O Tone Free FN6 é o novo fone de ouvido true wireless da LG lançado no Brasil em dezembro. O wearable não só ostenta assinatura Meridian, mas ainda traz como diferencial uma tecnologia autolimpante que elimina 99,9% das bactérias. Mas não é só isso, a empresa promete até 18 horas de reprodução com o case e cancelamento de ruído. Será que agrada?
Se você gostar do Tone Free FN6, prepare o bolso, pois estamos falando de um fone considerado premium pela LG e que tem preço sugerido de R$ 1.200. Eu usei o dispositivo nos últimos dias e compartilho todos os detalhes neste review.
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Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. O Tone Free FN6 foi fornecido pela LG por doação. O produto será usado em conteúdos futuros e não será devolvido à empresa.
As primeiras impressões do Tone Free FN6 foram positivas. Eu gostei bastante do design minimalista e delicado que a LG adotou; a versão em branco reforça ainda mais essas características. Além do visual, o conforto é outro ponto de destaque. Se você precisa ficar horas seguidas com os fones ligados para trabalhar, saiba que o Tone Free FN6 tem essa vantagem.
Na embalagem, a LG envia três pares de ponteiras de tamanhos diferentes e, segundo a empresa, elas são de silicone não tóxico e hipoalergênico.
O case não só serve para alimentar as baterias, mas ele também é útil para manter os fones sempre limpos, literalmente. Eles contam com uma tecnologia chamada UV Nano, responsável por limpar os dispositivos dentro do case.
Funciona assim: quando você guarda os fones, a luz ultravioleta presente no estojo pode eliminar 99,9% das bactérias que estão no produto. Mas isso não ocorre de forma instantânea, eu conversei com o Ramiro Neto, que é gerente de produto da área de Áudio e Vídeo da LG Brasil, e ele explicou que o Tone Free FN6 precisa ficar dez minutos dentro do case para fazer a higienização corretamente.
Além disso, o estojo precisa estar conectado à alimentação através da porta USB-C disponível no acessório, senão não funciona.
E como estamos vivendo uma pandemia, o Tecnoblog perguntou se a tecnologia é capaz de eliminar o coronavírus, mas a LG não entra nesse assunto e apenas reforça que o UV Nano pode matar germes e bactérias na malha do alto-falante dos fones. Eu ainda apurei que, em outros países, a empresa também não aborda esse detalhe importante.
É bom reforçar que a luz ultravioleta é invisível e o LED azul que acende quando você abre o case está ali “apenas para fins estéticos”. Ou seja, na prática, o usuário não terá nenhuma informação sobre a limpeza, nem mesmo no aplicativo oficial.
Para uma experiência mais completa, a LG disponibiliza o aplicativo Tone Free, para Android e iPhone (iOS). Enquanto eu testava o produto, o app estava em inglês, não sendo possível alterar o idioma, mas a LG já adiantou que uma versão em português será liberada.
O app traz uma interface bem simples e concentra os principais recursos e configurações na tela inicial. Nele, o usuário pode ativar o modo de som ambiente, configurar os controles por touch dos fones, fazer ajustes com o equalizador e localizar o gadget.
Eu achei muito interessante um recurso disponível de leitura de notificações. Ao ativar essa opção, os fones passam a ler mensagens e outras informações que chegam no celular, o que é muito útil se você está caminhando na rua, por exemplo, e não pode tirar o dispositivo do bolso.
Por trabalhar com Bluetooth 5.0, a comunicação com o smartphone é bem firme e o Tone Free FN6 passa a parear automaticamente assim que você abre o case após o primeiro contato. Durante a avaliação, eu não percebi latência alta que comprometa o consumo de jogos e vídeos.
O som do LG Tone Free não me agradou logo de início devido à ausência do grave e aos agudos secos, que, por consequência, deixam as canções muito abafadas. Também é possível notar distorção em partes mais quentes de algumas músicas quando o volume está elevado.
Em Can’t Stop, do Red Hot Chili Peppers, os vocais e alguns instrumentos soam com clareza, mas os fones tendem a valorizar os médios e sobretudo os agudos. Você tem a liberdade de fazer ajustes, porém os presets da Meridian no aplicativo não foram suficientes para “resolver isso”.
No pop, FRIENDS, do Marshmello, a situação foi oposta e senti a canção muito mais presente, o que me fez perceber que o gadget trabalha melhor com esse gênero e o mesmo vale para eletrônicas agitadas, como Burnin, do Calvin Harris, que soou bem com controle e sem ruídos.
Mas as batidas ainda ficam em segundo plano e podem ganhar um pouco mais de fôlego ao ativar os modos “Natural” ou “Imersivo”, da Meridian. Esse segundo preset não chega a entregar uma experiência de som tridimensional igual encontramos em fones mais caros, mas pode ser interessante em algumas situações.
O cancelamento de ruído não elimina por completo o barulho de um caminhão, ônibus ou moto, mas consegue diminuir o som de uma TV com volume em 20% ou de um micro-ondas. O bloqueio do ruído externo está mais relacionado ao encaixe dos fones e é até por isso que a LG destaca mais o modo de som ambiente, para ouvir o que acontece ao seu redor por meio dos microfones.
Com relação à bateria, o Tone Free FN6 não é de animar na autonomia e fica abaixo do esperado. A marca afirma que os fones aguentam seis horas de reprodução, porém consegui ouvir músicas por 5h16min com o som ambiente desativado — ao menos uma carga rápida de 5 minutos garante mais uma hora de bateria. Acompanhados do case, você ainda consegue mais 12 horas.
O LG Tone Free FN6 é um fone que se destaca mais pelo seu grande diferencial: a tecnologia autolimpante. Ainda assim, é uma pena o consumidor ficar sem acesso às informações e processos de higienização que poderiam estar disponíveis no aplicativo.
No ponto principal, eu senti falta de um som mais encorpado, dos graves presentes e dos agudos mais limpos. E os detalhes só ficam perceptíveis no pop, enquanto no rock você pode ficar decepcionado.
Apesar disso, a empresa acertou em cheio na construção. Os fones têm certificação IPX4, visual sofisticado, são leves, confortáveis e o estojo segue pelo mesmo caminho. A conectividade é outro ponto de destaque e o aplicativo tem uma ótima interface.
Mas eu não pagaria R$ 1.200 no Tone Free FN6, visto que é possível encontrar opções melhores por menos. Observe o Samsung Galaxy Buds+ que custa R$ 700 e entrega muito mais bateria; o Sony WF-1000XM3 também é encontrado no varejo por R$ 1.200 e tem cancelamento ativo de ruído e som melhor.
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