O Reino Unido decidiu nesta terça-feira (14) que as operadoras não poderão mais adquirir equipamentos 5G da Huawei, seguindo os passos dos Estados Unidos. As empresas britânicas serão proibidas de comprar novos produtos de infraestrutura móvel de quinta geração da fabricante chinesa no final do ano e deverão remover o que já foi instalado até 2027.
O governo britânico cedeu às pressões dos Estados Unidos, onde a Huawei é proibida de fazer negócios com qualquer empresa local, impedindo os celulares Android da companhia de embarcarem a Play Store. Alemanha, França e Itália, em conjunto com os americanos, também discutem barrar os equipamentos da Huawei das redes móveis alegando “risco de segurança nacional”.
Para os Estados Unidos, a Huawei, que ainda é líder em fornecimento de 5G no mundo, poderia ser usada pelo governo chinês para espionar ou sabotar redes móveis de outros países. As agências de segurança americanas, como FBI, CIA e NSA, chegaram a pedir que a população não use celulares da Huawei devido ao temor de que os aparelhos poderiam ser usados para espionagem.
O presidente Donald Trump pediu ao primeiro-ministro britânico Boris Johnson, líder do Partido Conservador, que proibisse a Huawei por ser parte do “governo comunista chinês”. A Huawei nega todas as acusações e diz que os Estados Unidos querem deter o crescimento da companhia porque nenhuma empresa americana consegue oferecer a mesma tecnologia por um preço competitivo.
O banimento da Huawei do 5G no Reino Unido deverá representar um atraso de dois a três anos na implementação da nova rede móvel no país. Para trocar os equipamentos já instalados e buscar novos fornecedores, será necessário um investimento adicional estimado em até 2 bilhões de libras esterlinas (R$ 13,5 bilhões em conversão direta).
Além da proibição no fornecimento de novos equipamentos de 5G, que entrará em vigor no final de 2020, a Huawei também enfrentará um banimento no mercado de infraestrutura de conexão por fibra óptica. O governo britânico ainda não definiu as regras, mas é esperado que a transição para uma rede de banda larga sem a Huawei aconteça em até dois anos.
No Brasil, as operadoras deverão pressionar o governo e os ministros para evitar sanções aos equipamentos da fabricante chinesa, por temerem que o banimento aumente os custos de implementação do 5G. As quatro grandes operadoras, Claro, Oi, TIM e Vivo, têm contratos com a Huawei, que está em 70 mil das 86 mil antenas de rádio de 2G, 3G e 4G em operação no país, segundo estimativas da Anatel.
Com informações: Reuters, Wall Street Journal.
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