Seguindo uma tendência que ganhou força após os protestos pela morte de George Floyd, nos Estados Unidos, Linus Torvalds aprovou a adoção de uma nova terminologia para o código-fonte e a documentação do kernel Linux. A ideia é coibir o uso de termos que têm ou podem assumir conotação racista. A partir de agora, palavras como blacklist e slave devem ser evitadas.
O entendimento geral é o de que uma terminologia neutra torna a comunidade que responde pelo desenvolvimento do Linux mais acolhedora e inclusiva para todas as pessoas. Não há uma lista definitiva de palavras substitutas, mas Torvalds apontou algumas opções bastante coerentes.
Master (mestre) e slave (escravo), por exemplo, podem ser substituídas por primary (primário) e secondary (secundário); blacklist (lista negra) e whitelist (lista branca) podem ser trocadas por denylist (lista de bloqueios) ou allowlist (lista de permissões).
Termos antigos e, agora, considerados inapropriados, poderão ser preservados apenas para a manutenção de código-fonte antigo ou de documentação, assim como para fins de compatibilidade com protocolos ou hardware que exijam essas palavras.
Nas demais circunstâncias, os termos inapropriados devem ser evitados e, sempre que possível, trocados em todas as atividades que envolvam o desenvolvimento e a manutenção do Linux.
A decisão foi anunciada por Linus Torvalds no último dia 10 em resposta à proposta do mantenedor do Linux Dan Williams, que apresentou a nova abordagem em 4 de julho.
Com isso, os desenvolvedores do kernel se juntam a várias empresas de tecnologia que também decidiram evitar o uso de termos que podem ser associados a questões raciais. Entre elas estão Twitter, Microsoft, GitHub, LinkedIn e JP Morgan. Desenvolvedores de projetos como Android, MySQL, PHPUnit e Curl também estão seguindo por essa direção.
Com informações: ZDNet.
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