Uma das partes mais pentelhas de declarar o imposto de renda – fora o processo em si – é ter que instalar o Java para que o programa da Receita Federal funcione no PC. Não mais: o IRPF 2021, liberado nesta quinta-feira (25), já traz esse software embutido nas versões para Windows, macOS e distribuições Linux.
Não se engane: o programa da Receita Federal ainda é baseado em Java, mas deixa de exigir uma instalação à parte. Basta baixar o arquivo neste link, instalar e usar. Também é possível preparar a declaração através do celular ou tablet, fazendo o download do app para iPhone, iPad e Android; ou através do navegador acessando o portal e-CAC.
Você precisa declarar o IR se recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 ao longo de 2020; se teve rendimentos isentos acima de R$ 40 mil; ou se realizou qualquer operação em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e semelhantes.
Há outras novidades este ano: como comentamos por aqui, agora há códigos específicos para declarar bitcoin, outras moedas digitais (como ether e XRP) e tokens.
A Receita poderá usar seu e-mail ou número de telefone para enviar alertas sobre a existência de mensagens na caixa postal. Para visualizá-las, é necessário acessar o Portal e-CAC. No entanto, o órgão avisa em comunicado que “não realiza comunicação com o contribuinte por e-mail ou mensagens telefônicas solicitando dados, informações bancárias ou informando trâmites dos contribuintes”.
Além disso, mais pessoas poderão ter acesso à declaração pré-preenchida, usando dados já prestados à Receita por outras fontes: será necessário apenas corrigir eventuais erros e dar informações complementares. O contribuinte precisa estar cadastrado no portal Gov.br com autenticação de dois fatores. Isso deve ser liberado em 25 de março de 2021.
O JRE (Java Runtime Environment) agora acompanha o programa do Imposto de Renda: ele vem em uma pasta própria, chamada “java-runtime”, e funciona sem exigir uma instalação à parte.
A Oracle, dona da implementação oficial da plataforma Java SE, lista diversas vantagens de se fazer isso: por exemplo, o instalador fica mais intuitivo para o usuário (por não requer um passo adicional) e já vem com a versão correta do JRE.
Como desvantagens, a Oracle menciona que o tamanho do arquivo para download acaba aumentando, o que é difícil de evitar; e a atualização do Java fica dependente de quem distribui o programa, porque essa modalidade não possui suporte a autoupdate.
A novidade adotada pela Receita Federal se chama empacotamento autossuficiente de aplicativo (Self-Contained Application Packaging). Isso vem sendo desenvolvido pela comunidade OpenJDK e pela Oracle ao longo dos últimos anos, culminando na ferramenta jpackage que foi lançada em 2020.
“Isso permite que os aplicativos Java sejam distribuídos, instalados e desinstalados de uma maneira familiar aos usuários”, explica o site do OpenJDK, implementação de código aberto do Java. “Por exemplo, no Windows, os usuários esperam poder clicar duas vezes em um pacote para instalar o software e, em seguida, usar o painel de controle para remover o software.”
Entrei na notícia todo feliz pensando: finalmente a RFB reescreveu o sistema em outra linguagem. Mas eles só empacotaram o JAVA dentro do instalador mesmo.
Enfim, facilita não ter que instalar o JRE à parte.
Pra mim todo ano era um parto porque o instalador sempre dizia que a versão do java era incorreta, não importava que versão tivesse instalado, sempre tinha que apelar pra baixar o .jar direto pra conseguir rodar, pelo menos isso não me incomodo mais.
Aqui, além do problema de versão do java, as vezes o Java travava na transmissão.
Solução: Usar o OpenJDK do Linux que é parcialmente incompatível, MAS consegue transmitir sem travar.
Mudou p… nenhuma então. Isso é preguiça ou economia da Receita Federal? Não dá pra criar um programa que não precise do Java?
Não sei qual o pior, se é ter que instalar o Java Runtime para usar o IRPF, ou ter que instalar o maldito módulo Warsaw para acessar internet banking do Banco do Brasil e da Caixa.
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