O “boom” de vendas em computadores no início de 2020 – devido às demandas de home office e aulas à distância na pandemia – não se confirmou no segundo trimestre, aqui no Brasil. Um estudo da consultoria IDC revela queda de 12,6% na venda de PCs, em relação ao mesmo período do ano passado.
O movimento vai contra o aumento registrado em escala global. A alta do dólar teve forte impacto nos preços de máquinas e componentes, e o mercado corporativo foi o mais impactado.
De acordo com a IDC, o Brasil vendeu 1,265 milhão de máquinas entre abril e junho de 2020, 183 mil a menos do que no 2º trimestre de 2019 e 205 mil menos do que no 1º trimestre deste ano. Apesar da retração em relação a desktops, os notebooks mantiveram o ritmo registrado entre janeiro e março deste ano.
O mercado corporativo registrou a venda de 137.892 desktops e 221.646 notebooks no segundo trimestre. De acordo com Rodrigo Okayama, analista da IDC Brasil, as empresas vivem uma crise de fluxo de caixa. Alterações em cobranças de impostos sobre peças e transportes de produtos também contribuíram para que as companhias “colocassem o pé no freio”, congelando investimentos.
Dentro desse mercado, o setor educacional foi o ponto fora da curva, apresentando crescimento de 11,2% em vendas.
O varejo teve melhor desempenho, com um total de 906.423 máquinas vendidas em lojas físicas e online. Até os supermercados entraram como ponto de venda de computadores. A pesquisa mostra ainda que a busca por PCs de alto desempenho teve forte crescimento: 90%.
“Apesar de ainda representarem nichos de mercado, gamers, editores de arte, fotógrafos, arquitetos etc., que precisam de máquinas de alta performance, com maior poder de processamento, compraram 92 mil notebooks e 20,4 mil desktops”, revela Okayama.
De acordo com a IDC, no segundo trimestre foi a vez do repasse de preços chegar aos consumidores. Veja, na tabela a seguir, as médias de preços de desktops e notebooks entre maio, abril e junho de 2020 e a variação em relação ao ano anterior.
Apesar dos números alarmantes, a IDC prevê melhora daqui pra frente. A estimativa é de crescimento de 1,2% no terceiro trimestre e 3,5% no quarto tri – período que envolve as compras de Black Friday e Natal. Em termos gerais para o mercado de computadores, o ano de 2020 deve fechar com um crescimento de 4,4% no varejo e queda de 9,9% no setor corporativo.
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