Sem concorrência forte no Brasil, a LG continua nadando de braçada no segmento de TVs OLED. A CX é uma opção para quem procura o melhor televisor 4K da fabricante coreana em 2020, oferecendo o preto puro do OLED, um processador de imagem atualizado e recursos focados em gamers, principalmente os que vão torrar uma grana na próxima geração de consoles.
A CX tem integração com Google Assistente e Alexa, oferece as últimas tecnologias de conectividade e cobra um valor salgado por isso, com preços entre R$ 8.399 para a versão de 55 polegadas e R$ 39.999 para a gigante de 77 polegadas. Será que vale a pena gastar tudo isso em uma TV? Eu testei a CX nas últimas semanas e conto minhas impressões nos próximos minutos.
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Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. A CX foi fornecida pela LG por doação. O produto será usado em conteúdos futuros e não será devolvido à empresa.
O design da CX é praticamente o mesmo da C9 e me agrada bastante pelo aspecto minimalista. A tela OLED é mais fina que qualquer celular, enquanto as bordas são tão discretas que ficam imperceptíveis. Esse design não seria possível em uma TV LCD, que precisa de um backlight para iluminar os pixels, e a LG explora bem esse diferencial em seus painéis orgânicos.
Para os que instalam a TV sobre uma estante ou rack, a base é composta de duas peças. A maior tem acabamento de plástico e está na traseira para sustentar o peso da TV e servir como um organizador de cabos. Na parte frontal, existe apenas uma pequena faixa de metal com aspecto escovado, que é bem elegante.
Em relação à B9, a CX fica em uma posição mais baixa no móvel. Isso pode ser um incômodo se você tiver uma soundbar mais alta, que pode obstruir a parte inferior da TV. Felizmente, diferente do que acontece em outras TVs baixas, ter uma soundbar na frente não é um problema para o controle remoto, que é Bluetooth e funciona até se você estiver em outro cômodo.
O controle remoto é o mesmo Smart Magic que acompanha muitas TVs da LG. Ele não é exatamente compacto, tem mais botões do que você vai usar e funciona como um mouse para navegar pela interface do webOS, o que exige uma certa dose de coordenação motora. Um botão permite abrir rapidamente a Netflix, enquanto o atalho do Amazon Prime Video tem dupla função e também pode acionar a Alexa.
Nas conexões, que ficam concentradas do lado esquerdo, a LG caprichou bastante. Os destaques são as quatro portas HDMI, todas no padrão 2.1, que suporta a resolução de 4K a 120 Hz, adotada pela nova geração de videogames. Em 2020, ainda é difícil encontrar TVs com uma única entrada HDMI 2.1, então é bom ver que a LG preparou seus produtos para o futuro.
Também na traseira esquerda, a CX inclui três portas USB 2.0, uma saída de áudio óptica, uma entrada de antena de TV digital e uma conexão Ethernet. Os testes foram realizados em uma rede Wi-Fi 802.11ac na frequência de 5 GHz, que não apresentou nenhuma instabilidade.
É difícil analisar criticamente a qualidade de imagem da CX porque os painéis OLED da LG chegam muito perto da perfeição, o que já era verdade nas duas gerações anteriores, a B9 e a B8. Dois pontos importantes que eu considero nos reviews de TVs são o contraste e a uniformidade de preto, que precisam ser bons para garantir uma boa experiência ao assistir a conteúdos no escuro. Mas o OLED já atingiu o limite do que é possível nesses dois quesitos.
Sobram alguns poucos critérios. O ângulo de visão é excelente e melhor que qualquer LCD, permitindo visualizar a tela sem perda de brilho ou saturação mesmo sentando de lado para a TV. O volume de cores é ótimo, sem color banding perceptível em conteúdos reais. No modo padrão, que será usado pela maioria das pessoas, as cores são ligeiramente saturadas e com um tom mais frio, que me agrada bastante.
O ponto “menos bom” da CX é o brilho. No OLED, cada pixel é iluminado de forma individual, o que obviamente tende a gastar mais energia que no LCD. O resultado é que, quanto mais claro o conteúdo, menos brilhante fica a tela, já que existe um limite de consumo do painel. Em alguns momentos, achei o limitador automático de brilho muito agressivo, mesmo aumentando o pico de brilho nas configurações. Felizmente, como a TV tem contraste infinito, consegue lidar bem em ambientes muito iluminados.
Para quem é gamer, a CX cai como uma luva. No modo de jogo, em 4K a 60 Hz, o input lag ficou abaixo dos 15 milissegundos nos meus testes, o que garante uma experiência de jogatina sem atrasos. O fato de todas as portas HDMI serem 2.1, com modo automático de baixa latência, taxa de atualização variável de 40 a 120 Hz e suporte às tecnologias AMD FreeSync e Nvidia G-Sync, conta muitos pontos a favor.
Em uma análise de TV OLED, eu nunca vou deixar de ressaltar a questão do burn-in. O OLED é formado por compostos orgânicos que se desgastam com o uso, o que pode causar marcas permanentes na tela em regiões com imagens estáticas, como o logotipo da emissora de TV, por exemplo. Esse problema é virtualmente inexistente no LCD, mas é um ponto de preocupação no OLED, assim como era nas TVs de plasma.
A CX tem uma série de proteções para evitar que isso aconteça em um ambiente doméstico, fazendo ciclos de limpeza periódicos nos pixels quando está desligada. O próprio software é preparado para reduzir o desgaste: a TV ativa uma proteção de tela quando uma imagem fica parada por muito tempo e diminui o brilho em áreas estáticas. Aliás, o fato de ser menos brilhante quando o conteúdo é mais claro está diretamente ligado às proteções.
Só é possível analisar a suscetibilidade ao burn-in depois de anos de uso, e a CX acabou de ser lançada no mercado brasileiro. A minha unidade de teste da B9 está com 450 horas de uso e, por enquanto, não apresenta nenhum sinal de retenção permanente de imagem. De qualquer forma, como prometido, eu volto em meados de 2021 para mostrar como o painel OLED envelheceu.
A qualidade de som da CX até que me surpreendeu positivamente. No papel, continuamos com quatro alto-falantes em 2.2 canais com potência total de 40 watts, assim como na B9 e na C9. Mas a LG adicionou um recurso chamado Som IA Pro, que identifica automaticamente o som que está sendo emitido (música, filme, esporte, drama ou noticiário) para ajustar o equalizador de maneira mais adequada.
O resultado é que, apesar de não ter graves profundos nem a última gota de definição, o som integrado da CX vai bem, arriscando até algumas baixas frequências e deixando as vozes bem claras. Eu sempre analiso o som integrado das TVs e esta é uma das poucas vezes em que não senti tanta necessidade de ligar minha soundbar o mais rápido possível.
É claro que, para diversos conteúdos, principalmente jogos de tiro e filmes de ação, um sistema dedicado de som será um excelente upgrade para deixar o áudio à altura da qualidade de imagem da TV. Mas se você é um dos muitos brasileiros que não gasta mais dinheiro além do televisor, a CX oferece uma experiência sonora bastante convincente.
A CX roda o sistema operacional webOS 5, que ganhou alguns refinamentos em relação à versão anterior, mas permanece com a mesma base, cheia de telas coloridas com várias animações para ressaltar a fluidez da interface.
A oferta de aplicativos é um dos pontos fortes da LG, com Netflix, Amazon Prime Video, YouTube, Apple TV+, Spotify, Google Play, Vivo Play, Globoplay, Globosat Play, Telecine Play, Plex, HBO Go e mais. Um novo aplicativo pré-instalado é o Alerta de esportes, que permite cadastrar seu time do coração de futebol, basquete, beisebol e outras modalidades para receber notificações quando uma partida começar e conferir os resultados em tempo real.
O sistema operacional da LG é como um canivete suíço. Você pode espelhar seu celular tanto por Miracast quanto por Apple AirPlay. O Painel de controle mostra os dispositivos da rede, lista equipamentos de casa conectada e pode transformar a TV em uma caixa de som Bluetooth para o seu celular.
E dois assistentes pessoais estão à disposição: o Google Assistente, acionado pelo botão de microfone; e a Alexa, que aparece quando você segura o atalho do Prime Video. Infelizmente, a TV não tem o recurso hands free, que permite acionar o assistente pessoal só falando o comando de ativação; essa função ficou restrita à GX.
Minha crítica fica por conta da falta de polimento no software, que tem sido uma constante nos últimos anos, em especial na função de controle remoto universal, que permite comandar outros dispositivos por infravermelho, como o decodificador da TV por assinatura. Esse recurso funcionava com uma gambiarra na B8, melhorou na B9 (mas ainda não era perfeito) e parou na CX. A TV não mostra mais uma lista de dispositivos compatíveis e não me permitiu configurar o recurso.
Já não tinha muito como competir com as OLEDs da LG em qualidade de imagem. O preto perfeito, o brilho forte e o amplo volume de cores garantiam uma excelente experiência com qualquer tipo de conteúdo mesmo nas gerações passadas. A CX só consolida essa posição de liderança da LG. E o fato de ser a única grande fabricante de painel OLED para TVs também ajuda a tornar os preços menos salgados.
Mas é claro que não existe produto perfeito e essa regra também se aplica à CX. O software poderia receber um cuidado maior: para mim, o Tizen, adotado pela Samsung, ainda está na frente. E, obviamente, existe o risco do burn-in que precisa ser assumido pelo consumidor: nas mesmas condições, o OLED terá uma vida útil menor que o LCD. Embora existam mecanismos de proteção, é uma questão de tempo até que um pixel se desgaste mais que o outro.
A CX não é um produto barato: por R$ 8.399, a versão de 55 polegadas é mais cara que muita TV de 75 polegadas por aí. Mas o preço da melhor OLED é menor que o das melhores TVs LCD. Se você estiver afim de apostar no OLED, a LG entrega um conjunto bastante equilibrado no segmento premium, com custo-benefício interessante, som integrado de qualidade e conexões preparadas para o futuro.
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