Parece que a estratégia funcionou. Nesta semana, a Honor confirmou que, depois de ter se tornado uma marca independente, não está mais sujeita às sanções comerciais que tão duramente afetam a Huawei. Isso significa que a empresa poderá lançar celulares com serviços do Google e tecnologias de outras empresas americanas.
A Honor foi criada em 2013. Enquanto esteve debaixo do guarda-chuva da Huawei, a marca lançou celulares voltados ao público jovem e a consumidores com orçamento mais restrito. Os aparelhos da Huawei conquistaram usuários principalmente na China, mas também marcam forte presença no sudeste da Ásia e parte da Europa.
Os rumos da marca mudaram em novembro de 2020, quando a Huawei Technologies confirmou a venda da Honor para um consórcio formado por cerca de 40 empresas. A direção da Huawei sempre argumentou que fechou o negócio para proteger a Honor das restrições comerciais que sofre por determinação do governo dos Estados Unidos.
Ao South China Morning Post, o CEO da Honor, George Zhao, confirmou que, agora na condição de negócio independente, a empresa poderá atuar sem se preocupar com as tais restrições.
Não é mera coincidência que Zhao já esteja trabalhando para estabelecer parcerias com companhias como Intel, AMD e Qualcomm — além de smartphones, a marca também comercializa notebooks, daí a importância de acordos com as três gigantes.
Mas é mesmo o mercado de celulares que mais interessa à Honor. “Nossa principal missão neste ano é construir celulares capazes de competir com a Apple e a Huawei na China”, explica Zhao.
Pode parecer uma afronta posicionar a antiga casa como rival de um modo tão direto, mas, na verdade, isso mostra que a Honor está determinada a provar que pode seguir como uma marca independente. A Huawei é bastante popular na China, em parte por não depender do ecossistema do Google por lá. Vencê-la em território chinês é uma meta que requer ousadia, portanto.
É claro que outros mercados também estão no radar da Honor. Nesse ponto, a companhia levará grande vantagem em relação à Huawei se, de fato, puder instalar em seus aparelhos o Google Mobile Services (GMS), o que inclui a Play Store e outros recursos do Google.
Na semana, passada, a Honor anunciou o seu primeiro celular na nova fase. O Honor V40 tem tela OLED de 6,72 polegadas, chip MediaTek Dimensity 1000+, 8 GB de RAM, até 256 GB de armazenamento e três câmeras na traseira.
Por ora, o modelo está restrito ao mercado chinês e a Honor não comenta sobre lançá-lo em outros países. É possível que a empresa esteja aguardando uma confirmação do Google sobre o GMS para isso. De todo, as expectativas sobre lançamento internacional são grandes.
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