segunda-feira, 3 de maio de 2021

Assaí: de olho na escala, atacarejo leva inteligência de negócios para prateleiras

Rede tem 185 unidades em operação e abrirá mais 28 em 2021. Plataforma de business intelligence entra para prever nível de estoque, venda e ruptura

SÃO PAULO – O Assaí (ASAI3) está entre as 15 maiores companhias brasileiras por faturamento bruto anual e entre as 10 maiores em números de funcionários. O atacado de autosserviço, ou atacarejo, vendeu R$ 36 bilhões no último e abriu 19 unidades. Por mês, 30 milhões de clientes passam pelas lojas da rede.

O Assaí espera abrir mais 28 unidades em 2021. Para os próximos anos, serão 25 novas unidades a cada 12 meses.

A tecnologia será fundamental para garantir que tais lojas tenham sempre produtos nas prateleiras e os preços mais adequados. O Assaí firmou um contrato de fornecimento com a empresa americana MicroStrategy para ter uma plataforma de business intelligence, ou inteligência de negócios.

Rodrigo Callisperis, diretor de tecnologia da informação do Assaí, explica que a empresa investe em business intelligence há quase dez anos. “A tecnologia vem crescendo junto com a companhia e adquirindo cada vez mais relevância. Uma coisa é gerenciar uma corporação que fatura R$ 1 bihão por ano. Outra, uma que fatura quase R$ 40 bilhões. A análise de dados ajuda demais na consolidação de conhecimento.”

O Assaí tem 185 unidades, cada uma com um volume médio de 8 mil itens (SKUs). Antes, os relatórios eram produzidos de maneira manual e a partir de fontes diversas. Cada relatório levava um dia para ser produzido, e havia boa chance de conter informações divergentes.

“Agora, todo o ciclo financeiro e da mercadoria está apoiado pela área de inteligência de negócios”, explica Callisperis. Algumas informações disponíveis são preço de compra por cada item; estoque de cada item em cada loja; e o preço de venda mais competitivo também por item e por loja.

“Dessas informações derivamos métricas essenciais do varejo, como nível de estoque, de venda e de ruptura. Essa inteligência de negócios ajuda principalmente na previsibilidade do gerente de cada loja. Ter uma análise toda manhã ajuda a entender quais são as vendas, as margens e os níveis de estoque atuais para os próximos dias. Podemos elaborar estratégias como promoções, por exemplo.”

A produção de um relatório para cada gerente de unidade leva de dois a três minutos. Já a matriz do Assaí pode ver esses dados consolidados nacionalmente.

Hoje, 3 mil funcionários fazem uso da plataforma de business intelligence do atacarejo. A ferramenta recebe 26 mil acessos diários. Além da inteligência de negócios, a área de tecnologia da informação do Assaí também olha para frentes como automação de processos e transporte mais inteligente de mercadorias.

“Somos uma empresa de alto volume e expansão agressiva. Só conseguimos replicar a mesma experiência por diversos estados brasileiros através de processos sólidos de tecnologia. Soluções que tragam produtividade são parte essencial do processo de escala”, diz Callisperis.

O Assaí é a segunda maior operadora em cash & carry (“pague e leve”), atrás apenas do Atacadão/Carrefour Brasil. No modelo, o consumidor consegue preços mais baixos conforme a quantidade de compra. Também tem mais variedade de itens e lojas com corredores mais amplos e pé-direito mais alto. Já a empresa ganha no volume, e dispensa intermediários como forma de melhorar suas margens. O atacarejo é um dos praticantes do cash & carry.

A ASAI3 está cotada em R$ 80,70 por ação às 15h desta quinta-feira (22). O Morgan Stanley iniciou recentemente a cobertura para as ações da controladora do Assaí, o grupo Sendas, com recomendação overweight (exposição acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 101. Andrew Ruben, Fernando Donega e Alexandre Namioka, analistas do Morgan, destacam que, após a cisão com o Pão de Açúcar (PCAR3) no início de março, o Assaí é “uma aposta pura no segmento de atacarejo de rápido crescimento do Brasil.”

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