A LG está disposta a encerrar sua divisão de celulares e, por isso, busca compradores para algumas de suas fábricas. Segundo o Korea Times, a empresa deseja se desfazer de uma unidade no Brasil, que fica em Taubaté (SP), e uma no Vietnã. A ideia é abrir mão de uma área que costuma dar prejuízo à companhia e focar em setores como o de carros elétricos.
Nas últimas semanas, a LG manteve conversas com o conglomerado vietnamita Vingroup. A negociação envolvia a venda das fábricas do Brasil e do Vietnã, mas não avançaram porque o valor oferecido pelo grupo ficou muito abaixo do esperado pela fabricante sul-coreana. A companhia busca agora um novo comprador para as duas unidades.
O objetivo da LG é vender as fábricas e manter a propriedade intelectual sobre o design e a tecnologia de seus smartphones. Os funcionários da divisão de celulares seriam transferidos para outras áreas. Caso não consiga um comprador para as unidades, a empresa poderá transformá-las em linhas de produção de eletrodomésticos.
No Brasil, a possibilidade da fábrica ser vendida já é discutida entre funcionários. De acordo com O Vale, o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté trata os rumores como uma movimentação de mercado comum, sem algo concreto no momento. A associação solicitou uma reunião com o CEO da LG para ter mais detalhes sobre o negócio, mas ainda não foi atendida.
Ainda segundo O Vale, a LG já reduziu significativamente a força de trabalho no Brasil. Em 2019, a empresa fechou a unidade de linha branca em Taubaté e passou de 1.500 a cerca de 1.000 funcionários na região. A negociação das fábricas não envolve a unidade na Zona Franca de Manaus, voltada para fabricação de TVs e outros aparelhos.
A informação sobre o fechamento da divisão de celulares surgiu em janeiro em comunicado do CEO da LG, Kwon Bong-seok, para funcionários. O executivo afirmou que a empresa precisaria fazer um julgamento frio sobre sua presença no mercado de dispositivos móveis. Segundo ele, a equipe da divisão de smartphones seria mantida.
A LG registra prejuízos consecutivos com celulares desde 2015. Um levantamento feito pelo Tecnoblog apontou que, em cerca de cinco anos, a empresa perdeu US$ 3,44 bilhões com dispositivos móveis. O resultado só não prejudicou mais a companhia porque foi equilibrado pelo lucro obtido com produtos como TVs, home theaters e máquinas de lavar.
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