empresa estava “desenvolvendo sua própria estratégia de fotos” e que o engajamento das duas à época determinaria o quanto, no futuro, seriam parceiros ou concorrentes.
A estratégia a que Zuckerberg se referia na mensagem era o Facebook Camera. Lançado em maio de 2012, o aplicativo permitia a publicação de fotos e o uso de filtros assim como o Instagram. Ele foi descontinuado em 2014. Antes de vender o Instagram, Systrom teria dito para um investidor que temia o “modo de destruição” do Facebook caso não aceitasse o negócio.
Na audiência, Zuckerberg alegou que “estava claro que este era um espaço em que competiríamos de uma maneira ou de outra. Não vejo essas conversas como uma ameaça de forma alguma”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário