O estúdio Wolfire Games, responsável pelo site e projeto Humble Bundle, iniciou um processo contra a Valve, criadora do Steam e de vários jogos que por lá estão, sob alegação de monopólio. O objetivo é atacar a dominância da Valve no mercado de games para PC, já que o Steam é uma das lojas digitais mais antigas do ramo – e que conta com um dos catálogos mais vastos.
Steam pode ter problemas legais por suposto monopólio (Imagem: Reprodução)
O processo, que já foi registrado em Washington, nos EUA, diz que considera ilegal a união do Steam como plataforma e o Steam como loja, por criar um ambiente muito centrado para desenvolvedores de jogos.
Pode parecer confuso, mas a desenvolvedora alega que a Valve tira proveito da situação, tentando convencer desenvolvedores que lançar um game no Steam é sinônimo de sucesso, enquanto mantém a alta comissão de 30% para cada venda.
A afirmação tem um fundo de verdade: nos últimos anos, vários jogos que estavam disponíveis apenas em outras plataformas entraram no Steam. Um dos grandes exemplos foi com a EA, que tem seu próprio aplicativo, o Origin, mas decidiu voltar a vender tudo no Steam, de Need for Speed a The Sims com todas as expansões.
O problema é que não para por aí. De acordo com o processo, o Steam, em tese, proíbe que desenvolvedores aumentem o preço dos games na plataforma em relação a outras, para compensar a taxa de 30%.
Vale lembrar que a taxa de comissão que a empresa cobra de desenvolvedores, em sua maioria, é de 30% também em outras plataformas. Mas algumas estão tentando mudar a situação e o ecossistema.
A Microsoft já anunciou que vai cortar para 12% para jogos de PC a partir de agosto. A Epic Games Store, principal concorrente do Steam, já trabalha com comissão de 12% há algum tempo, o que a torna extremamente competitiva.
O problema da Wolfire com a Valve se assemelha ao que Epic Games e Apple encaram desde o final de 2020 – as duas empresas estão em batalha judicial por conta da taxa cobrada por venda em aplicativos na App Store.
Com informações: The Verge.
No caso da Apple eu até concordo um pouco com a Epic, visto que pra fins práticos (quem faz jailbreak?) só se tem a App Store, mas no computador o que não faltam são opções de lojas pra se lançar os jogos.
Mas um exemplo de “cuspindo no prato que come”. Boa parte dos jogos da HB são baseados em códigos da Steam.
Ainda bem que parei de comprar produtos com eles.
“O processo, que já foi registrado em Washington, nos EUA, diz que considera ilegal a união do Steam como plataforma e o Steam como loja, por criar um ambiente muito centrado para desenvolvedores de jogos.
Pode parecer confuso, mas a desenvolvedora alega que a Valve tira proveito da situação, tentando convencer desenvolvedores que lançar um game no Steam é sinônimo de sucesso, enquanto mantém a alta comissão de 30% para cada venda.”
Peraí: O fato da Steam se vender como uma plataforma de games que também dá ferramentas de desenvolvimento e divulgação é o que faz o diferencial dela, no qual ela se embasa pra cobrar os 30%.
Esse argumento pra mim não soa bem, porque não é esse o princípio de como o livre mercado (sem aquela pataquada ancap de “autorgulação”) deve ser? Sob esta ótica, qualquer diferencial entre serviços pode ser considerada “pretexto pra monopólio”…
O problema é que não para por aí. De acordo com o processo, o Steam, em tese, proíbe que desenvolvedores aumentem o preço dos games na plataforma em relação a outras, para compensar a taxa de 30%.
Sim, porque caso contrário, isso abriria brecha para dumping: uma plataforma pode muito bem encarecer os produtos na Steam pra favorecer qualquer outra plataforma e por a culpa nos 30%.
Na moral, eu sou contra monopólios tal como qualquer outro aqui, mas esse tipo de declaração é pura insensatez! Se todos as plataformas fossem idênticas em valores e serviços, para que em teoria deixasse o gosto do consumidores ditassem suas escolhas, não teríamos nenhum propósito para criar serviços melhores. Eu admiro o pessoal da Humble, mas essa foi uma bola fora fenomenal…
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