O cessar-fogo entre Microsoft e Google firmado há 6 anos para interromper disputas judiciais entre as duas empresas em cortes ao redor do mundo vai acabar, segundo a Bloomberg e o Financial Times. Desde a campanha da empresa de Bill Gates criticando a política de privacidade do Gmail, foi instaurada uma trégua para não chamar a atenção de reguladores.
As empresas já deram sinais ainda nesse ano de que voltariam ao ringue. A Microsoft se mostrou favorável à decisão do governo da Austrália de obrigar o Google a financiar agências de notícias que publicassem em sua plataforma. O buscador revidou, e acusou a dona do Windows de tentar “interromper o funcionamento da internet livre”.
Mesmo assim, as big techs chegaram a cooperar em uma iniciativa para melhorar a compatibilidade de seus navegadores: Chrome e Edge. A parceria — chamada de Compat2021 — visava melhorar como as páginas dos softwares apresentavam resultados e padronizar as propriedades de CSS.
O suposto acordo legal entre as empresas manteve uma esfera pacífica nos últimos 5 anos. Quando o Google enfrentou em 2020 outra investigação antitruste, dessa vez nos EUA, sobre sua ferramenta de busca, a Microsoft se absteve de tomar partido — mesmo ocupando o 2º lugar no mercado, com o Bing.
O jornal americano Financial Times diz que o tratado de paz teria outro objetivo: o de estreitar relações de interoperabilidade entre as empresas. A Microsoft esperava fazer com que apps do Android funcionassem no Windows — o que levaria a se igualar à Apple, por exemplo, que controla tanto a loja de apps quanto os sistemas operacionais.
Os planos de Microsoft não deram certo, e a companhia precisou da ajuda da Amazon para integrar apps de Android ao Windows. Antes do acordo, a relação com o Google já era ríspida: em 2013, com o ápice do OS Windows Phone, as empresas batalharam com unhas e dentes pelo YouTube. Meses depois de ter perdido a disputa, empresa de Bill Gates respondeu na produção de mercadorias: a lançou camisas e canecas “anti-Google”.
Muito mudou no quadro corporativo das duas companhias, sob a liderança de novos CEOs e estruturadas por pilares estratégicos bem diferentes dos de 6 anos atrás. Mas a disputa sobre a lei contra o Google na Austrália no começo do ano mostra que uma nova guerra corporativa pode estar só começando.
Com informações: The Verge
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