O trio de operadoras Claro, TIM e Vivo acaba de arrematar a Oi Móvel por R$ 16,5 bilhões. O leilão ocorreu nesta segunda-feira (14) no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para a venda da Unidade Produtiva Isolada de Ativos Móveis. Com o negócio, o Brasil passa a ter apenas três grandes operadoras de telefonia móvel.
A conclusão da venda ainda deve demorar bastante, uma vez que o negócio precisa seguir os trâmites burocráticos para aprovação da Anatel e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Oi espera que isso só aconteça no final de 2021.
Além dos R$ 15,7 bilhões, o trio de operadoras também pagará por R$ 819 milhões pelo uso de circuitos da Oi.
A venda da Oi Móvel é prevista desde a divulgação do plano estratégico, em junho de 2020. A empresa precificou a UPI de Ativos Móveis em pelo menos R$ 15 bilhões. Não demorou muito até o surgimento das propostas vinculantes, incluindo de Claro, TIM e Vivo; pouco depois, a Oi aceitou a Highline como stalking horse, posição que permite a interessada em cobrir eventuais ofertas.
No final das contas, a proposta da Highline venceu, mas por pouco tempo: Claro, TIM e Vivo apresentaram outra proposta vinculante com valor maior, que está válida até hoje. Isso aumentou o preço da Oi Móvel para pelo menos R$ 16,5 bilhões.
Do ponto de vista do consumidor, a perda de uma operadora de telefonia celular significa maior concentração no setor e, consequentemente, menor concorrência.
Por outro lado, a venda do braço móvel foi a solução encontrada pela Oi para sobreviver: a operadora enfrenta um longo processo de recuperação judicial com débitos que chegaram a R$ 64 bilhões; a maior parte desse valor foi negociado, e a dívida líquida atingiu R$ 21,2 bilhões no 3° trimestre de 2020.
Com a venda da Oi Móvel, a empresa espera encerrar o processo de recuperação judicial e focar no plano de expansão de fibra óptica para banda larga residencial. A Oi também vendeu de torres, datacenters e irá leiloar no próximo ano a unidade de TV por assinatura, além de buscar um parceiro para a empresa de infraestrutura neutra InfraCo.
De acordo com a Anatel, a Oi possui 36,5 milhões de linhas celulares. Isso significa que a operadora tem 15,9% do mercado de telefonia móvel brasileiro, atrás da TIM (22,3%), Claro (26,6%) e Vivo (33,6%).
A Oi presta serviços de telefonia celular em 3.611 municípios brasileiros, mas não conseguiu evoluir a rede móvel com o surgimento das gerações. A empresa está presente com tecnologia 2G em 3.499 municípios; com 3G, são 1.655 cidades; o 4G só está disponível em 1.035 localidades.
Para efeito comparativo, a Claro está presente com tecnologia 4G em 2.864 cidades, seguida pela Vivo com 3.519 municípios. A TIM é líder de cobertura com a tecnologia e atende 3.732 localidades.
Os detalhes sobre a distribuição dos ativos ainda não foram divulgados no leilão. A expectativa do mercado é que os clientes serão distribuídos entre cada compradora, para manter uma espécie de “equilíbrio” no mercado e facilitar a aprovação do negócio pelo Cade e Anatel.
Sendo assim, a divisão da base de clientes deve ser feita individualmente por DDD, privilegiando a operadora com menor participação de mercado. Em São Paulo (DDD 11), por exemplo, a TIM detém o 3º lugar no market share, com 22,1%; já no Rio de Janeiro (DDD 21), a Vivo seria a responsável para absorver 1,9 milhão de linhas móveis da Oi.
Um levantamento do Teleco feito em julho de 2020 aponta que a Oi tem a maior participação em linhas celulares em apenas quatro DDDs: 71 (Salvador/BA), 81 (Recife/PE), 83 (João Pessoa/PB) e 85 (Fortaleza/CE). Se esse arranjo realmente for efetivado, quem assumir a operação nessas regiões sairá de último lugar a líder de mercado.
Se esse arranjo for considerado, assim ficaria a divisão de clientes da Oi Móvel:
Com informações: InfoMoney, Convergência Digital. Os dados de mercado contidos no post são referentes ao mês de outubro de 2020.
A cada ano que se passa, as pessoas estão dependendo menos de telefonia móvel, por causa do Wi-Fi. Então, eu não vejo com maus olhos o desaparecimento da Oi móvel. Não acho que haverá aumento de preço absurdo nos planos móveis.
Será mesmo que estão dependendo menos de telefonia móvel? Na minha percepção, de leigo, está acontecendo é o contrário, as pessoas usando cada vez mais internet móvel. Tá certo que a pandemia deu uma freada, mas num futuro próximo as pessoas voltarão cada vez mais pras ruas, na verdade isso já está acontecendo.
Mas claro, minha opinião apenas de usuário mesmo. Seria bem legal ver alguma matéria nesse sentido do @LucasBraga, impactos no mercado e coisas relacionadas.
Ainda bem que essa base de usuários não virá pra Claro aqui no Estado.
É justamente o contrário.
Com a melhoria das redes móveis, cada vez menos é necessário o wi-fi para o dia-a-dia
E com o 5G no futuro será menos ainda.
A tendência é de desaparecer o conceito de Internet fixa e Internet móvel.
E tudo ser móvel.
Pessoal chora tanto que não se tem mais operadoras no Brasil pelo cartel da Anatel, tava ai a oportunidade de uma estrangeira entrar no Brasil e ninguém deu um pio, isso só prova a minha teoria que o que falta é interesse e não impedimento da Anatel de mais uma estrangeira operar aqui.
Isso também vale para a internet fixa, mas pelo menos nesse segmento os provedores regionais tem dado um show.
as açougueiras vai fazer a festa com valores exorbitantes ! A empresa tinha dívida isso não tem saída só vendendo para pagar as dividas. triste depender de quartel de operadoras. O que irá derruba-las no futuro será uma nova tecnologia e o preço baixo. directv go lançou um sistema iptv legalizado com preço lá embaixo só assim para acabar com o cartel das operadoras de tv a cabo
não entendi como tudo será movel ? wifi (fibra otica não irá mais exisitir no futuro)?
Nenhum comentário:
Postar um comentário