A Boeing revelou na quinta-feira (16) que a atualização de software que corrige os sistemas dos aviões 737 Max foi finalizada. O update diz respeito principalmente ao MCAS, software desenvolvido para evitar que a aeronave entre em estol (perca sustentação), mas que, muito provavelmente, teve relação com os acidentes da Lion Air e Ethiopian Airlines.
Ainda não está claro quando a atualização será enviada às companhias aéreas e, com efeito, permitirão que os aviões 737 Max voltem a voar — diversas operadoras, incluindo a brasileira Gol, suspenderam voos com aeronaves dessa família como medida de precaução.
Sabe-se, porém, que o próximo passo consiste em agendar um voo de avaliação com a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) para que a atualização possa ser certificada e, então, disponibilizada.
Como que para dizer que está confiante nessa solução, a Boeing declarou que o software foi testado, até agora, em 207 voos simulados e reais que totalizam mais de 360 horas. “Estamos fazendo um progresso claro e constante, e acreditamos que o 737 Max com o software MCAS atualizado será um dos aviões mais seguros para voar”, afirma a empresa.
Os esforços da Boeing não se limitam ao update de software. A companhia também diz estar com trabalhos avançados na atualização de manuais e programas de treinamento que deixarão pilotos e, presumivelmente, times de manutenção preparados para lidar com as particularidades da linha 737 Max.
Obviamente, o MCAS é a principal delas. Esse software é exclusivo dos modelos Boeing 737 Max e existe, basicamente, para corrigir a inclinação do avião sob determinadas circunstâncias de modo a evitar um estol.
Como a família Boeing 737 Max têm motores maiores e posicionados um pouco mais à frente na comparação com as aeronaves da geração anterior (737 New Generation), o MCAS foi desenvolvido como uma espécie de sistema de compensação.
As investigações ainda estão em andamento, mas tudo indica que inconsistências em sensores de ângulo de ataque fizeram o MCAS agir equivocamente nos voos da Lion Air e Ethiopian Airlines, causando os acidentes.
Com a atualização e as demais medidas, o MCAS ficará mais preciso e os pilotos estarão preparados para evitar que esse software se sobreponha aos demais sistemas da aeronave — pelo menos é o que se espera.
Mas isso não quer dizer que os aviões 737 Max parados voltarão a voar prontamente. Além da FAA, a Boeing precisa tratar do assunto com agências reguladoras e companhias aéreas de várias partes do mundo, trabalho que deve levar várias semanas para ser realizado.
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