A maior companhia aérea de baixo custo da Europa espera atrair até 9 milhões de passageiros em julho e agosto
O CEO da Ryanair, Michael O’Leary, disse que a companhia irlandesa pode quase dobrar a capacidade de passageiros durante o resto do verão em meio à reabertura da União Europeia para viagens.
A maior companhia aérea de baixo custo da Europa espera atrair até 9 milhões de passageiros em julho e agosto em comparação com 5 milhões em junho e apenas 1,7 milhão em maio, disse O’Leary em entrevista à Bloomberg Television na quinta-feira.
“Vemos uma recuperação muito forte nas reservas, lazer alemão, lazer Benelux, lazer escandinavo, rumo às praias de Portugal, Espanha, Grécia e Itália”, disse O’Leary. “Esperamos que isso continue em julho e agosto, o que deve permitir uma recuperação razoável.”
A demanda aumenta quando a UE lança o Certificado Digital Covid a partir de 1º de julho, permitindo que viajantes se desloquem entre os estados membros desde que estejam totalmente vacinados, tenham se recuperado da doença ou possam apresentar resultado negativo no teste. A reabertura marca um passo para garantir a receita vital na temporada de verão após vários reveses em meio à propagação de novas variantes do coronavírus.
Ainda assim, apenas cerca de 50% dos assentos disponíveis foram reservados para julho e 30% para agosto, em comparação com até 70% normalmente, por isso, o foco é atrair passageiros para maximizar as vendas e reduzir as tarifas, disse O’Leary.
O CEO disse que o Reino Unido e a Irlanda estão ficando para trás em relação à recuperação na Europa continental. O governo britânico tem sido excessivamente cauteloso em limitar a mobilidade em resposta à variante delta do coronavírus, disse, mas prevê que mais países serão incluídos à “lista verde”, que dispensa quarentena, a partir de 19 de julho.
Permitir viagens sem restrições para passageiros vacinados, algo atualmente em discussão no Reino Unido, estimularia “uma recuperação muito forte” da demanda, e a Ryanair voltaria a elevar a capacidade no país, o que já ocorre em outros lugares, disse o executivo, embora admita que a UE possa impor limites próprios.
Na semana passada, Malta, na lista verde do Reino Unido, impôs quarentena para britânicos não vacinados, medida também adotada por Portugal, embora o país já houvesse sido incluído na categoria âmbar, que exige isolamento no retorno ao Reino Unido. As Ilhas Baleares permitirão a entrada de turistas britânicos com teste negativo para Covid-19 na chegada.
O’Leary disse que a situação poderia ser amenizada se o próprio passe do serviço de saúde do Reino Unido para o coronavírus fosse interoperável com o certificado de vacina da UE.
Essa medida foi pedida por vários estados da UE à Comissão Europeia em reunião de embaixadores na quarta-feira, de acordo com memorando diplomático visto pela Bloomberg.
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