O fundador da Huawei, Ren Zhengfei, postou um discurso de despedida para funcionários da Honor após a venda da divisão dedicada a celulares com preços mais acessíveis. Com forte apelo emocional, a mensagem acusa os Estados Unidos de exercerem uma “tremenda pressão” sob a gigante chinesa, e incentiva os trabalhadores da Honor a se esforçarem para oferecer concorrência capaz de superar a Huawei.
Durante o governo de Donald Trump, a Huawei sofreu com diversas sanções por parte dos Estados Unidos. Como estratégia de defesa, a submarca foi vendida para um consórcio formado por cerca de 40 empresas chinesas, a fim de preservar os empregos de “milhões” de funcionários da Honor – a transação foi confirmada na última semana.
“Onda após onda de severas sanções dos EUA contra a Huawei nos levou a finalmente entender que certos políticos americanos querem nos matar, não apenas nos corrigir”, afirmou Zhengfei em seu discurso.
Dados da consultoria Canalys mostram que os smartphones da Honor representaram 26% dos 51,7 milhões de aparelhos vendidos pela Huawei entre julho e setembro deste ano. Com a separação, Ren encorajou os funcionários da Honor a almejarem a superação da Huawei. “Somos seus concorrentes no futuro”, provocou.
A movimentação levanta mais questões sobre a permanência da Huawei no mercado de smartphones – ainda não se sabe ao certo como será a política do presidente eleito Joe Biden em relação à disputa comercial com a China.
A expectativa é de que a companhia concentre-se apenas em dispositivos premium a partir do próximo ano.
De acordo com a Reuters, fontes da indústria afirmam que empresas rivais, como Xiaomi e Oppo, estariam aumentando a produção para ocupar o espaço deixado pela Huawei. As previsões são de que a fatia da companhia no setor caia para 4% em 2021 (número que pode ser ainda menor agora, sem a Honor).
Com informações: Reuters
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