Nos anos 80 a Sega agraciou seus fãs com Alex Kidd in Miracle World, marcando a estreia daquele que seria um dos personagens principais da empresa durante anos. No Brasil ele ficou especialmente famoso, por vir incluso na memória de um dos modelos do Master System, o que gerou um enorme carinho nostálgico com o passar dos anos. Agora temos entre nós a versão Alex Kidd in Miracle World DX, que chega aos consoles e PCs atuais, prometendo repaginada completa e respeito ao original.
Alex Kidd in Miracle World DX é um remake, não um remaster. É um jogo que foi refeito com base no primeiro lançamento dos anos 80, mas que também contém vários elementos clássicos. Temos aqui tudo o que foi visto no jogo lá atrás, mas com um ar bem renovado, a começar pelos gráficos, mas passando ainda por trilha sonora e formas de se jogar.
Nostalgia é um fator poderoso e importante no mercado do entretenimento e muitas empresas sabem disso. A Sega, em especial, já que tem relançado alguns de seus clássicos, terceirizando a produção para outras empresas, como foi com Streets of Rage 4. O melhor de tudo é que eles sabem de uma verdade: só a nostalgia não basta.
E é por esse motivo que, assim como foi em Streets of Rage 4, Alex Kidd in Miracle World DX se garante em seu conteúdo e visual – especialmente o visual. O conteúdo, neste caso, nem se compara ao que foi feito com o outro jogo citado, que é um pouquinho mais recheado, mas a culpa aqui é do material original.
O primeiro Alex Kidd não tem muito mistério: é um game de plataforma bonitinho, bem feito e com algum capricho nos gráficos, mesmo para a época. Porém ele era curto, com pouca coisa a mais para se fazer e é isso aí, como eram todos os games da mesma época, ainda que alguns tenham se sobressaído no mercado.
Um dos maiores acertos deste remake é, por exemplo, manter o respeito máximo a certos aspectos, como na música. Basta alguns segundos do menu inicial para ouvirmos os acordes da clássica melodia de Alex Kidd e se animar bastante para jogar tudo de novo. O mesmo sentimento é acompanhado pelas fases iniciais e ao longo do restante do game.
Os novos gráficos, totalmente desenhados, ainda que em 2D, respeitam bastante do que foi construído com o game original, mas não se limitam. Alex Kidd mostra muito mais o seu cachecol, por exemplo, e as animações de ataque, saltos e outros movimentos, como o nado do personagem.
A maior diferença notada pelos fãs será a gráfica, porém. A jogabilidade geral se mantém a mesma, por conta da fidelidade necessária no remake. Isso é graças a existência de um botão que ativa o “modo retrô”, alternando para os gráficos antigos e que deixa o jogo virtualmente igual ao que saiu no Mega Drive, com a diferença de ser adaptado para TVs e monitores de alta resolução da atualidade.
Quem preferir, também pode jogar o Modo Clássico, mais fiel ainda, além do modo de batalhas contra chefões, para repetir os combates. Estes são os únicos modos extras para esta reedição – e, sinceramente, nem precisava, mas são bem-vindos mesmo assim.
Mas é claro que manter tudo fiel ao original cobra seu preço. A dificuldade de Alex Kidd ainda é extrema. Nem tanto se você tiver habilidade e costume ou experiência no jogo original, mas ainda bem acima da média de outros games. E a gente sabe que não é bem assim que se lançam games hoje em dia…
Por mais que tenhamos espaço para jogos difíceis, como Dark Souls, eles têm seu público. Com Alex Kidd a coisa é diferente, por ter uma abordagem diferente. Poderia ser necessário repensar um pouco alguns designs e facilidades para os jogadores neste remake.
Felizmente, a versão DX de Alex Kidd in Miracle World conta com algo: a opção de ligar ou desligar vidas infinitas. Com elas ligadas, ninguém volta para o início da fase quando morre duas vezes – apenas para o trecho de onde estava. E sinceramente? Não tenha qualquer vergonha de ativar a função de vidas infinitas, deveria ser algo automático e padrão nesta versão, inclusive.
Alex Kidd in Miracle World DX é um belo remake, na medida certa e com conteúdos em seus lugares. A dificuldade vai assustar, com toda a certeza, mas o game faz bonito em todo o restante, inclusive nos gráficos desenhados e na trilha sonora refeita. É um jogo que pode ser comprado a preços mais amigáveis nas plataformas – variando entre R$ 60 e R$ 100 –, então definitivamente vale o investimento para os jogadores mais saudosos e nostálgicos.
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