A Globo passará a vender acesso ao conteúdo ao vivo da Globosat pelo Globoplay. A novidade leva canais da TV por assinatura tradicional como GloboNews, Multishow, SporTV, GNT e Viva para a internet, desde que o cliente assine o plano Globoplay + canais ao vivo. A medida ocorre após a Anatel extinguir uma liminar que impedia a Fox de vender conteúdo linear diretamente ao consumidor final, sem a necessidade de uma operadora.
O serviço estará disponível para novas adesões a partir de 1° de outubro, com período de degustação de 30 dias. O plano Globoplay + canais ao vivo custará R$ 49,90 por mês no plano mensal ou R$ 42,90 na modalidade anual. O Globoplay tradicional, sem conteúdo da Globosat, continuará sendo vendido por R$ 22,90.
Estes são os canais disponíveis no plano Globoplay + canais ao vivo:
Além disso, é possível assistir a Globo (canal aberto) ao vivo em algumas praças.
A emissora esclarece que será possível fazer combos com outros produtos, como Telecine (filmes), Premiere (pay-per-view de futebol) e Combate (lutas). No entanto, não houve divulgação dos preços e não ficou claro se os canais lineares do Telecine também estarão disponíveis no Globoplay.
De forma avulsa, o Telecine Play pode ser assinado por R$ 37,90 por mês e não dá acesso aos canais ao vivo; o Premiere Play custa R$ 79,90 no plano mensal e R$ 59,90 no plano anual; já o Combate Play custa R$ 79,90 por mês.
Erick Brêtas, diretor de produtos digitais da Globo, disse ao G1 que só foi possível levar a programação dos canais de TV paga ao Globoplay por conta da unificação das empresas Globo. No entanto, há dúvidas quanto a isso.
A lei do SeAC, que regulamenta a prestação de serviços de TV por assinatura, proíbe a propriedade cruzada: uma operadora não pode fornecer conteúdo próprio, enquanto uma emissora não pode disponibilizar suas produções diretamente ao cliente, sem uma operadora intermediária.
Essa regulamentação gerou um imbróglio envolvendo Anatel e Fox: a programadora foi impedida de vender acesso direto ao Fox+, que levava canais ao vivo ao usuário final sem a necessidade de uma operadora de TV paga. A emissora alegava que o Fox+ não era prestado na Lei do SeAC e tratava-se de um Serviço de Valor Adicionado (SVA), que não é legislado pela Anatel.
Após diversas decisões judiciais a favor de ambos os lados, a Anatel decidiu revogar a liminar em julho de 2020, após parecer das áreas técnica e jurídica estabelecerem que serviços de streaming são SVAs, e, portanto, não devem ser regulados pela agência. Uma decisão final sobre o assunto deve ser tomada até o final do ano, com a liberação para a TVLAI (TV Linear por Assinatura pela Internet).
A liberação da TV pela internet deve acelerar uma mudança no modelo de negócios das operadoras: o serviço de TV paga tradicional precisa seguir uma série de exigências que não existem em plataformas de streaming, como cotas de conteúdo nacional, canais obrigatórios e metas de qualidade. Além disso, as empresas economizariam com custos de instalação, decodificadores e manutenção, uma vez que o próprio usuário poderia instalar o aplicativo ou TV box para acesso aos canais online.
No entanto, a grande motivação é a carga tributária: o acesso pelo SeAC é onerado com ICMS, Fust, Funttel e Condecine, enquanto serviços online pagam apenas ISS. Conforme revelado exclusivamente pelo Tecnoblog, a Claro já prepara o lançamento de seu serviço de streaming usando uma TV Box.
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