O Conselho Diretor da Anatel marcou uma reunião extraordinária na próxima segunda-feira, 1º de fevereiro, para debater a minuta do edital do leilão de frequências para o 5G. Com a expectativa de realizar a licitação ainda no primeiro semestre de 2021, a agência não deve impor restrições para equipamentos fabricantes de origem chinesa, incluindo a Huawei.
De acordo com a Folha, o relator Carlos Baigorri apresentou um resumo prévio do edital para o ministro das Comunicações, Fábio Faria. O jornal aponta que a minuta não traz barreiras para fornecedores de países específicos, numa sinalização contrária aos Estados Unidos.
No passado, membros do governo e filhos de Jair Bolsonaro se posicionaram favoráveis ao banimento de equipamentos chineses: Carlos Bolsonaro e o general Augusto Heleno já se manifestaram publicamente a favor do projeto americano “Rede Limpa”, que acusou (sem provas) a Huawei e o governo chinês de espionagem. Um secretário do Itamaraty também afirmou apoio à iniciativa.
A fabricante chinesa também conta com o ex-presidente Michel Temer para elaborar um parecer jurídico que indique que a oferta dos produtos da Huawei não traz riscos para o Brasil.
O que muitos não sabem é que, ao construir uma rede de uma nova geração, muitos dos equipamentos de tecnologias anteriores são aproveitados para o novo padrão com atualizações de software. Um levantamento das operadoras de telefonia móvel divulgado pelo Telesíntese diz que 50% das torres instaladas no Brasil utilizam soluções da Huawei
Isso significa que se a empresa chinesa fosse banida, os investimentos para construir a quinta geração seriam muito maiores pela necessidade de migrar diversos equipamentos Huawei utilizados atualmente nas redes 2G, 3G e 4G para soluções de outros fornecedores, como Nokia e Ericsson.
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