Após a estreia internacional, o Moto G8 Power Lite chegou ao mercado brasileiro no final de abril. Como o próprio nome apresenta, eis aqui a versão “simples” do G8 Power. O intermediário traz especificações interessantes para quem busca um smartphone para o dia a dia, sem exigir muito do aparelho.
O G8 Power Lite tem como destaque: o display grande de 6,5 polegadas, o conjunto de câmera tripla e a bateria de 5.000 mAh com capacidade para durar até dois dias, “emprestada” do irmão G8 Power.
Em tempos de pandemia em que o orçamento começou a apertar, o G8 Power Lite pode ser uma opção interessante, sobretudo se você busca pelo básico. Nos principais varejistas, o aparelho pode ser encontrado na faixa dos R$ 1.400 (e até por menos).
Passei alguns dias com o Moto G8 Power Lite e conto todos os detalhes do aparelho nos próximos parágrafos.
O Moto G8 Power Lite segue com o visual já empregado em outros modelos da família G8, sem muitas alterações. No entanto, é possível notar que a marca optou por um material mais simples, muito provavelmente para baratear o aparelho.
O intermediário é todo trabalhado em plástico e traz uma textura meio fosca que ajuda a reduzir as marcas de dedo na área traseira. As cores disponíveis são: azul navy e aqua (versão que recebemos para este review). Uma pena não ter opção totalmente preta para quem não gosta de cores chamativas.
Na traseira, as lentes foram agrupadas formando um “i”, assim como todos os outros modelos Moto G8. Ao todo, são três objetivas: a principal de 16 megapixels, uma secundária de 2 megapixels (de profundidade) e há uma macro também de 2 megapixels. A saída de áudio foi removida da área inferior e adicionada na parte traseira do modelo, igual ao do Moto E6S.
Atrás, está o famoso leitor de impressões digitais com o logo da Motorola, que trouxe a agilidade de desbloqueio do G8 Power (convencional). Na lateral esquerda, você encontrará a bandeja para adicionar o nano-SIM e o cartão de memória (nano-SIM + nano-SIM + microSD), enquanto na lateral direita estão o botão de liga/desliga e de volume.
Com relação à localização da câmera de selfie, a Motorola optou pelo notch em formato de gota, que não me agrada muito. Confesso que o “furo” na tela como no G8 Power ainda me conquista e passa uma “impressão” de smartphone premium. Mas ok, isso é muito pessoal.
A tela é de 6,5 polegadas com resolução HD+ (720 x 1600), com 269 pixels por polegada e proporção de 20:9. São configurações semelhantes às do Moto G7 Power, considerado antecessor do G8 Power Lite.
A tela do Moto G8 Power Lite é bem grande e apresentou bons resultados em diversos momentos: para navegar nas redes sociais, assistir conteúdo da Netflix e até para jogar, apesar de o notch atrapalhar um pouco a imersão, principalmente se você curte jogar no escuro.
Como estou confinado em casa devido à quarentena, o teste do visor ao ar livre teve de ser feito da janela. E lhe digo: não consegui mexer bem no celular com o brilho em 70%. Mesmo nessa porcentagem alta, a tela ficou muito escura e os reflexos atrapalharam ainda mais.
Quanto ao áudio, o alto-falante é bem equilibrado, sendo possível ouvir claramente músicas e podcasts sem precisar colocar o volume no máximo.
Mas a Motorola colocou o alto-falante na parte traseira do aparelho e isso me incomodou bastante, pois tive que deixar o celular com a tela virada para baixo e, assim, ouvir o som com mais clareza. Ou seja, impedindo que eu olhasse as notificações e outras informações da tela.
Quanto ao software, não há novidades. Ele chegou para nós rodando Android 9 com interface limpa e sem muita complexidade. A barra de notificações minimalista traz os principais recursos rápidos, porém não é possível ativar o dark mode por ali; só há o modo noturno que deixa a tela amarelada.
O G8 Power Lite é bem rápido e abre a maioria dos aplicativos em até dois segundos. Por falar nisso, o celular não vem com muitos apps instalados e traz os principais do Google.
O G8 Power Lite vem com o Moto Ações, que permite ligar a lanterna ao balançar o aparelho; ao girá-lo, você aciona a câmera traseira e frontal. São recursos rápidos que podem ser muito úteis no dia a dia.
Me incomoda um pouco a quantidade de símbolos na área superior da tela. Ali aparecem os ícones de redes sociais, além rede móvel, Wi-Fi, não perturbe e outros dados. Eu sei que são informações úteis presentes em outros modelos Android, mas o excesso de informação pode confundir o usuário.
O conjunto fotográfico do G8 Power Lite é composto por três lentes. Em detalhes, são elas: a principal de 16 megapixels e abertura de f/2,0, a de profundidade é de apenas 2 megapixels (f/2,4) e a macro (que está separada das demais lentes) tem apenas 2 megapixels (f/2,4). Ainda há um flash de LED. A câmera de selfie, por sua vez, é de 8 MP, com abertura f/2,0.
Sobre a qualidade das imagens, gostei que o Power Lite valoriza as cores e, em ambientes com muita informação visual, foi possível observar praticamente tudo numa paisagem, por exemplo. Em dias nublados, senti a saturação pesada, diferentemente de dias ensolarados. O zoom é de 4x, evidentemente, não espere imagens de qualidade ao usá-lo.
A agilidade do foco é algo que eu não posso deixar de ressaltar aqui. Consegui fazer vários testes apontando a câmera para diversos objetos e, com muita agilidade, o aparelho conseguiu focar nos itens sem o foco bugar. Essa atuação é excelente para momentos onde você precisa fazer registros fotográficos rápidos. Nota 10!
Porém, nem tudo são flores. A lente macro não é tão boa e isso não é uma exclusividade (negativa) do Moto G8 Power Lite. Achei a qualidade péssima, mas é possível ter uma leve melhora com o flash ligado. Por curtir fotos mobile, fico chateado quando um celular tem lente macro dedicada e não entrega bons resultados.
Ao anoitecer, a qualidade despenca e os registros saem com muito granulado — a nitidez é totalmente comprometida. É triste, mas também não posso exigir tanto levando em conta a categoria na qual ele se encontra.
A câmera frontal é boa, mas não é 100%. Explico: o foco pode falhar em retratos e alguns registros ficam com ruído mesmo em ambientes com boa iluminação. Novamente, percebi a valorização das cores, algo que curti e não há excesso. O modo de embelezamento é assustador e me deixou com o rosto completamente laranja. Felizmente, você consegue desativá-lo.
Por fim, a Motorola bem que poderia ter colocado os modos de fotografia organizados como fez no Moto G8 (convencional): ao tocar no quadradinho, você visualiza os modos de foto e vídeo. No Power Lite, a marca optou por configurações mais simples.
Diferentemente do Moto G8 Power, que vem equipado com um Snapdragon 665, o Power Lite conta com um MediaTek Helio P35 octa-core de até 2,3 GHz com GPU IMG PowerVR GE8320, 4 GB de RAM e 64 GB de espaço interno, com possibilidade de expansão via microSD de até 256 GB.
Ou seja, são configurações ideais para jogos não muito pesados, redes sociais e streaming. Aproveitei para fazer alguns testes, comparando com o desempenho do Moto G8 (convencional) e não notei muita diferença em abertura de aplicativos e funcionamento em geral. Aplicativos abrem com agilidade; alguns jogos, porém, o tempo de resposta pode ser maior.
Durante os dias em que fiquei com o aparelho, os aplicativos não travaram e nem fecharam de surpresa; a alternância entre apps funcionou sem gargalos. Também fiquei surpreso com a atuação dele em games. Jogos como Asphalt 9 e Free Fire rodaram sem dificuldades.
A bateria do Moto G8 Power Lite dura dois dias? Sim, dura. Ainda assim, a autonomia vai depender muito de como você usa o celular. Vamos à prática: passei um domingo (das 15h às 23h) só usando o G8 Power Lite como celular principal, acessando WhatsApp, Instagram, Google Chrome e Deezer ligado direto; resultado: a bateria saiu dos 100% e ficou em 43% ao final do uso.
Em outro momento, ao utilizar o YouTube por 1 hora, com o brilho no máximo, a bateria saiu dos 100% para 89%. Os números mostram que, para o cotidiano, a bateria do G8 Power Lite pode durar o dia inteiro tranquilamente (e até dois).
O carregador de míseros 10 watts faz com que o smartphone demore uma eternidade para carregar, um ponto negativo presente em outros modelos da família G8. Durante os testes, a bateria saiu de 2% e foi para 20% em 30 minutos; 1 hora para chegar aos 50%; e 2 horas para finalizar em 100%.
O Moto G8 Power Lite é um celular simples e pode ser muito interessante para você que está com o orçamento apertado agora durante a crise. Este é um smartphone ideal para você que só precisa do básico para o cotidiano como WhatsApp, redes sociais e serviços de streaming.
A bateria é um ponto forte? Sim, confesso que é um dos destaques. Mas o “durar dois dias” ressaltando pela marca requer um ponto de atenção. Tudo vai depender da forma como você usa o aparelho, combinado?
Em muitas lojas online, o G8 Power Lite é encontrado à venda por R$ 1.400. É um preço ok para esse modelo, mas aconselho a fazer uma boa pesquisa, pois é possível encontrá-lo por menos de R$ 1.200.
Se busca algo a mais, mas dentro do portfólio da Motorola, recomendo olhar o Moto G8 Power que, aliás, é R$ 100 mais caro (porém, é possível achar com mais desconto).
O Moto G8 Power Lite apresenta alguns pontos que poderiam ser melhorados? Sim, apresenta. Mas isso não significa que o celular seja ruim, pelo contrário. Dito isso, posso concluir que o intermediário vale, sim, o investimento.
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