Um usuário do Reddit chamado GreedyPaint e com muito tempo livre, ou empenhado para descobrir novas formas de distribuição de filmes, conseguiu comprimir todo o primeiro longa metragem de Shrek em um disquete. O resultado final fica extremamente distante do aceitável e utiliza uma espécie de videocassete, criado com o famoso Raspberry Pi, para rodar.
Você, jovem da internet, está acostumado com espaço de sobra na nuvem, 25 GB de um Bluray de camada simples, ou até 66 GB nestes discos com camada dupla. Se sua idade tem números maiores, certamente viveu a época dos DVDs com 4,7 GB ou 9,4 GB, indo até os 700 MB do VCD. Porém, em um passado ainda mais distante, a forma mais prática para transportar arquivos era com um ou vários disquetes e seu generoso armazenamento de 1,44 MB – sim, mega e não giga.
Nessa época mais distante, filmes estavam em fitas cassete e preferencialmente no padrão VHS. Para GreedyPaint, um usuário do Reddit, essa limitação de fita não é aceitável e ele conseguiu utilizar um disquete para armazenar 90 minutos de um filme de animação de Shrek, o primeiro de todos que foram produzidos.
A façanha para colocar o longa em tão pouco espaço começa com a criação de um codec x265 personalizado. Ele é o responsável por fazer Shrek, que pode ser encontrado em 4K (3.840 x 2.160 pixels), encaixar em um arquivo nanico com resolução de 160 x 96 pixels. Junte isso com uma taxa de quatro quadros por segundo e o vídeo desce de alguns GB para apenas 1,37 MB – sobrou espaço no disquete!
I created a floppy disk VCR that plays full length films (like garbage) with the help of a Pi and a custom x265 codec. I call it the LimaTek Diskmaster from r/raspberry_pi
O resultado é um lixo (termo utilizado pelo próprio criador da façanha, em seu post), mas que ao menos pode ser reproduzido em TVs antigas e conta até mesmo com áudio para as falas, músicas e todo restante do filme. Um televisor qualquer não seria capaz de rodar essa obra da ciência da computação, então uma espécie de videocassete foi criado com Raspberry Pi por dentro e um leitor de disquetes para fora.
Como o criador é astuto e amante dos anos 80 (combinamos nisso, ao menos no amor para a década dos sintetizadores), o nome dado ao cacareco é Diskmaster e a empresa responsável por seu nascimento ganhou o título de LimaTek. O ar vintage está presente até mesmo na animação escolhida para o boot do sistema, algo que não existia na época deste tipo de produto – ok, esse é um erro perdoável.
Pensando em videocassete mesmo, até para este padrão de distribuição de vídeo o codec chutou a qualidade final para longe. As fitas VHS gravadas em NTSC trabalham com resolução de 333 x 480 pixels, indo para 335 x 576 pixels para fitas no sistema PAL, junto de 24 quadros por segundo em ambos os casos.
O usuário certamente utilizou uma TV pequena e de baixa qualidade para que os 160 x 90 pixels não ficassem tão horríveis assim. Essa resolução é próxima aos 160 x 144 pixels do Game Boy, da Nintendo – a mesma da versão Color, lançada alguns anos depois.
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