O Claro Box TV tem uma ambição grande: a operadora divulgou a intenção de conquistar 60 milhões de assinantes no serviço de IPTV. No entanto, o produto pode não agradar alguns consumidores: a operadora exige o uso de uma TV Box própria, ao contrário de concorrentes como DirecTV Go e Oi Play. O Tecnoblog conversou com o diretor de marketing Márcio Carvalho para entender melhor essa estratégia.
Quem não é cliente de celular pós-pago ou banda larga da Claro deve pagar uma taxa de adesão de R$ 399, e deve devolver o equipamento em caso de cancelamento. Para Márcio, a caixinha tem esse preço em parte devido ao dólar alto, que exige um “investimento significativo”.
Além disso, a operadora precisa recuperar o equipamento se o serviço for cancelado – já que ele não vai funcionar sem a assinatura – e corre o risco de o cliente não devolver. Isso tenderia a acontecer menos quando a pessoa já possui um relacionamento anterior, seja no pós-pago ou banda larga. O problema é que a taxa de adesão não é reembolsável.
E por que exigir o uso da caixinha? Márcio afirma que a operadora aposta em uma integração dos mundos de streaming e canais lineares: por exemplo, de usar o controle remoto para ir rapidamente de um programa da Globo para uma série da Netflix. Com um serviço apenas de streaming – caso do DirecTV Go – isso não é possível, não dá para ter uma busca integrada. No entanto, o executivo não descarta a proposta de um app conectado, tal qual o concorrente.
Ele também explica a recente alta nos preços, de R$ 49,99 para R$ 79,99 mensais, após a inclusão dos canais da Globo: ele ressalta que a Claro faz negociações com provedores de conteúdo em cima do modus operandi da TV por assinatura, e essas empresas precisam sustentar a própria estrutura para crescer. Com o tempo, os termos de negociação tenderiam a melhorar.
Um dos motivos para que a Claro e outras empresas lancem suas próprias plataformas de streaming é que esse formato é muito menos onerado que a TV por assinatura tradicional. Após a definição da Anatel de que serviços online não precisam seguir as regras da TV paga (SeAC), houve segurança jurídica para lançamento do Claro Box TV.
Enquanto o serviço pelo de TV paga tradicional precisa pagar ICMS, Fust, Funttel e Condecine, plataformas de streaming pagam apenas ISS. Já existe um projeto na Câmara dos Deputados querendo barrar a definição da Anatel, alegando que a migração total do SeAC para a internet pode gerar perda de R$ 3,77 bilhões em impostos.
Colaborou: Lucas Braga.
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