Na quarta-feira (15), o presidente Donald Trump assinou uma ordem de “emergência nacional” no setor de telecomunicações que proíbe empresas dos Estados Unidos de negociar equipamentos estrangeiros que possam trazer riscos à segurança do país. A decisão vai afetar uma companhia em especial: a Huawei Technologies.
Se você acompanha o noticiário de tecnologia e negócios, deve saber que o governo dos Estados Unidos “implica” com a Huawei, ZTE (ambas chinesas) e subsidiárias destas pelo menos desde 2012. As acusações contra essas companhias só pioraram depois que Trump assumiu a presidência do país.
“O presidente deixou claro que este governo fará o que for necessário para manter a América segura e próspera, bem como protegê-la de adversários estrangeiros que criam e exploram ativamente vulnerabilidades nas infraestruturas de serviços de TI e comunicação dos Estados Unidos”, declarou Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca.
No entendimento das autoridades americanas, as mencionadas empresas — sobretudo a Huawei — utilizam os equipamentos que fornecem para coletar dados confidenciais dos Estados Unidos e outros países ocidentais para repassá-los ao governo chinês.
Também pesam contra a Huawei acusações de roubo de tecnologia, obstrução à Justiça dos Estados Unidos, fraudes e violação de sanções aplicadas ao Irã.
A Huawei sempre negou as acusações. Em março, a companhia chegou a abrir um processo contra o governo Trump na tentativa de derrubar a lei que proíbe a administração pública americana de utilizar equipamentos fabricados pela Huawei, ZTE e subsidiárias.
Com a recente decisão, a situação da Huawei nos Estados Unidos fica mais complicada. A companhia é uma das maiores fabricantes de equipamentos para telecomunicações do mundo e, agora, ficará praticamente impedida de prestar seus serviços a operadoras e outras empresas do setor que atuam no país.
Na prática, grandes operadoras de telefonia e internet americanas já vinham evitando adquirir equipamentos da Huawei na expansão ou atualização de suas redes, o que significa que, por ora, a companhia não irá sentir os impactos da decisão.
Porém, o estado de emergência nacional permitiu que o Departamento de Comércio dos Estados Unidos colocasse a Huawei e afiliadas em uma espécie de lista negra de organizações que ameaçam a segurança ou os interesses do país.
Com isso, empresas americanas não poderão fornecer componentes para os equipamentos da Huawei, a não ser sob autorização do governo dos Estados Unidos, coisa que, considerando as circunstâncias, dificilmente acontecerá.
Em nota, a Huawei declarou estar disposta a trabalhar junto ao governo dos Estados Unidos e adotar medidas para garantir a segurança de seus equipamentos. A companhia também disse que as recentes restrições forçarão o país a adotar tecnologia inferior e mais custosa, deixando os Estados Unidos atrasados na implementação de redes 5G.
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