A Motorola lançou nesta quinta-feira (25) um trio de celulares da décima geração do Moto G. O mais acessível, Moto G10, chega com um detalhe importante: ele não terá nenhuma atualização garantida de versão de Android. Com preço sugerido de R$ 1.699, o aparelho roda o Android 11 de fábrica, versão mais recente disponível, e deverá receber apenas correções de segurança trimestrais.
A política de atualizações da Motorola, que já chegou a ser uma referência na era Google, foi piorando ao longo do tempo. Em regra, os lançamentos mais recentes da marca tinham promessa de duas atualizações de versão de Android nos modelos premium (como o Edge+), uma nos intermediários (como o Moto G) e nenhuma nos básicos (como o Moto E).
O Moto G30 e o Moto G100 seguem a tendência dos lançamentos anteriores da linha Moto G. Ao Tecnoblog, a empresa afirma que eles receberão o Android 12, próxima versão do sistema operacional do Google que traz novo design e mais recursos de privacidade. As correções de segurança estão garantidas por dois anos após o lançamento, em periodicidade trimestral.
No entanto, o Moto G10 seguirá um caminho semelhante ao da linha Moto E, sem previsão para ir além do Android 11 instalado de fábrica. A estratégia da Motorola contrasta com a de concorrentes como a Samsung, que passou a prometer três anos de atualizações de versão mesmo em modelos intermediários, como o Galaxy A51; a fabricante coreana também oferece quatro anos de correções de segurança.
“É de suma importância para o consumidor [receber atualização de versão de Android] desde que isso não afete a performance, e lançar com o sistema operacional mais recente dá um conforto maior para o usuário. Mas a Motorola é muito transparente. Se a gente entender, lá na frente, que faz sentido liberar [o Android 12 para o Moto G10], vamos liberar”, diz Thiago Masuchette, head de produtos da Motorola, em entrevista exclusiva ao Tecnoblog.
A Motorola teve altos e baixos em sua política de atualizações ao longo de mais de uma década vendendo celulares com Android. No começo dos anos 2010, a empresa era criticada pela lentidão na liberação de novas versões: o Milestone, um dos mais icônicos da marca, foi lançado com Android 2.0 Eclair; o Android 2.2 Froyo, de maio de 2010, só começou a chegar ao aparelho em março de 2011, quase um ano depois. À época, o Android 2.3 já havia sido lançado há meses.
A situação melhorou na era Google. O Moto X de 2ª geração, lançado com Android 4.4 KitKat, recebeu as versões 5.0 Lollipop e 6.0 Marshmallow. Seu sucessor, Moto X Style, rodou o Android 5.1 Lollipop, 6.0 Marshmallow e 7.0 Nougat. A rapidez chamava atenção: ambos os celulares receberam a versão 6.0 apenas um mês depois do lançamento oficial. A linha Moto G também era contemplada, ainda que com um cronograma mais lento.
Em 2018, a Motorola lançou a linha Motorola One, integrante do programa Android One, que garantia pelo menos duas atualizações de versão de Android, além de correções de segurança mensais. Mas a ideia não durou muito tempo: a partir de setembro de 2019, com o Motorola One Zoom, nenhum novo aparelho da linha fazia parte da iniciativa do Google, apesar de continuarem com o “One” no nome.
O Motorola Edge+, topo de linha mais recente da empresa, foi lançado com Android 10 e promessa de uma única atualização de versão de Android. Após repercussões negativas, a fabricante voltou atrás e garantiu o Android 12 ao celular.
Considero atualizações importantes, mas não cruciais, já que a retrocompatibilidade de apps no Android é bem longa. Dito isso, o cara da entrevista tocou em um ponto muito importante no caso da Motorola em si, que além de ter piorado bastante o cronograma de atualizações também pirou a qualidade dos updates, cheios de bugs, queda de performance e bateria. Portanto ainda que não seja o ideal, é entendível até certo ponto não atualizarem, mas que seja um aparelho de valor considerável.
Eu tive um bocado de Motorolas ao longo dos anos: MB502, aquela bomba, que nunca viu update na vida (ok, teve um, mas só descobri a existência depois de aposentar e tinha que fazer pelo PC), Moto G original (que foi bem atualizado até, mas podiam ter levado pro 6.0), Z Play (não foi tão ruim, dois updates) e…o Z3 Play. Comprei em 2018 e ano passado já foi completamente abandonado, sem sequer updates de segurança e só teve um mísero update de versão. A linha Z tipicamente tinha duas.
Parece que só a Samsung para salvar o mercado brasileiro com atualização.
Eu não me importo tanto com update de versão num aparelho barato, mas update de segurança não deveria ser opcional.
Algum dia ainda vai surgir um exploit grave e os fabricantes podem ser responsabilizados por não atualizarem os aparelhos em dia.
Nao tem porque nao partir pra Samsung serie A com essa politica tosca da serie G da motorola.
Eu tenho usado a Motorola quase ininterrumptamente desde janeiro de 2014, com o primeiro Moto G. Tive esse primeiro Moto G, Moto X 2014, Moto G4 Plus (com o terrível ghost touch), Moto G6 Play e atualmente tenho um Moto G7 Play. Gosto muito do Android “enxuto” da Motorola, mas tá cada vez mais díficil se contentar com um aparelho da Motorola. Pelo visto, meu próximo celular vai ter que ser um Samsung.
Meu Glaxy A50 acabou de receber o Android 11 com a nova OneUI. Mesmo sendo o ultimo update da linha, já valeu a pena.
Motorola é uma vergonha.
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