Por Filipe Garrett, para o TechTudo
Telas microLED prometem superar o OLED, oferecendo maior durabilidade e eficiência. Ainda um pouco distantes da realidade do consumidor, essas telas já estão sendo aplicadas em alguns produtos, como a TV modular The Wall da Samsung.
Elogiada pela oferta do mesmo nível de contraste do OLED sem os problemas de durabilidade e desgaste, os displays microLED ainda são cercados de incógnitas por conta da grande complexidade e custo elevado de fabricação, que podem dificultar sua popularização. A seguir, explicamos melhor como a tecnologia funciona.
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Samsung aposta em telas microLED em televisores premium — Foto: Divulgação/Samsung
O que é microLED?
microLED é uma tecnologia de tela que busca atenuar algumas das limitações dos painéis OLED, hoje referência absoluta quanto à qualidade de imagem em TVs e monitores. Assim como no OLED, telas microLED usam LEDs individuais para emitir luz e cor, fugindo assim dos problemas das telas LED convencionais.
Se você compreende como uma tela OLED funciona, sabe também como o microLED se comporta. A grande diferença fica por conta dos materiais e de como são criados os LEDs que formam essas telas: no OLED, é usado um material orgânico, enquanto no microLED se aplica um composto inorgânico.
Já para quem precisa refrescar a memória, uma forma simples de entender telas microLED/OLED é comparando seu design básico com aquele usado nos painéis LED comuns. Uma tela LED é formada por várias camadas, mas aqui iremos nos interessar por duas: a de LED no fundo e o cristal líquido (LCD) em cima.
É no LCD que estão os pixels e que as imagens são formadas. Mas o LCD não emite luz, de forma que sozinho ele não teria muita utilidade, já que você não conseguiria enxergar formas e detalhes no painel escurecido. É por isso que, por trás do LCD, telas de LED contam com um display iluminado por LEDs para direcionar luz sobre o LCD, permitindo que as imagens sejam visíveis para você.
Como essa iluminação de fundo está sempre ligada, ela acaba distorcendo tons escuros: cores pretas em telas LED têm um aspecto lavado, meio acinzentado, e isso compromete o contraste nesses displays.
No microLED/OLED, cada um dos pixels que forma a tela é capaz de, sozinho, gerar a própria luz. Com isso, o display pode ser controlado com grande precisão, e sem uma fonte de luz sempre ligada distorcendo tudo, atingir tons de preto mais reais e níveis de contraste considerados infinitos, gerando assim uma imagem de maior qualidade.
microLED e OLED: qual é melhor?
A resposta para essa pergunta é difícil porque, no papel, a tendência é que o microLED se mostre uma tecnologia superior. A realidade, no entanto, é que os custos envolvidos na manufatura dessas novas telas são bem altos (tendo em vista que o processo de fabricação do OLED também é complexo e custoso), de forma que é difícil antecipar até que ponto o microLED pode ser barateado com maior escala e concorrência de forma a superar o OLED.
Já do ponto de vista técnico, as vantagens para o microLED são significativas. A primeira delas tem a ver com a durabilidade: como os LEDs aqui não são orgânicos (é daqui que vem o "O" de OLED), o desgaste acaba sendo menor, de forma que a tendência natural é que uma tela microLED tenha uma maior durabilidade do que o OLED.
Painéis OLED estão sujeitos a desgaste com o tempo, inclusive com perda de intensidade de cores e brilho — além do temido burn-in. Já o microLED é mais resiliente e pode apresentar uma durabilidade que supera até mesmo telas LCD convencionais, de acordo com projeções de especialistas.
Outras vantagens são a eficiência — o microLED pode chegar a brilho mais alto gastando menos energia — e a miniaturização: telas desse tipo precisam de menos camadas e podem render displays mais finos e compactos, permitindo assim sua adaptação a um maior número de aparelhos e formatos.
Quais marcas oferecem a tecnologia?
O processo de adoção de telas microLED ainda engatinha e, embora tanto Samsung quanto LG venham realizando investimentos em torno da tecnologia, a verdade é que você encontra dificuldade em achar produtos com esse tipo de tela no mercado atualmente. A rigor, só a Samsung tem algo com microLED à venda em versões de 89, 101 e 110 polegadas.
Diferenças para o Mini LED e outras tecnologias
microLED promete maior durabilidade do que o OLED e o novo QD-OLED de Sony e Samsung — Foto: Divulgação/Sony
Existem alguns outros tipos de tela no mercado que visam a enfrentar limitações do LED de formas parecidas com aquelas associadas ao microLED. O Mini LED, por exemplo, é um tipo de tela LED mais convencional que ainda funciona com a ideia de uma iluminação geral, distribuída pela área do display, para incidir sobre o LCD. No caso do Mini LED, há mais LEDs, permitindo algum nível de controle sobre pontos de diferente intensidade de uma imagem.
Já telas QD-OLED, recém anunciadas pela Samsung, combinam os pontos fortes dos chamados pontos quânticos (cores vivas e intensidade de brilho) com as características do OLED.
O que esperar dos preços?
O microLED é uma tecnologia nova e isso terá impacto no custo de produtos com esse tipo de display em um primeiro momento. Outro fato que pode levar os valores de televisores e monitores com microLED para cima são os desafios de manufatura: assim como o OLED, telas microLED dependem de processos bastante sofisticados de fabricação, o que impõe custos maiores aos fabricantes.
Se você faz mesmo questão de um televisor microLED, sua única opção é aguardar a linha microLED da Samsung. Oferecendo um design que a Samsung classifica como "modular", a tela pode ter 110 polegadas ou mais e custar em torno de US$ 150 mil (R$ 795 mil, em conversão direta), considerando custos de instalação dos televisores gigantes para o qual a Samsung ainda não divulgou planos de lançamento no Brasil.
Com informações de Digital Trends, Android Authority, Samsung, Tom's Guide, PocketLint e TechRadar
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