Watch Dogs Legion é o terceiro game da série Watch Dogs, da Ubisoft, e traz uma proposta ambiciosa: permitir que você recrute quase qualquer pessoa para fazer parte da resistência. Sem um protagonista definido, o game te dá a liberdade de explorar diferentes tipos de gameplay.
WD Legion chega dia 29 de outubro para PS4, Xbox One, PC e Stadia. O jogo também estará no PS5 e Xbox Series X e S. Há opções de legendas e áudio em PT-BR.
Há recursos de acessibilidade em Watch Dogs Legion também, como: narração dos menus, modo de daltonismo, puzzles simplificados, efeitos de câmera específicos, conversão de texto em fala e outros.
Para este review testei a versão PC do jogo, numa máquina equipada com uma GeForce RTX 2080. O monitor foi configurado a 150 Hz.
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Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. O Watch Dogs Legion foi fornecido pela Ubisoft por doação. A GeForce RTX 2080 foi fornecida pela Nvidia por empréstimo de dois anos. O produto será devolvido à empresa após esse período.
Não há spoilers neste review!
Na história de Watch Dogs Legion percebe-se, logo de cara, que Londres já teve dias melhores. A população está inquieta com um governo a beira do colapso, uma organização de “segurança” opressora não deixa ninguém ter paz e tudo parecendo beirar o caos.
As coisas ficam piores para o lado do DedSec, um grupo secreto de resistência, quando uma entidade conhecida apenas como Zero-Day cria uma armadilha para que o grupo seja responsabilizado por realizar uma série de bombardeios por Londres.
Se aproveitando desse cenário apocalíptico, oportunistas e criminosos de todos os cantos começam a tomar controle da cidade, que não mais consegue ser regulada pelos próprios governantes.
Como membro da resistência DedSec, seu objetivo é bem claro: derrotar todo tipo de criminoso pela frente (que podem variar de sádicos, mercenários, cibercriminosos e por aí vai) e, claro, descobrir a identidade de Zero-Day e porque esta entidade quer destruir o seu grupo.
Cada membro do grupo secreto DedSec, que existe desde o primeiro game, tem habilidades únicas e equipamentos para tirar melhor proveito dessas skills. Parte do seu trabalho, além de libertar Londres da opressão de uma grande corporação e do crime, é criar uma equipe do seu jeito, reunindo personagens que combinem com seu estilo de jogar.
O ponto alto do gameplay de Watch Dogs Legion é a novidade de poder recrutar quase qualquer pessoa do mapa. A variedade de perfis de personagens que o jogador pode ter acesso, usando um celular para hackear potenciais candidatos a se unir a sua causa, foi algo que me impressionou. Mas não é apenas chegar, falar com a pessoa e ela automaticamente se unirá ao DedSec.
Cada indivíduo no jogo tem sua própria agenda, sua própria personalidade, história e necessidades. Então, muito provavelmente você terá que resolver alguns probleminhas para essa pessoa primeiro, antes dela decidir se unir a você. É a máxima do “você precisa me ajudar a te ajudar”.
Há pessoas que já são simpatizantes do DedSec, o que vai facilitar bastante o processo. Inclusive, elas podem ter informações bem úteis para compartilhar com você. Os casos mais complicados de “persuasão” são quando a pessoa está um pouco receosa ou tem total aversão ao grupo. Você consegue avaliar essa predisposição de cada um ao hackeá-los com seu smartphone.
É possível montar grupos de até 40 personagens por vez e, uma vez recrutado, seu novíssimo integrante irá direto para a base DedSec. Você pode aposentar um agente também, se quiser. Para convocar um integrante, basta chamá-lo pelo menu.
Aí vem um ponto que, particularmente, achei muito prático: não é necessário, por exemplo, atravessar toda a cidade para ir a sua base e convocar um novo membro da equipe. Vocês são pessoas conectadas, certo? Então é só chamar a pessoa pelo celular.
A transição entre personagens é bem rápida e, às vezes, se resume a um papo entre o personagem que acabou de chegar e o antigo, e pronto. Você já está no controle de quem acabou de chamar. Ah, claro, você não pode trocar de personagens enquanto estiver no meio do caos, com tiros para todos os lados, explosões e gente te perseguindo.
Caso seu atual personagem seja abatido, ele não morrerá, mas será preso e ficará indisponível para ser chamado novamente por alguns minutos. Será necessário escolher um outro membro do time para continuar a missão.
A única exceção, nesse caso, é se você optar por ativar o modo Morte Permanente. Com ele ativo, os agentes morrerão de forma definitiva ao receberem dano letal e serão removidos do jogo. O game terminará se não houver mais agentes disponíveis. A Morte Permanente, no entanto, não afeta partidas multijogador.
O interessante de poder montar a própria equipe é ter a versatilidade de escolher, por exemplo, o agente com as habilidades mais adequadas para determinado tipo de missão. Caso você não tenha esse agente, é só rodar um pouco pela cidade e tentar encontrar alguém para te ajudar com o perfil que precisa. O próprio jogo vai te dar algumas dicas sobre isso, ao longo da campanha.
Curiosidade: todos os integrantes passíveis de serem controlados são dublados e interagem com os NPCs e cutscenes, como se fossem protagonistas únicos do jogo. Fiquei pensando no trabalho que não deve ter dado gravar dezenas de vozes de perfis diferentes, para as mesmas cenas, e ainda acrescentando alguns diálogos únicos para alguns agentes.
Além, obviamente, das missões principais e das dezenas de atividades extras espalhadas pela cidade, você também pode fazer missões secundárias, como participar de uma Liga de Boxe clandestina, por exemplo. As recompensas por estas missões secundárias podem variar de itens vestíveis, gadgets e ETO (o dinheiro do jogo).
Sobre as atividades extras, concluí-las ajuda a aumentar o apoio da população ao DedSec; são as clássicas missões para “liberar território do domínio inimigo”, já conhecida dos jogos da Ubisoft, mas agora com roupagem diferente.
Os londrinos de distritos revoltosos, ou seja, que você já libertou, também são mais propensos a entrar para a resistência. É possível encontrar dezenas de atividades diferentes no mapa, como interferir em propaganda do governo, fazer entregas, sabotar veículos inimigos, fotografar e coletar provas e etc. Aproveite enquanto explora para ficar de olho em colecionáveis.
Watch Dogs Legion ganhará um modo online também. O lançamento está marcado para o dia 3 de dezembro de 2020 e será gratuito, para quem já tiver o game. O modo é um stand-alone, ou seja, não precisará do jogo original para funcionar.
Sua “arma” principal em Legion continua a mesma desde o primeiro jogo da série Watch Dogs, ou seja, seu smartphone. É a partir dele que você pode hackear perfis interessantes de pessoas para recrutar, invadir câmeras de vigilância, alterar sinais de trânsito, enviar distrações para pessoas, eletrocutá-las e etc.
Mas não dá para resolver tudo apenas com o celular. Por isso, os já conhecidos gadgets da franquia estão de volta e ganharam alguns novos “amigos”. Entenda amigos aqui como drones. Sim, eu já sei que eles existiam antes, mas agora você hackeá-los e voar com eles (nos drones de carga, no caso). Não é o meio de transporte mais veloz, mas a ideia dele é ser um recurso tático.
Novamente, você pode escolher entre enfrentar uma situação de perigo de modo furtivo, usando gadgets atordoadores e não letais, ou partir para uma abordagem mais direta e violenta, com o uso de armas de fogo – por exemplo. A escolha é sua e as consequências também.
Se precisar cair na mão com alguém, o combate corpo a corpo não é nada extraordinário, mas funciona, só procure evitar ficar cercado (só alguns agentes sabem fazer rolamento). Nos combates corpo a corpo, você irá alternar entre apertar três botões (ataque, quebrar o bloqueio adversário e esquiva) e o restante é automático.
O uso de gadgets aliado a diferentes forma de interagir com o ambiente a seu favor é bem semelhante aos dos jogos passados da série, como acionar armadilhas a partir de caixas de energia e também criar distrações em estruturas eletrificadas, dentre outros recursos.
Há pontos de tecnologia espalhados por toda Londres. Você precisará deles para comprar melhorias de tecnologias para seus agentes, como desbloquear habilidades extras, armas e gadgets. Você também pode aprimorar alguns gadgets e armas que já possui.
Só porque faz parte de um grupo rebelde não quer dizer que não possa derrubar os adversários no estilo. Há várias lojas para comprar roupas espalhadas pela cidade (inclusive no quartel general do DedSec). Você também pode customizar a aparência das suas armas e gadgets para seu agente. Tudo isso custa dinheiro do jogo, é claro.
Como disse, no início deste review, testei Watch Dogs Legion no PC e, dentro das configurações fixadas, o visual está bem bonito e o ray tracing realmente deu um toque a mais no realismo dos reflexos dos carros, poças d’águas, prédios espelhados e etc. Notei alguns bugs, no entanto, mas falo deles mais adiante.
Inicialmente, eu havia fixado o ray tracing no Ultra e, mesmo com uma placa RTX 2080, notei alguns engasgos em cenas mais rápidas, como correndo em carros ou motos. Nada travou completamente, mas precisei colocar na configuração Alta (para o ray tracing) e ativar o DLSS para Balanceado (que equilibra desempenho e visual) para não ter mais problemas de quedas de quadros.
Sobre carros, tanto a parte visual (você realmente vai notar quando ele estiver bem destruído), quanto sonora do motor ficaram bem trabalhadas e vale mencionar aqui também (mesmo não fazendo parte deste tópico) que dirigir os veículos do jogo é bem suave e relativamente fácil.
Sobre áudio no geral, destaque para o trabalho de dublagem em PT-BR dos agentes e NPCs. Nota-se toda a atenção em adaptar até mesmo as piadas para o nosso idioma. O sincronismo da voz em português com a boca dos personagens não existe, mas não acredito que isso vá comprometer muito a experiência.
Durante os testes notei um bug bem curioso. Em momentos isolados, alguns carros e personagens simplesmente desapareceram da minha frente. Como se alguém tivesse estalado os dedos e… Sumiu! Certa vez, um NPC que desapareceu, literalmente, do mapa estava me perseguindo. Obrigada bug, mas Ubisoft por favor corrija isso no próximo patch.
Notei outros bugs ocasionais também, como um dos meus agentes se tremendo todo ao interagir com algum objeto, por exemplo. Mexer rapidamente o analógico fez voltar ao normal, no entanto.
Watch Dogs Legion não chega a ser uma continuação direta dos games anteriores e você não vai se sentir perdido ao jogá-lo, caso este seja seu primeiro game da série. O protagonismo, dessa vez, é tirado de apenas um indivíduo e colocado sobre todo o grupo DedSec. Essa é a principal e a maior novidade do game: quase qualquer um pode se unir à resistência, o que te dá bastante versatilidade de gameplay.
Palmas para o trabalho de dublagem em português do Brasil que, mesmo com algumas frases repetidas de alguns agentes, conseguiu localizar bem e até de forma engraçada algumas gírias e estilos que certamente já ouvimos por aqui. Inclusive, o jogo faz uso do cômico com frequência. Não é sempre que as piadas funcionam, mas o esforço foi válido.
As mecânicas de gameplay são fáceis de entender, mesmo que não tenha jogado nada antes da franquia, e os combates corpo a corpo são simples, às vezes até demais. Watch Dogs Legion segue a fórmula de sandbox mundo aberto com dezenas de atividades, bem parecido com o segundo jogo. Vale a pena jogar, se curtir o estilo, mas não espere grandes mudanças (além da questão da troca de agentes). No mais, até os bugs dos NPCs desaparecendo são divertidos.
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