O mistério do Fuchsia vem se desenrolando desde 2016: trata-se de outro sistema operacional do Google, desenvolvido em código aberto, que poderia substituir o Android no futuro. A empresa geralmente evita falar sobre o assunto; mas, nesta edição da conferência I/O, ela decidiu contar alguns detalhes. O Fuchsia não é exatamente um “novo Android” ou “um novo Chrome OS”, e sim um projeto experimental que poderia rodar em todo tipo de dispositivo, inclusive na Internet das Coisas.
Hiroshi Lockheimer, chefe do Android e Chrome, explica ao The Verge que o Fuchsia é “uma nova abordagem para o que um sistema operacional poderia ser… a ideia é avançar o estado da arte em termos de sistemas operacionais; as coisas que aprendemos com o Fuchsia, nós podemos incorporar em outros produtos”.
Parece que o foco do novo sistema operacional não é substituir o Android. Ele diz: “as pessoas estão muito entusiasmadas dizendo que ‘esse é o novo Android’ ou ‘esse é o novo Chrome OS’, mas essa realmente não é a ideia do Fuchsia… todo mundo presume que o Fuchsia é feito para celulares, mas e se pudesse ser usado para outras coisas?”
OK, mas… quais coisas? Em um bate-papo durante o Google I/O, Lockheimer deu pistas sobre isso. “Existem diversos tipos de dispositivos que exigem sistemas operacionais, não são apenas celulares e computadores. No mundo da Internet das Coisas, há um número crescente de dispositivos que exigem OS, novos runtimes e assim por diante”, diz o executivo.
“Acho que há muito espaço para múltiplos sistemas operacionais com diferentes pontos fortes e especializações”, ele completa. “O Fuchsia é um deles, por isso, fiquem ligados.”
No bate-papo, Lockheimer também mencionou que o Fuchsia não é pensado para suplantar o Android: “muitas pessoas presumem: ‘este é um novo sistema operacional do Google, então deve ser o futuro. O OS único do Google’, sabe. Não é assim que o vemos, e sim como um lugar onde podemos experimentar novas ideias”.
Talvez fosse ingênuo acreditar que o Google realmente estaria pensando em manter só um sistema operacional, dado que a empresa vem lançando produtos concorrentes há anos — por exemplo, ela tem seis aplicativos de chat (Hangouts, Chat, Meet, Duo, Mensagens e Voice).
No entanto, o Google vem fazendo uma limpeza nessas duplicatas: o Inbox acabou, deixando só o Gmail; o Allo foi encerrado; o Hangouts “clássico” pode deixar de funcionar em 2020; e o YouTube Music vem recebendo recursos do Google Play Música.
Talvez o Fuchsia possa entrar nessa mesma estratégia: segundo a Bloomberg, ele deve ser lançado em 2021 para substituir o Android em smartphones ao longo de cinco anos. Inclusive, o código-fonte do sistema aponta que ele será capaz de rodar apps do Android.
O Fuchsia usa um kernel chamado Zircon (baseado no LK) em vez do Linux. O Google vem testando o sistema no Pixelbook, enquanto a Huawei faz o mesmo no smartphone Honor Play. Alguns sinais apontam que ele também roda no alto-falante inteligente Google Nest Hub (antes chamado de Home Hub).
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