segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Afinal, o 5G DSS que temos no Brasil é “5G de verdade”? | Telecomunicações | Tecnoblog

O 5G ganhou espaço nas discussões nas últimas semanas. O marketing das operadoras de telecomunicações funciona a todo o vapor em favor da tecnologia, que promete uma revolução de conectividade nos próximos anos. Mas, com as primeiras redes utilizando compartilhamento dinâmico de espectro (DSS), estamos no dilema do 5G da propaganda e do 5G “de verdade”. Afinal, o Brasil tem 5G de verdade antes do leilão?

Tim Cook e 5G (Imagem: Apple)

O próximo leilão de frequências da Anatel só deve acontecer em 2021, mas isso não impediu que operadoras ativassem a tecnologia 5G no Brasil. Isso é possível graças ao DSS, sigla para Dynamic Spectrum Sharing, ou seja, compartilhamento dinâmico de espectro.

Esse formato permite que operadoras utilizem 5G com a mesma capacidade já adotada por outras tecnologias, como 4G, 3G e 2G.

Muita gente defende que o 5G DSS não é o “5G de verdade” e nada mais é do que o 4G com outro nome. Essa confusão é compreensível, uma vez que a maior operadora americana rebatizou seu 4,5G como 5G. Mas tratando especificamente do 5G DSS, não é o caso.

O 5G com compartilhamento dinâmico de espectro (DSS) é, de fato, outra tecnologia, com padrão 5G NR (New Radio) em formato NSA (non-standalone, release 15). Isso significa que o 5G DSS:

Tecnicamente falando, o 5G DSS é sim 5G, pelo fato de ser a tecnologia 5G NR. No entanto, o 5G DSS é bastante diferente do 5G tradicional, com suas frequências dedicadas que entregam maior capacidade simultânea e velocidades altíssimas.

Por ter seu espectro compartilhado com outras tecnologias, o 5G DSS não entrega todo o potencial de uma rede 5G. E é por isso que temos a popular expressão “5G de verdade”, que se refere a uma rede com capacidade exclusiva para a tecnologia.

As velocidades do 5G DSS podem ser maiores que no 4,5 G, dependendo da capacidade compartilhada. Mas sabe aquelas altíssimas taxas de transferência, na casa dos gigabits por segundo? Isso fica restrito ao “5G de verdade”, com frequência dedicada.

O 5G DSS é muito mais econômico e rápido de se instalar: são vários os rádios das antenas das operadoras que passam a suportar a nova tecnologia apenas com uma atualização de software. Com isso, empresas de todo o mundo irão adotar o padrão, por permitir uma rápida expansão da tecnologia a níveis nacionais.

Além da parte técnica, o 5G DSS é útil por entregar maiores velocidades e melhor experiência de uso em regiões onde não é economicamente viável construir uma rede 5G do zero, uma vez que a infraestrutura existente é aproveitada.

Por fim, as frequências utilizadas por tecnologias como 4G, 3G e 2G são menores que as capacidades que serão leiloadas pela Anatel em 2021. O DSS irá levar o 5G para essas frequências, que continuam importantíssimas para garantir cobertura em ambientes internos, como prédios, casas e estabelecimentos.

A Claro é a principal operadora a ser lembrada, por veicular comerciais escancarando seu 5G. A empresa ativou sua rede 5G DSS em julho de 2020, com cobertura em bairros de São Paulo e Rio de Janeiro.

Teste de velocidade no 4G e 5G DSS na rede da Claro (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

A operadora diz que o 5G DSS “é o começo de uma grande jornada de transformação”, e que “todos os investimentos feitos para implantar o 5G DSS, nas frequências atuais, serão automaticamente aceleradores da implantação definitiva do 5G, com a posterior adição do espectro de 3,5 GHz e das faixas de onda milimétricas”. Ou seja, a própria Claro trata o 5G DSS como um pré-5G.

Já a Vivo afirma que “a experiência completa do 5G será alcançada com um maior adensamento dos sites, conectados com uma rede de fibra ótica de altíssima capacidade e com frequências dedicadas a serem leiloadas no início de 2021”, e que a experiência do 5G “não poderá ser sentida em sua totalidade” com o compartilhamento de espectro.

Sem fazer tanta publicidade sobre isso, a Vivo ativou o 5G DSS em julho de 2020. A cobertura abrange regiões de oito capitais brasileiras: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

O presidente da TIM, Pietro Labriola, disse que o “5G de verdade” só existirá após o leilão da Anatel, e que o “5G do marketing chega o quanto antes”.

A operadora deve adotar o 5G DSS nos municípios de Bento Gonçalves (RS), Itajubá (MG) e Três Lagoas (MS), mas o serviço será dedicado para banda larga residencial, no modelo FWA (fixed wireless access).

Em estratégia diferente das concorrentes, a Oi ativou seu piloto de 5G em Brasília sem o compartilhamento dinâmico de espectro (DSS). A empresa dedicou 10 MHz da sua licença de 2,1 GHz para cobrir 80% da cidade de Brasília.

A operadora afirma ter atingido velocidades de 500 Mb/s em seus testes. Para usar o serviço, basta ter um aparelho compatível e estar na área de cobertura 5G.

O leilão de frequências da Anatel só deve acontecer no primeiro trimestre de 2021, e ainda não foram revelados detalhes como metas de cobertura ou cronograma de municípios corretos.

Se o leilão não tiver mais atrasos, é esperado que as operadoras lancem suas redes com frequência de 3,5 GHz até o final de 2021. Um possível banimento de equipamentos da Huawei pode adiar ainda mais o início dessas operações, uma vez que as empresas terão que comprar novos equipamentos para as áreas servidas pela fornecedora chinesa.

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