O mercado de semicondutores está bastante agitado neste ano. Semanas depois de a Nvidia anunciar a aquisição da ARM, a AMD foi às compras e se tornou dona da então rival Xilinx. O negócio, avaliado em US$ 35 bilhões, foi confirmado nesta terça-feira (27).
A Xilinx é um nome pouco conhecido entre consumidores finais, mas a empresa tem grande presença em um segmento bastante relevante para aplicações industriais, científicas e até comerciais: o de chips FPGA (Field Programmable Gate Array).
Unidades FPGA podem ter seus circuitos programados (ou reprogramados) para atuar em tarefas muito específicas. De modo simplificado, podemos entender chips do tipo como unidades que são programadas depois da fabricação, não durante.
Com a compra da Xilinx, a AMD espera aumentar a sua presença no mercado de computação de alto desempenho. Nesse sentido, a tecnologia da Xilinx deve ampliar a participação da companhia em áreas como automação industrial, tecnologia militar, telecomunicações e datacenters.
Isso porque, além de unidades FPGA, a Xilinx é especializada no fornecimento de chips ou módulos para aplicações específicas e sistemas embarcados, por exemplo.
Com base nisso, não surpreende que a AMD esteja disposta a desembolsar um montante tão alto pelo negócio. Os US$ 35 bilhões serão pagos em ações. A transação foi aprovada pelos conselhos administrativos de ambas as companhias e, agora, aguarda o aval de acionistas e autoridades reguladoras.
A expectativa é a de que a compra seja concluída até o final de 2021. A AMD espera que, em um prazo de 18 meses após a conclusão, passe a economizar cerca de US$ 300 milhões em eficiência operacional graças ao compartilhamento de infraestrutura entre as duas empresas.
O negócio deve armar ainda mais a AMD contra a sua maior concorrente: no final de 2015, a Intel adquiriu a Altera, principal rival da Xilinx, por US$ 16,7 bilhões.
A Intel tá vendendo divisões enquanto que a AMD tá comprando, é uma bela mudança de mercado.
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