A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou os dados de acessos de junho de 2020, e a Oi tomou a liderança da Vivo no serviço de telefonia fixa. Esse segmento rendeu quase R$ 2 bilhões às duas operadoras no segundo trimestre, mesmo com os desligamentos. Além disso, elas conseguiram conter a queda de chips de celulares pós-pago, que tiveram menor demanda desde o início da pandemia.
A Oi terminou o período com 30,9% de participação de mercado nacional em telefonia fixa, pouco à frente da Vivo (30,8%) e Claro (29,3%). Na prática, os números caem a cada mês, uma vez que esse produto já não é tão atraente para boa parte dos consumidores. Em um ano, mais de 4,2 milhões de linhas foram desativadas.
É importante notar que a Vivo é concessionária no estado de São Paulo, enquanto a Oi detém o mesmo tipo de outorga no restante do país. Das 9,7 milhões de linhas fixas da Vivo, 6,6 milhões estão em SP; no estado, a Oi possui apenas 215,9 mil linhas, grande maioria pertencente a clientes corporativos.
Desconsiderando o estado de São Paulo, é mais notável perceber a predominância da Oi na voz fixa. A operadora possui 9,5 milhões de linhas e 48,8% do mercado. Nessas localidades, a Claro ocupa 2° lugar, com 4,9 milhões de linhas, enquanto a Vivo aparece em seguida com 16% do mercado e 3,1 milhões de linhas.
O desligamento de linhas fixas é inevitável, mas a Oi ainda se mantém relevante no serviço. Primeiro porque é uma operadora concessionária, presente em praticamente todos os municípios brasileiros fora de São Paulo. Além disso, os planos atuais de fibra óptica já incluem telefone com ligações ilimitadas, inclusive para celular e DDD. A companhia até vende os planos somente de internet, mas o preço é exatamente o mesmo.
Ainda que o telefone fixo seja não desperte muito interesse, a modalidade continua sendo relevante nas finanças das operadoras. Nos resultados financeiros do 2° trimestre de 2020 da Vivo, o serviço teve receita líquida de R$ 1,11 bilhão. A situação é similar com a Oi: a telefonia fixa corresponde a R$ 651 milhões da receita. A cifra supera os ganhos com banda larga e TV por assinatura, tanto no cobre como na fibra óptica.
Para conterem essa queda e seguirem relevantes no segmento fixo, Oi e Vivo precisam expandir a infraestrutura de fibra óptica e aumentar a receita de banda larga. As grandes teles perderam espaço para os inúmeros pequenos provedores de internet que, somados, possuem cerca de 11 milhões de clientes. Tanto Oi como Vivo buscam parceiros para construção de uma rede neutra, o que permite acelerar o crescimento.
Por conta da pandemia, o crescimento do segmento pós-pago foi comprometido para as operadoras móveis. O fechamento de lojas e a insegurança financeira trouxe desligamentos e crescimento do pré-pago, algo que não acontecia há muitos anos.
Em março de 2020, o segmento pós-pago registrou 112 milhões de linhas, correspondendo a 49,5% do total. Em abril, a categoria perdeu cerca de 500 mil linhas, chegando a 49,4%. A descida continuou em maio (49,3%) e estabilizou no mês de junho.
Dos 225,1 milhões de linhas móveis em junho, 49,3% utilizam a modalidade pós-paga. No comparativo anual, o segmento adicionou 11,1 milhões de linhas, que são preferidas pelas operadoras por terem maior receita média por usuário (ARPU) e comprometimento mensal de pagamento.
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