Em setembro, a Nvidia anunciou a compra da ARM por US$ 40 bilhões. Mas a transação ainda precisa passar pela aprovação de entidades reguladoras dos Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia e China. Neste último mercado, a resistência à aquisição pode ser grande: companhias como Huawei Technologies expressaram preocupação com o negócio.
A informação vem da Bloomberg. De acordo com fontes ligadas à indústria chinesa ouvidas pelo veículo, algumas companhias têm pressionado as autoridades de mercado da China para rejeitar a compra ou impor condições que garantam às empresas locais acesso às tecnologias da ARM.
Este detalhe deixa claro o que preocupa as empresas chinesas: o receio de que, ao ser assumida por uma companhia americana, a ARM (de origem britânica) passe a limitar acordos de licenciamento com a China em função da tensão comercial existente entre o país e os Estados Unidos.
Certamente, a Huawei é a companhia mais preocupada, por motivos óbvios: a empresa enfrenta sanções tão severas impostas pela administração Trump que já não pode lançar smartphones com o ecossistema do Google ou contar com processadores de companhias como Qualcomm.
Se, eventualmente, empresa de semicondutores chinesas não conseguirem licenciar tecnologia da ARM, a Huawei terá ainda mais dificuldade para lançar celulares e outros dispositivos.
Estima-se que, no setor de semicondutores, a China movimente cerca de US$ 300 bilhões por ano. É por isso que alguns analistas de mercado acreditam que as chances de as autoridades chinesas fazerem exigências rigorosas para aprovar a compra da ARM pela Nvidia são grandes.
Não seria a primeira vez. Em 2018, a Qualcomm desistiu de comprar a NXP Semiconductors justamente pela dificuldade de aprovação do negócio pelas autoridades reguladoras da China.
Apesar disso, a Nvidia segue confiante de que a aquisição será aprovada em todos os mercados.
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