É crescente a pressão dos Estados Unidos para que os outros países não adotem rádios 5G da Huawei, e as empresas de telecomunicações que atuam no Brasil temem que o governo aplique medidas de restrição. As operadoras iniciam nas próximas semanas uma espécie de lobby com ministros para evitar sanções aos equipamentos da fabricante chinesa.
De acordo com o Estadão, representantes das operadoras irão se reunir com Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, Braga Netto, Ministro da Casa Civil, e Ernesto Araújo, Ministro das Relações Exteriores. As empresas devem apresentar o panorama do mercado brasileiro, mas também defenderão continuidade na utilização de equipamentos da Huawei.
A palavra final é do presidente Jair Bolsonaro. Até o momento, o edital de licitação de frequências de 5G não menciona qualquer restrição explícita para a fabricante. Em janeiro, o ministro Marcos Pontes, que chefiava a pasta das comunicações, afirmou que o Brasil não aceitaria pressão dos Estados Unidos.
As operadoras temem que a sanção possa aumentar os custos. A fabricante tem contratos com Claro, Oi, TIM e Vivo; a Anatel estima que entre 86 mil antenas de rádio em operação no país, 70 mil utilizam equipamentos da Huawei nas tecnologias 2G, 3G e 4G. Com isso, quem escolhesse a Huawei para 5G iriam aproveitar a infraestrutura existente.
O banimento da empresa acarretaria na troca de diversos componentes que não caberiam no orçamento, e concentraria o mercado nas mãos de Ericsson e Nokia. Segundo o Estadão, as operadoras elogiam a Huawei por oferecer produtos de alta qualidade com preço melhor que a concorrência.
Nesta semana, o secretário de estado dos Estados Unidos informou que a Huawei havia perdido contratos de diversas operadoras no mundo, incluindo o grupo Telefónica, dono da Vivo no Brasil. A informação é conflitante: a fabricante chinesa foi escolhida para implementação na Espanha, mas com participação reduzida. Além disso, o CEO da Vivo defendeu o uso de equipamentos da Huawei e considera que a empresa “é uma das tecnologicamente mais avançadas”.
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