segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Facebook proíbe posts dizendo que Holocausto não aconteceu | Internet | Tecnoblog

O Facebook anunciou nesta segunda-feira (12) uma mudança em seus padrões da comunidade: a rede social vai remover posts com distorções sobre o Holocausto ou alegações de que ele nunca aconteceu. O CEO Mark Zuckerberg diz que a medida foi tomada devido ao aumento do antissemitismo ao redor do mundo.

Facebook (Imagem: Reprodução)

“Nossa decisão é apoiada pelo aumento bem documentado do antissemitismo globalmente e o nível alarmante de ignorância sobre o Holocausto, especialmente entre os jovens”, afirma Monika Bickert, vice-presidente de políticas de conteúdo no Facebook, em comunicado.

A empresa menciona uma pesquisa recente feita com 10 mil pessoas nos EUA entre 18 e 39 anos. 63% dos entrevistados não sabiam que 6 milhões de judeus foram mortos durante o Holocausto. Cerca de um terço (30%) disse ter visto símbolos nazistas em suas redes sociais. Além disso, 15% afirmaram achar que o Holocausto é um mito ou foi exagerado.

Este ano, uma investigação revelou que os resultados da pesquisa do Facebook traziam sugestões para páginas que negam o Holocausto, além de recomendar links para editoras que vendem livros revisionistas sobre a história da Segunda Guerra Mundial. A empresa foi pressionada por um boicote à publicidade que envolveu mais de mil anunciantes.

Em 2018, Zuckerberg disse que o Facebook não deveria interferir no conteúdo postado na plataforma, mesmo se envolvesse algo extremo. Para ele, o negacionismo do Holocausto é uma ideia errada e “profundamente ofensiva”, mas a rede social não deveria retirar posts sobre isso porque “há assuntos em que diferentes pessoas erram”.

Agora, ele mudou de ideia. “Minha própria opinião evoluiu quando vi dados que mostram um aumento na violência antissemita… traçar o limite certo entre o que é ou não um discurso aceitável não é algo simples, mas com o estado atual do mundo, acredito que esse é o equilíbrio certo”, explica o CEO.

O Facebook também baniu recentemente estereótipos antissemitas que retratam os judeus “governando o mundo ou suas principais instituições”. Além disso, a rede social exibirá links confiáveis para quem pesquisar termos associados ao Holocausto na plataforma.

No entanto, a empresa avisa que “a aplicação dessas políticas não vai acontecer da noite para o dia”, porque levará algum tempo para treinar seus revisores e sistemas.

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