terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Tesouro Direto: títulos públicos pagam juros de até 11,04% ao ano; pressão inflacionária nos EUA pesa no mercado - InfoMoney

A subida nas taxas é mais expressiva entre papéis com vencimento até 2031 nesta terça-feira

O foco dos agentes financeiros locais nesta terça-feira (4) está centrado no exterior, em dia de agenda movimentada com dados vindos dos Estados Unidos. Operadores de mercado ouvidos pela Bloomberg acreditam que a rápida propagação da variante ômicron deve intensificar pressões inflacionárias na economia americana – o que pode levar o banco central dos Estados Unidos a realizar o primeiro ajuste nos juros já em março.

Hoje, pela manhã, nos EUA, é divulgado o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial relativo a dezembro. Mais tarde são apresentados os dados de oferta de empregos Jolts relativos a novembro.

Nesse contexto, o mercado de títulos públicos negociados no Tesouro Direto opera com alta nas taxas. O avanço é mais expressivo entre os papéis com vencimento até 2031.

No caso do Tesouro Prefixado 2024, os juros oferecidos por esse papel passavam de 11% para 11,04% ao ano, na primeira atualização do dia. Já o retorno pago pelo Tesouro Prefixado 2026 avançava de 10,79%, na sessão anterior, para 10,87% ao ano, no início desta terça-feira.

No mesmo horário, o papel prefixado com vencimento em 2031 e pagamento de juros semestrais oferecia um retorno de 11,01%, contra 10,94% registrados um dia antes.

Entre os papéis de inflação, a remuneração real do Tesouro IPCA+ 2026 subia de 5,08% para 5,11%, na abertura dos negócios. Da mesma forma, o papel com vencimento em 2030 e juros semestrais oferecia uma taxa de 5,21% ao ano, acima dos 5,18% vistos ontem.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na manhã desta terça-feira (4):

Na frente externa, o mercado aguarda também a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). Ontem (3), no entanto, a organização já informou que reduziu a estimativa de superávit nos mercados mundiais de petróleo para este trimestre.

Isso, na visão de analistas, pode fazer com que os países presentes na reunião de hoje optem por um aumento modesto na produção de petróleo.

Investidores repercutem também a divulgação do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da China, que acelerou de 49,9 em novembro para 50,9 em dezembro.

Os dados foram apresentados nesta terça-feira pela IHS Markit em parceria com a Caixin Media. Índices acima de 50 indicam expansão da atividade. Esse é o maior patamar do PMI industrial chinês registrado desde junho.

Já na Alemanha, as vendas no varejo tiveram expansão de 0,6% em novembro ante outubro de 2021, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta terça-feira, pela Destatis, a agência de estatísticas do país.

O resultado surpreendeu analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam queda de 0,5% no período.

Na cena local, atenção para a mobilização dos servidores do Banco Central contra a decisão do governo de prever reajustes apenas a policiais federais e certos quadros da área de saúde neste ano.

O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) já decidiu que vai aderir ao movimento de paralisação, que está marcado para 18 de janeiro. Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, quase um terço dos trabalhadores do BC se comprometeram a rejeitar quadros de chefia, caso sejam convidados a assumi-los, de forma similar ao que já vem ocorrendo entre fiscais da Receita Federal.

Entre os fiscais da Receita Federal, o Sindifisco (sindicato da categoria) estima que 1.237 auditores em posições de comando abriram mão de seus postos comissionados. Auditores fiscais agropecuários também iniciaram mobilizações na semana passada.

Também na seara política, os jornais Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo apontam que a sanção presidencial à prorrogação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores sem adotar medidas tributárias para compensar a perda de R$ 9,1 bilhões na arrecadação de 2022 acendeu um alerta no Tribunal de Contas da União (TCU).

Segundo o Estado de S. Paulo, técnicos do TCU alertam que o fim da compensação abre artificialmente espaço no teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas à variação da inflação. O valor previsto de renúncia tributária em 2022 com a desoneração é de R$ 9,08 bilhões.

Ao ser procurado, de acordo com a reportagem do Estadão, o Ministério da Economia não informou se vai recalcular o teto e disse apenas que a MP da desoneração não cria espaço novo sob o teto.

Investidores também monitoram a saúde do presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o mandatário do país não passará por uma cirurgia para corrigir uma obstrução intestinal.

Segundo a matéria, a decisão de descartar uma cirurgia ao menos por ora foi tomada pelo médico Antônio Macedo e comunicada aos membros de sua equipe. Mas ainda precisa ser confirmada oficialmente, de acordo com o jornal.

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