sábado, 1 de maio de 2021

Review Nokia 2.4: poucos upgrades [análise/vídeo] | Tecnoblog

Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Em maio de 2020, a icônica marca Nokia de celulares reapareceu no Brasil com o Nokia 2.3, um smartphone para lá de básico e que não animou muito os fãs nostálgicos. Um ano depois, a HMD Global anunciou o seu substituto: o Nokia 2.4, modelo de entrada e com promessa de upgrades na bateria, no espaço interno e na memória RAM. Ele tem uma tela grande de 6,5 polegadas, botão dedicado para o Google Assistente, duas câmeras traseiras e custa R$ 1.399.

O aparelho ainda ganhou outro processador MediaTek e está pronto para receber o Android 12. Será que faz sentido? O desempenho está melhor? Eu testei o Nokia 2.4 nas últimas semanas e compartilho as minhas impressões ao longo deste review.

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O Nokia 2.4 foi fornecido pela HMD Global por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.

Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Se o Nokia 2.3 era um celular frio, com aspecto meio quadrado e sem nenhuma sofisticação, o Nokia 2.4 não abandonou nenhuma dessas características e continua simples. Para ser sincero, parece que a empresa quis reforçar ainda mais esses atributos e mexeu bastante no projeto. O primeiro ponto que eu quero ressaltar é o peso: o Nokia 2.4 não é um aparelho leve, ele pesa 195 gramas e você pode sentir incômodos se ficar muitas horas jogando no telefone.

A traseira áspera do celular, que ajuda na aderência, traz duas câmeras em um módulo no formato farol. E, finalmente, a Nokia adicionou um leitor de impressões digitais que está em uma boa posição. Às vezes ele falha e pode ser até um pouco lento, mas não é nada grave. Já as laterais achatadas do dispositivo abrigam os botões de liga/desliga, de volume, do Google Assistente e a gaveta de chip e cartão de memória.

Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A má notícia é que a entrada micro-USB continua no telefone. É triste observar que a empresa continua insistindo nesse tipo de conexão com a linha mais básica. Ao menos eles não removeram a entrada de áudio de 3,5 mm e o fone de ouvido ainda é enviado na caixa, diferente da Samsung que removeu o acessório dos aparelhos acessíveis da linha Galaxy A.

A tela desta geração deu um salto para 6,5 polegadas, então pode ser interessante para quem gosta de display amplo. Esse painel é do tipo IPS LCD e a resolução é HD+ (1600 x 720 pixels), enquanto a proporção é de 20:9. Embora não seja Full HD, essa configuração do smartphone pode contentar quem não é muito exigente. O brilho não é tão fraco, as cores são vivas e o preto até que consegue ser intenso dentro dos limites.

Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Como padrão, um queixo mais saliente traz o nome Nokia e, no topo, existe um entalhe para esconder a câmera de 5 megapixels. Eu disse que a tela do Nokia 2.4 é bem grande e devo ressaltar que as bordas do aparelho também. Ainda assim, é um bom painel para quem quer jogar e assistir a filmes e séries no celular.

O alto-falante fica na parte inferior, junto da entrada micro-USB. Ele é mono e extremamente baixo, tão baixo que chega a ser desanimador ouvir músicas sem o fone de ouvido. Portanto, recomendo usar o acessório.

Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Eu venho elogiando a política de atualizações da Nokia há bastante tempo e mantenho aqui a minha análise positiva. É claro que alguns consumidores que adquirirem este aparelho não vão se importar muito com updates, porém é bom ver a preocupação da marca de entregar tudo atualizado desde o modelo mais básico. No caso do Nokia 2.4, a HMD Global promete dois anos de Android, ou seja, as atualizações para o Android 11 e o Android 12 estão garantidas. Já as revisões mensais de segurança estão asseguradas até 2023.

É interessante notar que, enquanto a Nokia deixa essas informações estampadas na caixa do celular, a Motorola, que já foi um destaque nesse quesito, simplesmente ignora as atualizações e nem toca no assunto. Eu realmente espero que a Nokia continue nesse bom caminho atendendo bem aos consumidores mais básicos.

Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Quanto à interface, a finlandesa mais uma vez se sobressai. O software continua muito limpo, sem apps de terceiros e só há aqueles principais aplicativos do Google. O único app que você pode estranhar a mais é o de Rádio FM, que é muito bem-vindo para quem busca um celular simples, de entrada, e com fácil acesso às estações de rádio. Modo noturno e reconhecimento facial são outros destaques além do botão dedicado do Google Assistente.

Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O conjunto fotográfico do Nokia 2.4 é formado por duas câmeras básicas: a principal tem 13 megapixels de resolução e a secundária de 2 megapixels serve para o modo retrato. Na frente, ele traz a mesma câmera frontal do Nokia 2.3, que produz selfies com qualidade bem inferior: a região do rosto, em especial, fica muito branca e eu sinto falta de mais vivacidade nas cores. Também é possível notar o excesso de granulação em ambientes fechados.

Foto tirada com a câmera frontal do Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A principal traseira tem um resultado melhor: a saturação é um pouco mais forte, o que me agrada, e a exposição fica equilibrada. Eu só pude notar, porém, a nitidez prejudicada, principalmente nos cantos da imagem. Se o objetivo for fazer registros de paisagem, então essa lente pode entregar boas imagens, mas o local deve estar bem iluminado. O modo Noite está disponível, mas não faz milagre: ele reduz o ruído, mas a nitidez continua ruim.

Foto tirada com a câmera principal do Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Foto tirada com a câmera principal do Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Foto tirada com a câmera principal do Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Foto tirada com a câmera principal do Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Foto tirada com a câmera principal do Nokia 2.4 + modo Noite (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A segunda lente, de profundidade, funciona bem e não tem aquele efeito super artificial dos aparelhos da LG. É possível ter fotos interessantes para postar nas redes sociais. Os mais detalhistas podem notar alguns ruídos nas extremidades da imagem, mas não é nada grave.

Foto tirada com a câmera principal + sensor de profundidade do Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Em suma, o Nokia 2.4 é um celular básico com câmeras básicas. Infelizmente a marca perdeu a oportunidade de entregar um conjunto mais aprimorado, até o Philco Hit Plus, que é mais barato, tem câmeras melhores. Além disso, eu senti falta de mais uma lente: macro não, mas uma ultrawide seria muito bem-vinda.

Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

No hardware, nós temos o Nokia 2.4 com o MediaTek Helio P22, que é um processador básico (não é um problema), porém é antigo. Ele trabalha aliado a 3 GB de RAM e 64 GB de armazenamento interno, isso representa um upgrade muito, muito tímido em relação à geração anterior. Ao menos, desta vez, eu não presenciei aqueles engasgos irritantes no app de câmera e a navegação é ok dentro dos limites.

Com essa configuração, a resposta de abertura de aplicativos como Facebook, Instagram e Twitter é boa, mas é possível notar alguns travamentos no feed. Asphalt 9, com os detalhes no mínimo, é executado sem muita fluidez e algumas cenas podem congelar, principalmente aquelas mais complexas. Ainda assim, para quem não exige muito, é possível jogar desde que os detalhes estejam no mínimo.

Em conclusão, conforme você vai instalando mais aplicativos e com a bateria perdendo a vida útil, o Nokia 2.4 pode ter o desempenho sacrificado, assim como acontece com o 2.3. É um problema de médio e longo prazo que não podemos ignorar e você precisa levar em consideração.

Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A bateria de 4.500 mAh é um destaque e a marca promete até dois dias de uso longe do carregador. Realmente, ele não decepciona: eu consumi duas horas de Netflix, uma hora de YouTube, 20 minutos de redes sociais e 15 minutos de Asphalt 9 — o celular estava conectado ao Wi-Fi e com o brilho da tela máximo o tempo todo. Resultado: a porcentagem foi de 100% para 73%, incrível!

Já a alimentação continua decepcionando. A HMD Global envia um adaptador de tomada de 5 watts que é lerdo demais para uma célula como essa. Em um dia de teste, com apenas 3% de carga, eu coloquei o aparelho na tomada às 09h e a bateria chegou aos 100% às 15h25, ou seja, 6h25min carregando, muito decepcionante.

O Nokia 2.4 é um celular de entrada, com configurações básicas e preço de intermediário. É um cenário conflitante e que me impede de aprovar e indicar este aparelho enquanto a crise da pandemia e o dólar alto estiverem rondando o Brasil. Considerando a sua ficha técnica, ele deveria chegar às lojas por menos de R$ 1 mil.

Nokia 2.4 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Olhando a concorrência, o Motorola Moto E7 não vai garantir atualizações de Android e a bateria é um pouco inferior, porém ele entrega um processador atualizado e uma câmera principal melhor. Quanto ao preço, ele tem um custo-benefício também mais interessante. Já o Galaxy A02s, hoje encontrado por R$ 800, tem um conjunto fotográfico completo, bateria mais potente, mas é vendido sem fone de ouvido, é bom frisar.

Eu indico o Nokia 2.4 para usuários que procuram o básico e que não vão exigir muito do aparelho. Com isso em mente, ele pode ser interessante durante as promoções do varejo, apenas. Assim como aconteceu com o Galaxy A02s, o Nokia 2.4 é um modelo que pode desvalorizar nos próximos meses, então vale ficar de olho.

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