quinta-feira, 2 de julho de 2020

Uma olhada no Motorola Edge+, o retorno da marca aos flagships | Celular | Tecnoblog

Demorou três anos, mas a Motorola enfim voltou ao segmento de celulares super caros com o Edge+, um smartphone com o processador mais potente da Qualcomm, 12 GB de RAM e compatibilidade com 5G como um dos chamarizes. Ele é bem diferente dos últimos lançamentos da Motorola e promete as melhores câmeras, tela e desempenho entre os aparelhos da marca.

Com preço de lançamento de R$ 8 mil, o Motorola Edge+ vem com processador Snapdragon 865, tela OLED de 6,7 polegadas com laterais curvadas e uma bateria de 5.000 mAh com carregamento sem fio. Ele começa a ser vendido no Brasil em 14 de julho, mas eu já estou com minha unidade de teste em mãos e conto as primeiras impressões a seguir.

O Motorola Edge+ me chamou a atenção por ser um topo de linha meio diferente: ele tem os melhores números em hardware, como esperado, mas traz alguns detalhes importantes a mais ou a menos em comparação com outros modelos caros, como o iPhone 11 Pro Max e o Galaxy S20 Ultra.

Motorola Edge+ Hands on

Do lado positivo, o Edge+ tem uma entrada de 3,5 mm para fones de ouvido, item que está sumindo até nos aparelhos intermediários, além de um painel OLED com taxa de atualização de 90 Hz ativado por padrão: as animações do Android 10 ficam tão fluidas e suaves que, como costumo dizer, parece até que passaram manteiga na tela. Também é o primeiro celular 5G a chegar ao Brasil (as operadoras vão demorar para lançar o 5G por aqui, mas isso é só um detalhe).

Motorola Edge+ Hands on

No entanto, ele não tem nenhum tipo de certificação IP para proteção contra água, uma característica padrão em celulares dessa faixa de preço. E as câmeras com números enormes não filmam em 8K, deixando a Samsung praticamente sozinha nesse campo. Mas o mais estranho é que o Edge+ também não filma em 4K a 60 fps (!), só a 30 fps. Discutiremos mais esses pontos no review completo, que será publicado em breve.

Motorola Edge+ Hands on

Também expondo as diferenças, o Edge+ é um celular com design bem peculiar dentro da Motorola; não lembro de nada parecido na linha Moto. Ele chega ao Brasil em uma cor cinza meio azulada, que é discreta, mas reflete a luz de uma forma bem bonita. A traseira é visivelmente de plástico, não vidro, mas isso não chega a ser um demérito.

Logo de cara, chama a atenção a fluidez da interface. Isso provavelmente acontece não só por causa do Snapdragon 865 e 12 GB de RAM, mas em especial por causa da tela de 90 Hz. Como o aparelho vem nesse modo de fábrica, diferente do que acontece na Samsung, me surpreende que a Motorola esteja prometendo dois dias de autonomia com a bateria de 5.000 mAh — ainda vamos testar isso com calma.

Motorola Edge+ Hands on

A tela é um dos principais pontos do Edge+, tanto que as bordas laterais influenciam até no nome do produto. As curvaturas escorrem em 90 graus, como as do Huawei Mate 30 Pro, mas como o Edge+ é um celular relativamente espesso, com quase 10 mm de espessura, o efeito fica ainda mais visível.

Motorola Edge+ Hands on

Na câmera traseira, a Motorola apostou em um conjunto triplo (ou quádruplo, dependendo da sua religião). O sensor principal tem 108 megapixels e acompanha uma câmera ultrawide de 16 megapixels, uma teleobjetiva de 8 megapixels com zoom óptico de 3x e um sensor de tempo de voo para medir profundidade.

O sensor principal de 108 megapixels é o mesmo Isocell Bright HMX do Galaxy S20 Ultra e do Xiaomi Mi 10 Pro. Meus primeiros cliques foram bem promissores, mas sabemos que o processamento de imagem pode fazer uma boa diferença no resultado final. O modo de visão noturna da Motorola ainda precisava de ajustes nos modelos passados; nos próximos dias veremos se a empresa melhorou esse ponto.

Motorola Edge+ Hands on

Algo que não conseguiremos analisar tão cedo no Edge+ é o 5G. A Motorola fez alarde por estar lançando o primeiro celular compatível com a próxima geração de redes móveis no Brasil, mas o movimento é parecido com o que aconteceu na época do 4G: o leilão de frequências ainda nem aconteceu, o novo padrão ainda não funciona direito nem lá fora e a popularização da tecnologia vai demorar alguns anos.

Outro asterisco com relação ao 5G é que a versão brasileira do Edge+ terá suporte apenas a frequências sub-6, diferente do modelo americano, exclusivo da operadora Verizon, que se conecta a redes de ondas milimétricas. É verdade que o 5G mmWave, previsto para a frequência de 26 GHz no Brasil, deve demorar ainda mais para chegar e talvez você já tenha trocado de celular até lá — mas o mmWave é justamente a tecnologia do 5G que deve trazer os maiores avanços em velocidade.

O Motorola Edge+ está em pré-venda e será lançado no Brasil no dia 14 de julho por R$ 7.999, apenas na cor cinza. O review completo será publicado no Tecnoblog em breve. O que você quer sobre ele?

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