O Motorola Moto E6 Play é a prova de que ainda é possível encontrar smartphones por menos de R$ 1.000 no Brasil. O modelo, sucessor do Moto E5 Play, chegou às lojas em 2019, trazendo especificações não tão atualizadas para o ano, mas, ao menos, o preço foi atraente: R$ 699. Tela de 5,5 polegadas, câmera de 13 megapixels e sensor de impressões digitais são os destaques deste celular.
Primeiro, ressalto que a Motorola caprichou no design e, nesse quesito, o modelo basicão está mais evoluído em relação ao Moto E5 Play. Ok, será que vale a pena? Eu testei esse aparelho nos últimos dias e conto a seguir todos os detalhes.
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Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. O Moto E6 Play foi fornecido pela Motorola por empréstimo. O produto foi devolvido à empresa após os testes.
Tirar o Moto E6 Play da caixa é uma experiência bem curiosa, pois o celular é realmente bonito e chamativo com as suas cores reflexivas. Por falar em cor, são duas opções: cinza e azul. Ainda que seja todo trabalhado em plástico, o que é normal para celulares de entrada, o acabamento do E6 Play me conquistou; não notei imperfeições nem rebarbas, pelo menos na versão azul que a Motorola enviou para avaliação.
Entretanto, nem tudo é perfeito e esse visual bonito pode ser prejudicado se você não usar capinha. Riscos podem surgir na traseira do Moto E6 Play com muita facilidade, por isso não recomendo usar o aparelho sem proteção. Por sorte, a Motorola envia o acessório. Ainda assim, é bem triste abrir a caixa e ter que tomar um enorme cuidado com arranhões.
Diferentemente do Motorola Moto E6 Plus, o Play não tem tampa removível, consequentemente, retirar a bateria também é inviável. Tudo bem que isso é muito pessoal, mas eu prefiro assim… Deixa tudo guardadinho ali.
Ainda em design, o E6 Play só possui dois botões físicos: o de volume e o de liga/desliga, ambos localizados na lateral direita.
Ele ainda sai de fábrica com entrada para fone de ouvido, gaveta para introduzir dois chips e cartão de memória simultaneamente, enquanto a parte inferior recebeu uma entrada micro USB, o que não surpreende, já que o celular é realmente básico.
O Moto E6 Play tem mais tela que o Moto E5 Play, mas pouca coisa: são 5,5 polegadas, ideal para quem busca um smartphone pequeno. As bordas permaneceram, com testa e queixo ressaltados; elas também estão evidentes nas laterais. Agora, falando de tela em si, ela é IPS LCD com resolução HD+ (1440 x 720 pixels) e proporção de 18:9.
Para esse aparelho, básico, trata-se de uma boa configuração, até que aceitável. Apesar das bordas, é possível ter uma experiência ok quando consumir streaming. O mesmo acontece em jogos, ainda que ele não seja ideal para essa finalidade, mas falaremos melhor sobre isso adiante.
O brilho adaptável trabalha muito bem e, caso queira ter uma experiência melhor ao navegar pelas redes sociais, recomendo aumentar um pouco a luminosidade, mas não se esqueça de que a bateria vai embora com mais agilidade.
O alto-falante de ligações é híbrido, ou seja, pode ser usado também como saída de áudio externo para músicas e outros conteúdos. É algo curioso, mas faz muito sentido se considerarmos a economia para a marca, que, consequentemente, pode baratear o aparelho para o consumidor.
Durante os testes, percebi que o som não é alto e pode haver uma elevada distorção quando você coloca o volume no máximo. Como sempre, a experiência pode ser mais favorável com um fone de ouvido. Inclusive, o modelo enviado pela Motorola possui um bom acabamento em borracha.
No software, nenhuma novidade, o Motorola Moto E6 Play sai de fábrica rodando Android 9 Pie. A linha Moto E não tem tanto destaque como a popular família Moto G, isso significa que este smartphone não entrega alguns recursos conhecidos em outros modelos da marca, a exemplo do Moto Ações, usado para acionar a lanterna e a câmera por comandos de gestos.
A interface é limpa e agrada por não ter firulas. Aplicativos pré-instalados que só servem para consumir memória não estão aqui. O Moto E6 Play só traz o básico: apps necessários que todos os celulares possuem e os do Google (Chrome, YouTube, Drive, Maps, Agenda e outros).
O tema escuro até está por aqui, mas não por completo, tendo em vista que só a gaveta de apps e a barra de notificações ficam escurecidas. Aplicativos não vão ficar escuros — mesmo aqueles que suportam o recurso.
Ainda existe celular com uma câmera? Chega a ser engraçado avaliar um smartphone com apenas uma lente, já que isso está cada vez mais raro nos dias atuais. Brincadeiras à parte, vamos ao que interessa: a câmera que está aqui no Moto E6 Play tem 13 megapixels com abertura de f/2,2. Ao lado, temos um flash de LED.
Como de costume em modelos de entrada, o baratinho da Motorola só consegue entregar fotos interessantes em ambientes bem iluminados, pois ele sofre em outras condições. Durante o dia, o dispositivo até que produziu imagens bonitas com cores vivas, mas sem valorizar os detalhes. Ainda assim, acredito que o resultado vai agradar aquele consumidor que não busca por um celular com câmera profissional, é claro.
Em ambientes de baixa luminosidade, o Moto E6 Play mostra que não foi feito para produzir fotos noturnas. Você pode esperar por fotografias com excesso de ruídos e definição precária.
De volta à parte frontal, podemos ver a câmera de selfie, que tem 5 megapixels e abertura de f/2,2. Ao usá-la, é possível notar a perda de valorização das cores, além de ruídos. Se possível, não use o modo embelezamento, já que ele abusa bastante nos ajustes.
Ainda que o modo HDR esteja presente no Moto E6 Play para ajudar a ter fotos um pouco melhores, acredito que você não irá usar esse recurso, porque ele simplesmente trava todo o app de câmera. E, claro, essa dificuldade diz muito sobre o desempenho do smartphone, que falaremos a seguir.
Chegamos ao tópico mais decisivo: desempenho. O Moto E6 Play tropeça, escorrega e não aguenta pressão. Eu sei que não podemos esperar muito de um celular de entrada e sou compreensivo quanto a isso, até porque eu testo muitos aparelhos baratinhos aqui no Tecnoblog e já estou acostumado com produtos “menos potentes”. O meu objetivo aqui é sempre ajudar você que busca por um dispositivo bom e barato.
Equipado com um processador MediaTek MT6739 quad-core de 1,5 GHz, o modelo da Motorola apresentou engasgos no primeiro dia de uso. As travadas acabam afetando toda a experiência de uso, já que o app de câmera demora para responder e buga, assim como outros apps básicos, como os de redes sociais. Enquanto instala um novo aplicativo, é impossível usar o dispositivo para outras finalidades.
Tanto o leitor de impressões digitais como o desbloqueio por reconhecimento facial são lerdinhos, mas considero como um detalhe.
Vale salientar que esse chip já está um pouco defasado. O MT6739 chegou ao mercado há três anos e a MediaTek já possui processadores melhores.
Você curte jogos? A GPU aqui é a PowerVR GE8100, e já te adianto que esse celular não é dedicado para games, por isso recomendo a olhar o que a concorrência tem a oferecer, se busca por um modelo acessível para esse fim.
Completam as especificações 2 GB de memória RAM e 32 GB de armazenamento interno, que considero pouco. Contudo, você pode colocar um microSD de até 256 GB.
Indo agora para bateria, o Moto E6 Play trabalha com 3.000 mAh; é um bom número, mas temos um resultado mediano, na prática. Como sempre faço, passei 1 hora no YouTube e a porcentagem foi de 100% para 86%; depois, esse número despencou para 38% após passar 3 horas assistindo O Irlandês na Netflix.
Durante esses testes, deixei o aparelho com o brilho no máximo e sempre conectado ao Wi-Fi. O E6 Play vai conseguir ter bateria para o dia inteiro, pelo menos.
Sobre a alimentação, a marca envia uma fonte de 10 watts na caixa. Para sair de 0% e chegar aos 60%, o celular precisou de 1h37min; depois, mais 33 minutos para 80% e mais 37 minutos para chegar em sua carga total.
O Moto E6 Play tinha tudo para ser um ótimo smartphone de entrada e a Motorola poderia oferecer mais por menos, considerando o consumidor que não pode pagar R$ 1.300 num Moto G8 Power Lite, por exemplo. O E6 Play não é um celular horrível, mas fica muito difícil recomendar um produto que apresenta falhas assim que sai da caixa. Pode ter certeza que daqui a alguns anos o dispositivo pode não aguentar o básico do básico.
Apesar dos contras, não podemos deixar de destacar os avanços em comparação ao seu antecessor. Afinal, temos aqui uma bateria um pouco mais potente (3.000 mAh), a câmera é de 13 megapixels, o design é bem bonito e a tela também vai agradar boa parte dos usuários.
O E6 Play é um aparelho para você que realmente busca fazer o básico: acessar redes sociais e consumir conteúdos em streaming. Mas é possível encontrar opções melhores no mercado, como o LG K40S, ou o K50S, K12 Plus, além do Redmi 7A e o Moto E6 Plus.
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