O mercado de notebooks gamer vem crescendo ano após ano no Brasil, com mais empresas entregando a possibilidade de curtir jogos pesados em um computador portátil o suficiente para ficar confortável na mochila. Um dos modelos mais recentes da Acer é o Predator Helios 300. Ele promete desempenho em mais de 100 fps para jogos competitivos e tudo isso vem de uma placa gráfica Nvidia GeForce RTX 2070, junto um Intel Core i7 de décima geração.
Eu passei as últimas semanas dividindo meu tempo entre trabalho e jogo neste notebook, para te contar nos próximos parágrafos se ele funciona neste mundo onde pagar boletos é tão importante quanto conseguir o primeiro lugar em um Battle Royale da vida.
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O Acer Predator Helios 300 foi fornecido pela Acer por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.
Nenhum canto ou centímetro do Acer Predator Helios 300 tenta esconder que este é um notebook gamer. O portátil utiliza bordas com ângulos retos, tem luz até no logo da empresa na tampa e exibe com orgulho os locais onde o ar quente sai. Faz sentido e tem um detalhe extra geralmente não presente nestes notebooks: o acabamento é feito em grande parte por metal.
Mesmo com tanta pompa apontando para esse tipo de uso, o visual do computador ainda pode ter detalhes menos chamativos pra quem está trabalhando e ainda não conseguiu entrar na partida do game. A cor somente preta e a presença de apenas o logo iluminado para fora das luzes do teclado seguem neste pensamento de uso híbrido.
Ao todo são 2,2 quilos e a espessura fica em quase 23 milímetros. Estes números encaixam bem em um segmento gamer e reforçam a necessidade de utilizar o computador em uma mesa, não no colo. Ele é pesado demais pras pernas e parte importantíssima da ventilação passa por baixo do PC, então é bom manter longe do corpo.
Em conexões o Acer Predator Helios 300 conta com três portas USB 3.2, sendo uma sempre energizada, um USB-C sem Thunderbolt, saída Mini DisplayPort, RJ45 para rede e também conector para fones de ouvido com microfone. Senti a falta de leitor para cartões de memória, mas até dá para passar por este detalhe ser um notebook gamer.
Já a tela é de 15,6 polegadas em LCD IPS e Full HD (1.920 x 1.080 pixels), com taxa de atualização de 144 Hz e uma camada antirreflexo bem interessante para não transformar o display em um espelho. Mesmo sem necessidade, os ângulos de visão são satisfatórios também pra quem fica mais pro lado.
A reprodução de cores agrada bastante, mas isso não pode ser aplicado para experiência sonora. Ela está abaixo do básico para um notebook, mas este é outro ponto que pode ser nem notado pelo público gamer, que geralmente vai jogar com fones de ouvido mesmo. Já a webcam é apenas HD, em 720p e faz o bem básico para quem vai streamar ou participar de uma reunião. Só isso mesmo.
O teclado é retroiluminado, com as teclas pretas e o símbolo de cada uma em branco, o que ajuda muito na hora de identificar cada uma mesmo quando a iluminação está desligada. Ponto positivo pra Acer!
Se você espera um teclado mecânico, ficará desapontado, mas ao mesmo tempo eu coloco como outro ponto positivo justamente pelo barulho menor. Digitar enquanto trabalho é confortável pelo espaço de cada tecla e existe um destaque tátil e de cores pro W, A, S, D e as setas na parte inferior.
O teclado está no padrão ABNT2, o que é bom, mas achei muito estranho o controle de volume ficar nas setas, não no topo com as outras de função. Ok, é só se acostumar que tá tudo certo. Por fim, o touchpad é grande e isso é raro até mesmo em notebooks não gamer. Mandou bem, Acer!
O Acer Predator Helios 300 roda Windows 10 de fábrica como praticamente qualquer notebook e o conjunto de hardware faz toda a experiência ser veloz, muito veloz. O modelo dos testes tem uma placa gráfica Nvidia GeForce RTX 2070 Max-Q, 16 GB de RAM DDR4, junto do processador Intel Core i7 10750H.
Em armazenamento, de fábrica o modelo oferece um HD tradicional para dados e um SSD de 256 GB NVMe em porta PCIe. Com o sistema no disco de estado sólido e os programas também por lá, o Windows inicia quase que de forma instantânea.
Você veio até aqui para jogos, então vamos pra eles. É preciso lembrar apenas uma coisinha: como qualquer notebook gamer, o Helios 300 é barulhento quando precisa resfriar o hardware e isso acontece durante todo o tempo de jogatina, mas jogar com fones de ouvido me fez nem perceber todo esse barulho. Bom, para os jogos.
Começando os testes com um título competitivo com Overwatch, exatamente o alvo de uma tela com 144 hertz. Eu coloquei todos os recursos na configuração Épico e ativei os raios de luz gerados e acompanhados pela GPU, para conseguir uma taxa girando entre 90 e 110 quadros por segundo. Desligar o ray tracing fez o game ganhar mais desempenho, chegando em alguns momentos aos 140 fps.
Seguindo nessa linha de jogos competitivos, eu testei o Warzone de Call of Duty. O game é muito, mas muito mais pesado em todos os aspectos e o hardware sentiu a diferença. Com todos os recursos ativados, junto de DLSS, a taxa de quadros por segundo ficou girando entre 60 e 80 fps. Mesmo baixando a qualidade, foi difícil chegar ao número mágico de 144. Tudo bem, esse game demanda muito mesmo.
Passando para o quase esquecido Heroes of the Storm, ele é um MOBA nos moldes de League of Legends e que voltou a rodar tranquilo com todos os gráficos no máximo possível. Nele, a experiência ficou entre 90 e 130 quadros por segundo, dependendo do momento. Curiosidade: na morte, com os efeitos extras na tela, o hardware sofre um pouco mais. Vai entender.
Partindo pra um jogo mais contemplativo e fugindo do competitivo, coloquei o benchmark de Shadow of the Tomb Raider. Colocando tudo no máximo, inclusive com ray tracing e DLSS, a experiência girou entre 25 e 50 fps. Baixar o antisserrilhamento fez o jogo ganhar uns 5 fps. Colocar o ray tracing no mínimo, fez o game atingir 50 fps de média, bem melhor. Com alguns ajustes é possível chegar em 60 quadros mesmo sem queda brusca na qualidade.
O velho de guerra GTA 5 entrou nos testes e mostrou que mesmo sendo bem antigo, ainda pesa bastante se você quer tudo no máximo. Nesta configuração, o desempenho girou entre 40 e 60 fps. Já Metro Exodus, na versão aprimorada para PC e lançada recentemente, colocar tudo em Extremo e ligar ray tracing faz o game rodar em 30 fps.
Coloquei então as configurações um degrau abaixo, chamado de Ultra e ativei o DLSS, para conseguir um jogo rodando quase perto de 60 fps o tempo todo. Voltando para o competitivo, Apex Legends conseguiu marcar entre 90 e 110 fps com tudo no máximo e sem qualquer engasgo.
Battlefield 5 com tudo no Ultra e ray tracing ativado ficou girando pouco acima dos 30 fps. Ligando o DLSS deu para bater em 60 quadros. Fortnite parece leve, mas ativar todos os recursos de raios de luz e colocando os gráficos no máximo faz o jogo exibir 15 fps. Ativando o DLSS, ligando pouco ray tracing e baixando um degrau do extremo em gráficos, fez o título chegar nos 60 fps.
Como ele é um jogo competitivo e mais vale a velocidade de reação do que a beleza do game, então desligar o ray tracing é regra. Neste cenário dá pra passar de 100 fps com facilidade.
Control com tudo no máximo e DLSS ativado fixou em 60 fps, mas se desligar a ferramenta de inteligência artificial da Nvidia o desempenho cai e fica entre 35 e 40 quadros. É o suficiente para quem joga no console, mas pode irritar os gamers de PC mesmo.
Por fim, Cyberpunk 2077. O game polêmico rodou com configuração em alta e sem DLSS ou ray tracing, gerando uma média de 40 fps. Ligando o DLSS e ray tracing para algo não atingindo o máximo, deu para ver Night City em 50 fps de média.
Para ajudar em todos os jogos, existe um aplicativo chamado PredatorSense e ele é ativado com um atalho fixo no teclado. O programa controla diversos pontos como a iluminação das teclas, permite overclock, ajusta velocidade das ventoinhas e até monitora como está o sistema. É bem completo.
Ah, claro, todos os testes foram feitos em resolução Full HD (1.920 x 1.080 pixels), que é a nativa do monitor do Helios 300. A escala sempre esteve em 100% deste total, nunca abaixo ou acima disso. Fechando a parte de jogos, curtir um game com a bateria não é uma realidade seja pelo tempo pífio neste modo, não passando de 45 minutos, seja pelo hardware entregando menos quando fora da tomada.
Em um uso normal, de trabalho, é possível ficar umas três horas longe da tomada. Pouco, mas dentro do cenário de notebooks gamer.
O Acer Predator Helios 300 é um notebook gamer intermediário, mesmo quando os resultados de jogos foram promissores, já que eles aconteceram em Full HD e não em resoluções superiores. O corpo em metal é bonito, mas faz o calor espalhar pra algumas áreas, ao menos não pros dedos no teclado.
Outro detalhe do corpo neste material fica pros cantos mais afiados, especialmente o esquerdo. Nele o pulso raspa na quina e é chato, incomoda bastante. Eu achei o teclado bem confortável para trabalhar ou jogar e ter o padrão ABNT2 é um extra muito interessante, não muito comum nesse tipo de PC.
O atual cenário brasileiro, junto da escassez de chips no mundo todo, faz este notebook custar mais de de R$ 10 mil e isso beira o dobro do preço de tabela para um Xbox Series X ou PlayStation 5, mas dentro da faixa de outros notebooks gamer. Mesmo com os valores flutuando, o Acer Predator Helios 300 pode custar menos do que os poucos concorrentes no Brasil em alguns momentos.
Se você precisa de um notebook agora e quer garantir desempenho ótimo por alguns anos em Full HD, junto de hardware forte para o trabalho pesado neste mesmo período, o Acer Predator Helios 300 é uma das melhores escolhas para quem está no Brasil. É caro, muito caro, mas o mercado segue assim. É o que tem para hoje.
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