O Redmi AirDots não tem cancelamento ativo de ruído, aplicativo para equalização nem entrega qualidade sonora para ouvidos apurados. Mas é um dos fones mais populares do mercado. A nova versão, Redmi AirDots 3, foi lançada com a promessa de mais bateria, case com USB tipo C que muitos pediram e Bluetooth 5.2 para uma comunicação mais rápida e estável. Será que ele avançou em relação ao Redmi AirDots 2?
Custando cerca de R$ 300, o fone tem bateria que garante até 7 horas de streaming de música e, com o estojo, essa autonomia avança para 30 horas. O modelo ainda tem codec aptX Adaptive para um som de mais qualidade e certificação IPX4. Será que faz sentido o upgrade? Eu avaliei o Redmi AirDots 3 e conto as minhas impressões neste review.
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O Xiaomi Redmi AirDots 3 foi adquirido pelo Tecnoblog no varejo. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.
Ao contrário de outros fones dessa categoria, o Redmi AirDots 3 tem um design próprio que muitas pessoas já conhecem. É realmente muito fácil identificar ele na rua e a Xiaomi sabe bem disso, portanto uma modificação radical no design estava fora de cogitação. Este novo dispositivo é similar ao antecessor e nem o estojo passou por uma grande reformulação, como você pode ver nas imagens.
Esse azul marinho empregado pela Xiaomi marca a geração atual e, com certeza, é a cor que eu escolheria no momento da compra. A marca também lançou opções em rosa e branco, porém confesso que senti falta do tradicional preto. Apesar disso, acredito que o azul profundo deve atender as pessoas que gostam de um fone de ouvido mais discreto. Ainda no visual, a estrutura gordinha do produto pode passar uma impressão de possíveis incômodos durante o uso. A verdade, no entanto, é que o AirDots 3 é bem leve e eu não senti desconfortos ao longo do período de teste.
Eu só não gostei de usá-lo durante os exercícios físicos, porque a todo instante parecia que os wearables iam cair no chão. A borrachinha média, que já vem pré-instalada, não conseguiu deixar o TWS firme. Ao substituir pela pequena, o fone ficou mais preso, mas não como eu gostaria. Por falar em atividades, o AirDots 3 tem certificação IPX4, para suor e respingos d’água, tal qual os concorrentes.
O estojo, por sua vez, tem um aspecto emborrachado muito agradável. Ele é mais volumoso quando comparado com o case do Edifier X3 e do Realme Buds Q, mas não deve gerar incômodos no dia a dia. Na frente, há um LED branco para acompanhar a bateria, a traseira recebeu a conexão USB-C e a Xiaomi colocou, na parte interna, um botão de pareamento.
Para a alegria de alguns e tristeza de outros, o modelo não tem mais botões físicos e todo o controle passou a funcionar por touch. Dois toques no fone direito pausa e dá play na música; dois toques no earbud esquerdo aciona a assistente virtual do aparelho conectado. São controles rápidos, muito úteis, mas acredito que a Xiaomi poderia aprimorar essa experiência. Digo isso porque você não consegue alterar os comandos e ele não deixa controlar o volume diretamente nos fones, recurso que o Edifier TWS1 Pro, seu concorrente, permite.
Em conectividade, o Bluetooth 5.2 faz um excelente trabalho e tem aparecido cada vez mais nos fones de entrada. A comunicação é bem consistente e, mesmo com o celular distante, eu consegui andar pela casa, com várias paredes no caminho, e o som não ficou picotado. A latência para vídeos e jogos também é excelente, o que significa que, sim, o Redmi AirDots 3 é um bom gadget para quem prefere assistir a filmes, séries e jogar no smartphone.
Um dos grandes destaques do produto é o fato de a Xiaomi levar o true wireless a sério. O AirDots 3 trabalha de forma independente, ou seja, se você guardar o fone esquerdo no case (ou vice-versa), o outro seguirá tocando normalmente. Trata-se de uma tecnologia que muitas pessoas consideram antes de comprar um modelo de entrada.
Assim como outros fones dessa categoria, o Redmi AirDots 3 tem uma sonoridade energética e muito viva com o objetivo de agradar a maioria das pessoas. Os graves são marcantes — superabundante —, os médios são balanceados, ao mesmo tempo que os agudos repercutem com uma certa vivacidade, porém estridentes em momentos pontuais.
No clássico Don’t Stop Dancing, do Creed, eu até consigo identificar alguns instrumentos, as batidas são sentidas o tempo todo, mas há um pouco de embolação ao longo da faixa, em especial no ponto alto da música. Nesse momento, quando os pratos da bateria ganham mais força e espaço, a estridência dá as caras. É uma limitação “normal” deste TWS de entrada e só pessoas com ouvidos mais apurados notarão esse ponto fraco em músicas complexas.
Ao colocar um pop, eu tive a certeza que o Redmi AirDots é um fone para quem aprecia esse gênero musical. Beautiful Mistakes, do Maroon 5, é reproduzida com vigor, os detalhes da faixa estão sempre presentes e o vocal marcante do Adam Levine soa harmônico. O mesmo posso dizer de good 4 u, da Olivia Rodrigo, que ressoa com uma energia que agrada bastante. Por outro lado, eu imagino que muitas pessoas não vão gostar de ouvir hip-hop em volumes elevados por aqui. Wants and Needs, do Drake, e Money, da Cardi B, ficam muito impactantes e podem incomodar. É melhor ouvir com a intensidade reduzida.
Já o microfone tem um bom resultado. Ainda que ele pegue alguns ruídos de fundo, eu não notei o aspecto metalizado tão presente. A pessoa do outro lado conseguiu compreender o que eu falava sem dificuldade. Em resumo, é bom um fone para videochamadas e ligações telefônicas rápidas. Também me chamou a atenção o cancelamento de ruído passivo, que conseguiu blindar muito bem do barulho de carros, motos e outros sons de ambientes abertos.
Na bateria, enquanto as gerações passadas entregavam cerca de 4 horas de som, a versão aqui analisada avança para 7 horas, que é praticamente a média do mercado. Com o estojo, esse número avança para 30 horas. Nos meus testes, conectados a um iPhone 12, reproduzindo via Spotify com o volume em 50%, os fones tocaram por 8h45min, resultado excelente. Para ajudar na autonomia, o AirDots 3 tem sensores que pausam a música automaticamente assim que você remove os fones do ouvido.
O Redmi AirDots é um fone de sucesso porque foi muito bem projetado para atender a massa. Todo o conjunto foi pensado para um consumidor mais simples, mas que gosta de som vivo e potente — e a Xiaomi entrega uma sonoridade com essas características. Apesar dos graves fortes, o modelo tem potencial para agradar a maioria das pessoas pelo som marcante e, outra vez, eu preciso elogiar o cancelamento passivo que é realmente eficiente.
O intra-auricular da chinesa também se destaca pelo design próprio; a autonomia é ótima e está dentro do esperado para os dias de hoje; enquanto o sistema de conectividade, com o Bluetooth 5.2, é excelente. Embora seja muito confortável, eu não posso afirmar que este é um bom TWS para quem pratica exercícios físicos. Eu realmente não gostei da experiência e outros concorrentes entregam uma estabilidade melhor para quem está sempre em movimento.
Se você acredita que as batidas energéticas deste TWS vão te incomodar, vale analisar o JBL Tune 215TWS. Mesmo com uma sonoridade que não me conquista, ele deve atender você que gosta de um som mais neutro. Se quiser mais bateria, eu não deixaria de olhar o Anker Soundcore Life Dot 2, modelo que promete até 100 horas de reprodução com o case. Se preferir Xiaomi, mesmo, o Redmi AirDots 3 seguirá no mercado como uma excelente opção de entrada.
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