terça-feira, 26 de outubro de 2021

Central de FIIs: inflação da construção em alta e IPCA-15 acima da expectativa preocupam investidores; Ifix opera estável - InfoMoney

Confira as informações que influenciam na indústria dos fundos imobiliários

SÃO PAULO – Dados sobre a inflação brasileira divulgados nesta terça-feira (26) assustaram os investidores. Dois indicadores demonstraram o peso do avanço dos preços na economia. De um lado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), tido como uma prévia do IPCA, indicador oficial de inflação do país, registrou alta de 1,20% em outubro, acima da expectativa do mercado, que era de 0,97%. O indicador foi o mais alto para um mês de outubro desde 1995. No ano, o IPCA acumula alta de 8,3%; em 12 meses, de 10,34%. Já especificamente para o segmento da construção civil, o INCC voltou a subir em outubro, depois de desacelerar em setembro. No ano, o indicador aponta alta de 12%

Em relatório sobre fundos imobiliários, o analista Luiz Gustavo Pereira, da Guide Investimentos, avalia que a inflação deve seguir pressionada no curto prazo. Diante do cenário, o documento sinaliza preferência por fundos de recebíveis com maior exposição ao IPCA.

O relatório destaca ainda a valorização média de 0,50% do segmento de lajes corporativas nos últimos dias, índice acima da média do mercado. Além disso, os fundos de escritórios estariam negociando 21% abaixo do valor patrimonial. Apesar do cenário, Pereira mantém cautela em relação a este tipo de fundo imobiliário. “O desconto deve continuar até que o setor tenha maior visibilidade quanto ao modelo de retomada das atividades presenciais que as companhias pretendem adotar”, conclui o analista.

Na manhã desta terça-feira, às 11h20, o Ifix, índice dos fundos imobiliários mais negociados da Bolsa brasileira, operava praticamente estável, com variação negativa de 0,05%, aos 2.706 pontos.

Maiores altas desta terça-feira (26):

 

Maiores baixas desta terça-feira (26):

Fonte: B3

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

O fundo GGR Covepi aprovou a realização da 5ª emissão de novas cotas, prevendo a captação inicial de quase R$ 200 milhões. O fundo tem como objetivo investir em imóveis nos segmentos industrial e logístico para a obtenção da renda de aluguéis ou ganho de capital com vendas futuras.

As novas cotas serão emitidas com preço unitário de R$ 106,53, sem considerar a taxa de distribuição, no valor de R$ 3,47, totalizando R$ 110,00. Na sessão desta segunda-feira (25), as cotas do GGR Covepi fecharam valendo R$ 115,20.

Os investidores que possuírem cotas no fechamento do pregão do dia 28 de outubro terão direito de preferência para subscrever novos ativos, na proporção de 0,24%.

De acordo com comunicado ao mercado, os recursos obtidos com a 5ª emissão serão usados para aquisição de ativos que estejam de acordo com a estratégia do fundo, gerido pela Zagros Capital.

O CSHG Real Estate concluiu a venda dos conjuntos 11, 21, 31, 41 e 171 do condomínio Centro Empresarial Mario Garnero, Torre Norte, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo (SP). A área locável dos imóveis totaliza 3,6 mil metros quadrados e está totalmente alugada.

O preço total da venda é de quase R$ 68 milhões, valor 116% superior ao montante investido e 29% acima do valor contábil dos imóveis. Em números absolutos, a operação gerou um lucro de R$ 36 milhões, equivalente a R$ 3,09 por cota.

Lançado em 2007, o fundo da Credit Suisse busca rendimentos com locação e venda de lajes corporativas. Em 12 meses, as cotas do CSHG Real Estate acumulam queda de 15% na B3.

O INCC, Índice Nacional de Custo da Construção, voltou a acelerar em outubro ao subir 0,8%, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo indicador. No mês passado, o INCC havia registrado alta de 0,56%. No ano, a inflação da construção ultrapassa 12% e, em 12 meses, há elevação de 15%.

A maior variação entre os itens do INCC foi do segmento de materiais, equipamentos e serviços que subiu de 0,83, em setembro, para 1,45%, em outubro. Neste grupo, a taxa correspondente a Materiais e Equipamentos subiu 1,68% em outubro, após alta de 0,89% no mês anterior. Já Serviços desacelerou de 0,56% em setembro para 0,36% este mês. O índice de Mão de Obra variou de 0,10%, em outubro, para 0,27% no mês passado.

De setembro para outubro, seis capitais apresentaram elevação de preços no setor da construção civil: Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Em contrapartida, Porto Alegre apresentou redução de 1,68, em setembro, para 0,96, em outubro.

Nesta segunda-feira (25), a Câmara Brasileira da Indústria da Construção manifestou preocupação com o custo de insumos no setor. Em meio ao otimismo com a revisão de crescimento da atividade para 2021, de 4,5% para 5%, a CBIC alertava para a inflação na construção, que também está no radar de analistas e gestores de fundos imobiliários.

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O que o investidor de fundos imobiliários precisa saber em momentos de maior volatilidade no mercado financeiro? A pergunta ganhou força nos últimos dias com as preocupações em torno da condução fiscal do país. Contaminado pelo mau humor geral, o Ifix, índice dos fundos imobiliários mais negociados na bolsa brasileira, registrou a maior queda semanal desde meados de agosto.

O assunto será tema da edição desta terça-feira (26) do programa Liga de FIIs, produzido pelo InfoMoney e apresentado por Maria Fernanda Violatti, analista da XP, e Thiago Otuki, economista do Clube FII. O programa também contará com a participação de Ricardo Almendra, sócio fundador e CEO da RBR Asset.

Apesar de acompanhar a tendência do mercado, o Ifix costuma apresentar uma volatilidade menor do que outros índices. Em março de 2020, por exemplo, o Ibovespa, principal benchmark da bolsa brasileira, derreteu 30% por cento com o início da pandemia do coronavírus. No mesmo período, o Ifix perdeu 15%. A reação menos agressiva a eventos extraordinários também será discutida no programa de hoje, que começa às 19h, no canal do InfoMoney.

 

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