A pandemia da covid-19 acelerou a transformação digital em todos os setores da economia. Em contrapartida, a nova realidade expos usuários a ataques cibernéticos de toda ordem e fez crescer, também, a procura por apólices de seguro que indenizem este tipo de risco. Há, porém, um descompasso na velocidade com que os ataques cibernéticos crescem e o ritmo de contratação de seguro e das estratégias de prevenção de incidentes, ainda aquém do potencial.
Os números envolvendo tentativas de crimes cibernéticos são expressivos e justificam a forte mobilização das seguradoras para buscar soluções que protejam a sociedade.
No ano passado, houve cerca de 360 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos aos sistemas de empresas e organizações na América Latina e Caribe, segundo levantamento da empresa de soluções de cyber segurança Fortinet, com base nos dados do FortiGuard Labs.
No ranking da América Latina e Caribe, o Brasil é o segundo com mais registros de ataques cibernéticos, com 103,1 bilhões de tentativas, um aumento de 16% em relação ao que foi registrado em 2021. No México, país que lidera o ranking, foram 187 bilhões de tentativas em 2022.
“Os números explicam a razão de o tema cyber segurança estar na pauta de todos os agentes do setor e precisa ser enfrentado com urgência. O cenário dos riscos cibernéticos evoluiu rapidamente por conta da digitalização dos processos e foi agravado pela pandemia”, comentou o diretor técnico da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Alexandre Leal.
Em termos de coberturas desse tipo de risco, o diretor informou que, em 2022, o valor arrecadado foi de R$ 170 milhões e o total de indenizações pagas chegou a R$ 64 milhões, o que demonstra ser um ramo ainda incipiente, mas com potencial de crescimento.
Tema será debatido na Fides
Os dados reforçam o tema da cyber segurança na lista de prioridades da indústria seguradora. O assunto está entre os eixos temáticos da Fides Rio 2023, a 38ª Conferência Hemisférica a se realizar entre 24 e 26 de setembro no Rio de Janeiro. Com o tema central “Seguros para um Mundo mais Sustentável”, a Fides espera reunir 1,5 mil participantes nos debates que vão incluir a transformação digital e a criação de produtos e soluções que garantam segurança digital.
O diretor de Serviços às Associadas da CNseg, André Vasco, também lembrou ser fundamental para se ampliar a proteção a ataques cibernéticos a troca e o compartilhamento de dados, ao explicar as principais características do banco de dados sobre incidentes cibernéticos coordenado pela entidade.
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O banco está disponível para as associadas da Confederação e centraliza informações sobre a ocorrência de incidentes em todo o mundo. Ao captar algo, o sistema dispara alerta às associadas e oferece uma proposta de correção para aumentar a proteção à falha.
“Com um compartilhamento rápido de informação, ajudamos a reduzir riscos e aumentamos a proteção”, comentou Vasco.
A preocupação é comum aos demais países do continente. “Temos ainda um mercado muito pequeno nesse ramo [de seguro], com poucas apólices voltadas a cobrir o risco cibernético. Estamos alguns passos atrás”, afirmou Gustavo Trias, diretor-executivo da Associação Argentina de Companhias de Seguros ao participar em abril dos debates realizados sobre cyber segurança no âmbito da primeira Oficina Fides Brasil, em Brasília.
Ele comentou ainda sobre algumas ocorrências e tentativas de ataques registrados na Argentina, mas acrescentou que se trabalha para aumentar a consciência das empresas em comunicar os incidentes, o que ajudaria numa evolução mais rápida.
Como são os ataques
Os principais ataques cibernéticos incluem fraude por e-mail e pela Internet, roubo de informações pessoais, de dados financeiros ou de pagamento de cartão tanto de pessoas físicas quanto empresas. Há uma série de iniciativas sendo executadas para combater os ataques, conforme explicou o coordenador de TI da Febraban, Bento Filho, que também esteve presente na oficina e apresentou a iniciativa de criação do laboratório de segurança cibernética para atender as necessidades de prevenção e combate ao cybercrime.
A proposta do laboratório, o primeiro centro feito pelo sistema financeiro voltado para o treinamento e capacitação em cyber segurança, é desenvolver respostas aos incidentes, aplicação de inteligência, padronização de ações e busca de inovação permanente.
“Os bancos investem por ano cerca de R$ 30 bilhões em tecnologia e 10% disso são direcionados para a segurança, física e digital”, afirmou o representante da Febraban.
Os executivos das seguradoras e da CNseg são unânimes em afirmar que o envolvimento do órgão regulador de seguros é importante, pois são as normas que padronizam ações e elevam os debates e as trocas de informações sobre o tema.
Representantes da Superintendência de Seguros Privados (Susep) destacaram o acompanhamento da adesão à circular 638/2021 que trata da política de segurança cibernética das seguradoras. “Dentro desse contexto de transformação digital é possível ver oportunidades, mas não se pode esquecer dos riscos envolvidos”, afirmou Saulo Valle.
“E vemos muito valor em trabalhar em parceria com o mercado, não de cima para baixo, mas com troca de informações e experiências para evoluirmos juntos”, completou Fernando Abreu. Ambos integram a Coordenação de Supervisão de Estrutura de Gestão de Riscos e Governança da Susep.
A preocupação é comum aos demais países do continente. “Temos ainda um mercado muito pequeno nesse ramo [de seguro], com poucas apólices voltadas a cobrir o risco cibernético. Estamos alguns passos atrás”, afirmou Gustavo Trias, diretor-executivo da Associação Argentina de Companhias de Seguros ao participar em abril dos debates realizados sobre cyber segurança no âmbito da primeira Oficina Fides Brasil, em Brasília.
Ele comentou ainda sobre algumas ocorrências e tentativas de ataques registrados na Argentina, mas acrescentou que se trabalha para aumentar a consciência das empresas em comunicar os incidentes, o que ajudaria numa evolução mais rápida.
Como são os ataques
Os principais ataques cibernéticos incluem fraude por e-mail e pela Internet, roubo de informações pessoais, de dados financeiros ou de pagamento de cartão tanto de pessoas físicas quanto empresas. Há uma série de iniciativas sendo executadas para combater os ataques, conforme explicou o coordenador de TI da Febraban, Bento Filho, que também esteve presente na oficina e apresentou a iniciativa de criação do laboratório de segurança cibernética para atender as necessidades de prevenção e combate ao cybercrime.
A proposta do laboratório, o primeiro centro feito pelo sistema financeiro voltado para o treinamento e capacitação em cyber segurança, é desenvolver respostas aos incidentes, aplicação de inteligência, padronização de ações e busca de inovação permanente.
“Os bancos investem por ano cerca de R$ 30 bilhões em tecnologia e 10% disso são direcionados para a segurança, física e digital”, afirmou o representante da Febraban.
Os executivos das seguradoras e da CNseg são unânimes em afirmar que o envolvimento do órgão regulador de seguros é importante, pois são as normas que padronizam ações e elevam os debates e as trocas de informações sobre o tema.
Representantes da Superintendência de Seguros Privados (Susep) destacaram o acompanhamento da adesão à circular 638/2021 que trata da política de segurança cibernética das seguradoras. “Dentro desse contexto de transformação digital é possível ver oportunidades, mas não se pode esquecer dos riscos envolvidos”, afirmou Saulo Valle.
“E vemos muito valor em trabalhar em parceria com o mercado, não de cima para baixo, mas com troca de informações e experiências para evoluirmos juntos”, completou Fernando Abreu. Ambos integram a Coordenação de Supervisão de Estrutura de Gestão de Riscos e Governança da Susep.
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