domingo, 2 de agosto de 2020

Conheça o 'pai' do Mac Mini lançado há 20 anos e entenda seu fracasso | Computadores | TechTudo

Por Filipe Garrett, para o TechTudo

O Power Mac G4 Cube foi um computador da Apple que prometeu bastante, mas acabou sendo um fiasco no mercado. Lançado em julho de 2000, o 'pai' do Mac Mini chegou ao mercado com design inovador e compacto, além de hardware intermediário para a época. Mas, por conta do formato curioso, limitações de usabilidade e preço alto, o mini PC foi descontinuado pela Apple em 2001, tendo a fabricante vendido apenas um terço do volume esperado. Em 2018, o atual CEO da maçã, Tim Cook, classificou o Cube como um "fracasso comercial espetacular".

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Cube falhou porque era caro, com upgrades limitados e tinha hardware inferior às necessidades do público exigente — Foto: Reprodução

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O principal apelo do Cube era o design. Em um mundo em que computadores eram torres com tons claros e sem muita preocupação em relação à estética, o Cube aparecia como algo diferente. Fechado em uma redoma de policarbonato específico criado pela Apple, o computador tinha um quê de obra de arte para a época.

Além do design inovador, o mini PC tinha recursos interessantes, como a presença de sensores montados no gabinete que substituíam o botão de força, sendo possível ligar ou desligar o dispositivo com gestos. Apesar disso, uma queixa frequente dos usuários apontava para um problema importante: basicamente qualquer gesto era reconhecido pela máquina.

Design impactante introduziu limitações de upgrades do hardware e problemas de superaquecimento — Foto: Divulgação/Apple

O design chamativo, no entanto, não foi suficiente para atrair o público. O principal problema estava nos preços: os modelos de entrada do G4 Cube custavam US$ 1.799, cerca de US$ 2.693 com correções, o que equivale a R$ 13.915 na cotação atual. Com US$ 200 a menos, o usuário poderia comprar a versão mais barata do modelo G4 Tower, de design convencional e com basicamente as mesmas especificações, além de permitir upgrades com maior facilidade.

Análises da época indicam que, embora a Apple imaginasse o Cube como um produto intermediário, ficando entre o iMac de entrada e os top de linha Power Mac, equivalentes aos Mac Pro atuais. Como o hardware era mais limitado nessa versão, as vendas acabaram sendo um fiasco, e o produto ficou encalhado nas prateleiras sem um público alvo definido e com baixo custo-benefício.

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O visual foi outro ponto que, apesar de agradar esteticamente, foi difícil de manter. O charme do design estava no gabinete fechado com as lâminas de policarbonato caras e complexas de fabricar da Apple. No final das contas, esse aspecto não sobrevivia ao uso, já que o desgaste do material acabava com o impacto causado pelo material da maçã. Outro problema dessa peça era a qualidade do plástico, que chegou a aparecer quebrado de fábrica nas versões para usuário final.

O design inovador também esbarrou na usabilidade. Há relatos e reviews da época que descrevem situações embaraçosas, como o computador desligando sozinho por conta de superaquecimento causado por uma simples folha de papel deixada na superfície da máquina.

Mac Mini: herdeiro de sucesso

Conceito minimalista e sem hardware modular sobrevive no Mac Mini que é destinado a um uso mais doméstico — Foto: Divulgação/Apple

O Cube pode ter sido “fracasso comercial espetacular”, como definiu palavras de Tim Cook, atual CEO da Apple, mas é interessante observar como alguns de seus traços, positivos ou não, sobrevivem em produtos atuais e de grande sucesso da Apple.

Talvez seu “filho” direto seja o atual Mac Mini: o design minimalista e de traços limpos, além da proposta de um computador razoavelmente poderoso em algo que você não pode modificar sobrevivem nesse tipo de desktop. Nesse caso, o Mac Mini tem um público definido no mercado de entrada.

Via Apple, Wired, Macworld

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