sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Opções de Ibovespa movimentaram R$ 16,6 bi em outubro; Conheça modalidades - InfoMoney

Instrumentos podem ser utilizados para proteger investidores em períodos voláteis, mas também há pegadinhas

Investidores globais estão com dificuldades para manter o sono em dia neste final de 2021. Isso porque há diversos fatores, como a crise energética global, temores de estagflação e a desaceleração do crescimento da China, criando altos níveis de volatilidade no mercado acionário e diminuindo a visibilidade.

Para piorar, as pontas soltas se multiplicam no ambiente local. Há questionamentos sobre a saúde fiscal do país, temos nossa própria crise energética (hídrica neste caso), o crescimento da economia vem sendo revisado para baixo e nos aproximamos de mais um pleito presidencial, fato já está deixando muitos investidores tensos.

Pensando em todo este cenário, a XP lança a série Protocolo XP: 2022, evento criado para que o investidor possa aumentar as chances de obter ganhos na bolsa e em outras classes de ativos nos próximos meses. Clique aqui para participar gratuitamente.

Apesar de sabermos que, no longo prazo, os preços das ações refletem o comportamento das respectivas empresas, o segundo semestre deste ano tem sido de forte volatilidade nas bolsas de valores ao redor do mundo. E, em períodos como este, investidores utilizam ferramentas específicas para proteger seu patrimônio.

Nessa linha, venceram, na última quarta-feira (13), as opções sobre o Ibovespa para o mês de outubro.

Ao todo, o instrumento movimentou impressionantes R$ 16,6 bilhões em exercícios somente este mês, somando R$ 12,3 bilhões na ponta vendedora e outros R$ 4,3 bilhões do lado comprador.

Antes de avançar em produtos específicos, no entanto, vale lembrar que as opções são o direito de comprar ou de vender um ativo por um preço fixo numa data futura. Para comprar uma opção, é preciso pagar um valor a quem vendeu, chamado de prêmio. Não se trata do preço do ativo em si, mas sim um valor pago para ter a possibilidade de comprar ou vender o ativo mais tarde.

No mercado brasileiro, as mais conhecidas são as opções sobre ações, mas existem opções de outros tipos também, como de moedas (dólar é exemplo mais óbvio), índices e outros ativos. O que há em comum é que esses ativos de referência são negociados de forma transparente em pregão.

Quem compra uma opção é chamado de titular. Ele sempre tem o direito de exercer a opção, ou seja, de comprar ou vender o ativo na data do vencimento pelo preço acordado desde o início. Porém, não é obrigado a fazer isso. Pode simplesmente escolher deixar a opção vencer, sem maiores consequências além da perda do valor que pagou como prêmio por ela.

Já o vendedor de uma opção, também chamado lançador, sempre tem a obrigação do exercício caso quem comprou deseje realizá-lo. Pense nas opções de compra de ações da Petrobras, por exemplo. Se, na data do vencimento, o titular delas quiser exercer seu direito de comprar ações da Petrobras pelo preço acordado, o lançador é obrigado a arrumar os papéis correspondentes para vender a ele.

Então, como explicado acima, essa é a categoria mais conhecida dentro do guarda-chuva, e o seu racional é relativamente simples. Ao comprar uma opção de uma ação com a data de vencimento X e preço Y, o investidor espera que o ativo alcance o valor Y na data pré-estabelecida.

A partir deste conceito básico, é possível utilizar várias técnicas, comprando (e vendendo) uma ou mais opções, para proteger o seu patrimônio ou tomar certos riscos sem ter que comprar as ações de fato. Veja aqui, por exemplo, como montar uma borboleta e uma trava horizontal de linha.

Voltando às opções sobre o Ibovespa, a ideia é parecida, mas o objeto deixa de ser o papel de uma empresa específica e passa a ser o índice em si. Em momentos de volatilidade, como agora, o instrumento é muito utilizado por investidores profissionais como mecanismo de proteção contra oscilações do referencial.

“A vantagem da opção sobre índice é que dá para proteger a carteira ou parte dela usando operações estruturadas e de forma mais barata. Por exemplo: se você fizer uma operação para proteger cada ativo da sua carteira, terá que fazer várias. Se fizer diretamente no IBOV, o custo cai quase 50% por conta da baixa volatilidade do índice em relação às ações”, diz Su Choung Wei, analista de Investimentos e professor de finanças.

Mas há também ratoeiras, como as opções de Copom (Comitê de Política Monetária). Elas são do tipo digitais, ou seja, após o resultado da reunião do do comitê do BC, ou o investidor ganha R$ 100 por opção ou perde tudo. Assim como as opções comuns, as de Copom também estão disponíveis nos home brokers, mas elas têm códigos maiores, de 13 letras ou números.

A opção CPMM21C100750 é interpretada assim: CPM indica que é uma opção de Copom; M indica o mês de junho, tendo como base a mesma nomenclatura dos minicontratos; C indica que é uma reunião ordinária; 100750 indica que esta é a opção para alta de 0,75 ponto percentual na taxa Selic. Um investidor que acredita na alta de 1 ponto percentual deveria comprar a opção CPMM21C101000 e assim por diante.

Su alerta, no entanto, que existe pouca previsibilidade na modalidade. “É quase loteria”, afirma. Isso porque, mediante as condições macroeconômicas do país, o BC pode mudar sua forma de atuação. E, neste período de baixa visibilidade, fica ainda mais difícil antever a postura da autarquia.

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