As empresas que desenvolvem processadores baseados na arquitetura ARM devem pagar uma taxa de licenciamento à britânica ARM Holdings, que detém os direitos da tecnologia. Esse valor está sendo motivo de controvérsia: segundo a agência de notícias Reuters, os preços aumentaram em até quatro vezes, o que fez alguns clientes começarem a buscar alternativas no mercado.
A informação vem de quatro fontes que preferiram não se identificar. A ARM não divulga publicamente seus custos de licenciamento ou detalhes de negociações internas, mas as taxas ficam na casa dos milhões de dólares para chips mais complexos, como processadores para smartphones premium com núcleos personalizados.
Segundo a Reuters, a ARM se movimentou para “aumentar as taxas de licenciamento para alguns clientes em negociações recentes”, o que fez “alguns licenciados passarem a considerar alternativas não-ARM”. Não está claro quais seriam as outras opções de arquitetura, mas o padrão aberto RISC-V já é visto como um forte concorrente no mercado de internet das coisas.
AMD, Apple, Huawei, Nvidia, Qualcomm e Samsung são alguns dos maiores clientes da ARM, sendo que a Apple deverá trazer ainda mais receita à companhia britânica com a transição de arquitetura dos Macs, que abandonarão os chips da Intel. A ARM tem ganhado mais dinheiro especialmente devido às taxas pagas por parceiras: o faturamento com licenciamento subiu 6,4% no último ano fiscal, para US$ 582 milhões.
Tudo isso acontece em meio às expectativas de que o grupo japonês SoftBank, que comprou a ARM em 2016 por US$ 32 bilhões, venderá parcial ou totalmente a empresa de processadores. Uma oferta inicial de ações (IPO) também estaria sendo estudada para breve; a SoftBank já havia sinalizado que pretendia reabrir o capital da ARM, mas apenas em 2023.
A suposta venda da ARM ocorreria em um momento crítico do conglomerado japonês: 25% da desenvolvedora de chips é de propriedade do fundo de investimento bilionário Vision Fund da SoftBank, que perdeu US$ 17,3 bilhões em valor de mercado até o fim de março, com a pandemia de coronavírus. As maiores perdas foram causadas pela desvalorização da Uber e do WeWork.
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